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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Flores do mar

Flores do Mar

Gipsofilas…. Gipsofilas, rimará com o quê? Pois em Peniche rima com Chicharro dourado…. Nunca vos passou pelo estreito , não é verdade?
E se forem Estrelícias? Bom aí fia mais fino…. Cheira logo a flor típica da Madeira…. A terra do Soba Alberto João…. Também por cá as temos. Porque clima marítimo é connosco, da mesma forma que com eles é…..  As nossas Estrelicias são então rima de pé quebrado com por exemplo: Badejo, ou Serrajão  que é assim como um Atum rabilho, mas em ponto pequeno….
E que afinidades têm a Tremelga e a Costela de Adão? A Tremelga dá choque e a costela de Adão não! A Costela de Adão dá um fruto extemporâneo parecido com o Ananás, que dizem ser excelente. E a Tremelga nada no fundo do Oceano até ser filada nas redes e então tem vários caminhos, ser seca ao Sol como a Raia, com a qual se assemelha…. Nestes preparos estendida na rede de seca, com golpes do centro para a periferia, não fora a variante da cor e dir-se-ia que era uma folha de Costela de Adão….
Já as Orelhas de Mula, parecidas com o que lhe deu o nome, apenas, um tanto avantajadas e verdes bordejam um canteiro fronteiro ao que tenho na frente, mas sobressaem pela sua opulência, como os Meros que patrulham o seu território de caça como se fossem donos do Oceano e se tornam notados pela sua majestática pose…
As Espadas que em Peniche mudam de sexo, confundem-se, estas já pelo nome, com os Gladíolos….  Que suponho tenham ido buscar o seu nome ao Gládio, a espada dos romanos….  E em verdade, em verdade vos digo, que não há Penichense digno de o ser, que não diga: A Espada quando se refere aquele peixe divino, prateado, esguio e comprido como uma espada…. E não como um espada…. Certo? Depois as miríedes de flores miúdas e belas, cheirosas como as Malva Rosas, as serigaitas das Sardinheiras , os brincos de Princesa – que nas tascas são outra coisa – As Rosas de mil cores e fragâncias …. São do Jardim como de mil cores e sabores são os peixes de cardume…. Aos centos …. Aos milhares nesta terra bendita que é terra e Mar ao mesmo tempo E que na minha cabeça se confundem…. Estar em Peniche é ter tudo isto ao alcance da mão….
Quando saio a porta de casa, tão depressa vou ao Mar buscar limões…. Como vou colher uma folha da Betadine, para derramar a sua seiva ocre numa ferida recente…. Assim tratada, arde como um raio um par de horas, mas no dia seguinte está seca, com uma bela crosta e a cicratização é irreversível.  Ou no jardim lanço largo e vou apanhar uns Percebes….
Percebem? 

                    
                                         António Capucha

                                     Peniche, Abril de 2011



segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 de Abril...Sempre



O dia em que foi instituída a esperança que não morre..... E as palavras, com memória, mas de um só sentido: O futuro....


                 António Capucha


   Vila Franca de Xira, Abril de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A marmota e os feijões

Comida levezinha


Quando foi dado o sinal de partida, a pescadinha, dita marmota, lançou-se para a frente a nadar furiosamente, tal era a gana e o empenho que, habituada que estava a perseguir outros peixes, digamos que a perseguir, rabos de outros peixes, só quando o abocanhou deu conta de que afinal corria atrás do próprio rabo. Foi ao abocanha-lo, como se disse, que sentiu um arrepio pela espinha acima… Ora, o que é que levará um bom e delicado peixe, com a cauda enfronhado na sua própria dentuça? Mistérios da natureza? Não! Culinária meus senhores culinária…. Uma arte desenvolvida pelo Homem… Melhor, pelo ser humano quando decidiu fazer de si um ser sofisticado e maneirista… Mas isso é coisa que não se deve generalizar porque alguns há que persistem em manter-se denodados lambões que à cautela, em vez do debicar moderado e educado (maneirista) dos cultores da Culinária… E á degustação preferem  uma “comangada” à fartazana….
Aos lambões, como o João Tabefe, fervorosos seguidores da doutrina da “Tripa forra”. Fé inquebrantável no prato cheio, várias vezes, até ao êxtase místico da “mula cheia”. Esta coisa da Pescadinha aleijada, contorcida como um camarão, cuja não é Alta cozinha. É cozinha popular e também não é dietética, trata-se de um frito e é o mesmo que, pouco mais que nada, para a voracidade destes armários com pernas e uma cuba de fermentação de migas que manda “ventarolas”. A quem esta pescadinha pouco diz… Era muita “mão d’obra” levar quanto bastasse pela goela abaixo, sem se engasgar com uma espinha. Isto para além de por muito corredora e caçadora que ela fosse…. Nunca foi vista a puxar carroça…..
Felizmente, naquela época era pouco frequente o primor “maricas” de Alta Cozinha. Não havia portanto razões para quem assim como o Tabefe fosse, daí sobrasse alguma vergonha, ou descriminado fosse, por essa razão….   
Hoje em dia é bem mais difícil passar por decente nestes preparos glutões…. Numa manobra oportunista, e demagógica já terá surgido por hipótese, cortar a assistência pelo Serviço Nacional de Saúde às doenças derivadas das comangas inopinadas e não normalizadas ou fornecidas por Chefes ou nutricionistas… Para ajuizar da perda desse direito, serão criados tribunais colectivos contituídos por um Juiz de direito Um chefe de cozinha maneirinho, uma nutricionista vesga e a D. Arlete, uma enfastiada de merda…
Ainda por cima, a tal imodestamente chamada “Alta cozinha”, não prova ser mais equilibrada que qualquer “farta brutos”…. É mesmo só peneiras…. Eles bem se esmifram, na imprensa coquete, por tentar passar por boa, as cozinhas de chefes. Internacionais que por seu lado se esmifram igualmente em criações siderais e ligações espantosas, e o que lhes vale é que as suas invenções nunca se irão massificar e por essa, que não outra razão, estranhamente, o negócio vai de vento em popa porque apenas é necessário que fique bem na fotografia… Quanto á freguesia, essa está garantida enquanto houverem novos ricos ton-tons e sedentos de algo que lhes confira assim como que uma certa aristocracia…. E para tal nada melhor que fazer coisas que apenas as elites fazem… 
O nosso amigo Tabefe, meu avoengo que conjuntamente com a Capuchinho Vermelho, terá dado origem à estirpe de Capuchas vermelhos, - conforme foi blogado no “ post”: “As aventuras do insuspeito João Tabefe….“ - Que não era homem para se deixar intimidar por essas estratégias que promovem aquelas comidinhas de nomes amaricados, em detrimento dos substanciais pratos tradicionais cujos nomes se dizem com a mesma facilidade com que se deixam comer… Seja por essa razão ou por outra qualquer coincidência, eu, seu descendente, brandimdo a colher de pau, contra os tachos só me saem coisas levezinhas, razão pela qual granjeei fama e proveito de cozinheiro de mão cheia E não um “unhas de fome” com a mania de atirar p’ro fino. Mas atenção…. Noutras finuras e aguçamentos… Peço meças ao mais pintado…
                 

                                António Capucha

                Vila Franca de Xira, Abril de 2011

domingo, 17 de abril de 2011

IPL. E eu à rasca...

IPL Peniche

Quantas vezes, sentado numa rocha junto à falésia do Cabo Carvoeiro em Peniche, algures entre a “Cruz dos Remédios” e a “Varanda de Pilatos”, nos Meses da Primavera entrando pelo verão até Agosto, que é quando o Sol se põe entre a “Berlenga” e o Oceano imenso à sua esquerda, ido da “Nau dos Corvos”. Sendo que Em Junho, e visto o espectáculo do meu pouso de vigilante da ordem das coisas: O promontório Norte do maciço do Cabo, o astro rei, pousa devagarinho no horizonte mesmo por detrás do farol da Berlenga Grande….  
Com o rigor da métrica de um poema todos estes pormenores estão gravados em mim de forma indelével, a fogo. E sempre que o recordo, a sensação de paz de espírito de deixa andar, tão agradável, toma-me de assalto. E eu deixo, claro….
Que saudades de quando estava ali em cima, a casa virada ao mar…. Nem era preciso olhar pela janela …. O próprio ritmo das rotinas diárias me dizia que faltava pouco para o pôr do Sol…. E lá ia eu como que hipnotizado….O mergulho do Deus Rá no Mar, dia a dia um pouco, um tudo nada, mais à direita. Sempre igual e sempre diferente… Dias houve em que jurava ter ouvido o “Tssshhh”, do ferro em brasa a mergulhar na água, a que nem faltava a libertação de vapor sob a forma de nuvens entre o rosa e o laranja…. E quando era caso disso, alguns rolos de negrume por cima de tudo isto. Que coisa magnifica….. Que espectáculo sublime…. Gratuito…
Hoje…. Onde estava a casa está a Instituto Politécnico de Leiria, onde um grupo de jovens à rasca, não têm tempo nem paciência para reparar nestas coisas…. Uns a estudar Gestão, outros Biologia Marítima ou Técnologias de Pesca e também Turismo. Sei lá que mais…. Mas sempre à rasca…. Ainda se fosse para que gerações e gerações de jovens encontrasse o seu Norte, eu dava de barato o ter perdido a casinha cosida paredes meias com o palácio real de  Poseidon que depois foi de Neptuno…. E era, até há bem pouco tempo, a República dos meus sentidos…
Para não passarem de “à rasca” qualquer lado enfiado num qualquer beco, lhes servia. E escusavam de me tirar o Sol poente como não há outro…. Há milhares de outros sítios muito mais centrais em Peniche. Muito mais ecessiveis para a estudantada que assim, tem que palmilhar uns bons dois kilómetros e meio até lá acima ao Santuário do Senhor dos Remédios fronteiro e que por muito que o IPL se estique e ponha em bicos dos pés, aquele há-de ser sempre o ex Libris local e o outro a coisa periférica, lateral, acessória…
Por acaso até tenho ideia de como foi feita essa tramóia toda…. Ora, tenho direito a um pouco de má língua, dada a natureza das perdas e danos irreparáveis que sofri…. A delegação do Instituto Politécnico de Leiria ali instalada. Surgiu acoplada aos resquícios de um colégio  ligado à Igreja: “O Colégio Atlântico” falido por gestão danosa.  A diocese de Leiria, lá fez o negócio em família, com o Instituto Politécnico de Leiria…. Este fez obras criou mais uns quantos edifícios e como o terreno é da diocese, ou camarário, é evidente numa das muitas voltas que o mundo dará  e que o Sol se porá, um belo dia deixa de caber ali com dignidade o IPL e fica tudo por junto, e agradecidamente, para a igreja que reeditará um outro colégio que até se poderá chamar “Os Carapaus de corrida”. E eu é que fiquei a berrar e fui escorraçado para a cidade, longe do convívio dos Reis e Deuses com quem privava….
Se acham que isso não é razão????…. Que vale uns quantos rapazolas e mocinhas à rasca, com cara de quem quer ir à casa de Banho….. Com o que deixei para trás….
Contudo os Deuses não me abandonaram de todo…. Estou num sitio bonito com uma Deusa romana: Flora, que na mitologia romana, é uma ninfa das Ilhas Afortunadas. Esposa de Zéfiro( Deus do vento) e Deusa das flores. E como se isso não bastasse tenho vizinhos excelentes…. E eles, os rapazolas, continuam à rasca…..
Flora Deusa das flores
                              António Capucha

                Vila Franca de Xira, Abril de 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

José Mário Branco - FMI 1982

Ver até ao fim. Curtam à ganância.Se os pelos se eriçarem tanto melhor

Quer’outriii

Família cigana

Uma mulher com um menino pela mão, presume-se que seu filho, entra pelo restaurante “O Tanque” junto ao tanque das lavadeiras na Bica do Chinelo, pequeno largo na saída Oeste da cidade. Fronteiro fica às Terças e Sextas de manhã o mercado dito dos ciganos, pois são dessa etnia a maioria dos vendedores….. A senhora na austeridade das suas vestes negras até aos pés, de mil e um saiotes e aventais pediu uma sandes de fiambre pois estava em  jejum, e um galão, para aquecer o estômago.
Ali perto uma velhota numa mesa, debicava bolinhos secos, uns quatro ou cinco, num pratinho de sobremesa.
O pequeno ciganito fixou neste quadro os seus imensos olhos escuros, brilhantes como duas pérolas negras. E que diziam eles? Só faltava babar-se…. Diziam tudo…. A boa da velhota estendeu-lhe o prato e disse-lhe que tirasse um bolo.
A mãe ante este evidência diz no seu jeito cantado:
- Aiiii menino, foi isso q’eu t’ensinei???? O que é que se diz à Senhora!?!?!?
O fedelho baixando os olhos diz:
- Aiiii Quer’ outriiii!!!!!
Ora bom…. Ninguém a mandou perguntar, não é verdade!!!!
Isto vi e ouvi, eu…. E registado ficou….. Penso que a bem das coisas boas e giras que por aí andam, à espera que delas se dê conta. E se faça memória….

                       António Capucha

           Vila Franca de Xira, Abril de 2011 

Ps- Mais um dia a resistir a falar da crise. Espécie de esgoto de suinicultura em que a nossa actualidade politico- financeira se transformou......

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sandrão

Futuro craque da bola: Sandrão
O puto tinha nascido com dois pés e o pai, um taradinho da bola, sempre ouvira os senhores do desporto das rádios e TV’s falarem dos jogadores extraordinários porque tinham dois pés…. Para o progenitor, o Sandrinho,que para a sua mãe era espectável engenheiro hidráulico de olhos azuis, seria o que ele nunca fora, - aquela febre quando era menino, roubou-lhe o poder vir a ser um habilidoso avançado de centro…. O Maradona que se pusesse a pau. Nasceu aquele que o vai destronar. Isto assim dizia o Ernesto, trolha  no Seixal, encostado ao balcão e com a língua já a enrolar-se de tanta “mine” que emborcara para comemorar o nascimento do seu rapaz… Os olhos brilhantes já o viam com a camisola do glorioso jogador peitudo e brigão, perfilado, como uma mola contida, pronta a saltar…. Mentalmente fazia os relatos dos golos do puto maravilha. E vai mais uma “mine”. As “mines” são melhores, porque mais pequenas…. Não têm tempo de aquecer….
Tocou o Té-lé-lé. Áh “Arnesto”. “Atão” parabéns pá!!!! “Tão”…. Está tudo bem? O menino a patroa? Tudo bem? Olha…. Amanhã “nã” venhas trabalhar….
O Ernesto apenas dizia coisas entrecortadas, Sim…. Pois… “Tá” bem… Obrigadinho óh chefe…. Desliga a chamada e o primeiro pensamento foi: É já “amanhim”…. Vou ao estádio da Luz inscreve-lo para sócio…Ainda não é filho de Deus – não está baptizado – mas vai ser primeiro, sócio do Benfica…. Quando fizer vinte e cinco anos já vai receber o emblema d'ouro… E será atleta do clube… Esta antecipação temporal faz-lhe sede…. Vai mais uma “mine”, óh Tonho… enquanto escorria fresca palos gorgomilos, discutia com os seus botões…. A mãe quere-o Sandro…. E isso dá com o quê?
Sandro Eusébio!?!?!? Ou Sandro Mantorras?!?!? Sandro Chalana???? Então o quê?
Tenho que pensar melhor nisso…. Mas amanhã, “quist’hoje” já deu.
O nome é muito importante…. É como os actores de cinema….
“ Tá-se” mesmo a ver não “tá-se…. Um gajo assim Durão : I kill for money… But as you are my friend, i kill for nothing!!! PUM.
E “odespois” o mangas chamar-se p’raí, Manuel Esteves…..
Aqui é a mesma coisa…. ‘Tão a ver um craque da bola marca um “golaço” e diz o locutor:
- GOOOOOOOOLO…. É GOLO DE SANDRINHO….. Tem algum jeito?
Aqui a mulher há-de ter ido buscar esta a uma telenovela….  
Antes de ir à Luz, tenho que ir falar com ela….
Ele há-de ser é: Rodrigão,  Marlom, Oregão ou assim!!!! Estas mulheres!!!!
Calhando o Sandrinho dela, apaixonava-se às Segundas, Quartas e Sextas e sofria ânsias de morte às Terças,  Quintas e aos Sábados chorava no Baile do coxo, que as gajas lhe davam c’os pés…. Ele jogador com dois pés  a levar c’os pés dos quais não precisa de todo….. Tenho que falar c’a mulher…. Ela não está a ver bem a coisa…..
Mas isso é amanhã….. Óh tonho dá aí mais uma “mine”……

                           António Capucha

             Vila Franca de Xira, Abril de 2011

 PS - Não querendo invadir a privacidade do pequeno lampião da foto, aqui ficam as minhas desculpas para algum melindre que sobeje deste facto. 
A identificação da foto é a que segue:
NO BENFICA CONTRA O VIT. GUIMARÃES, FINAL DO TORNEIO DA POVOA DO LANHOSO ... diogopinto10.blogspot.com

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Memorial do blogue

Big bizu em "A Cataplana"
Varanda de pilatos
Eu gostava de vos contar uma “estória” ao jeito de muitas que já vos contei, jocosa heróica Q. B., o mais possível fantasiosa, que não fantástica, que seja uma representação da vida ordinária e vulgar de criaturas simples, ordinárias e vulgares.( o Bilhete de identidade da juventude do meu pai dizia dele, ser um cidadão ordinário…. Era o tempo em que os cidadãos se dividiam em vulgares e transcendentes, especiais de corrida, digo eu…..)
E personagens? Sem dar por isso já vão mais que muitas….. Daqueles contos maiorzinhos: A Cataplana, ou a Verdadeira “Estória” do Atleta, só por si trazem bastantes personas, umas mais gratas que outras, mas não de forma a que as torne em personagens tipo, têm vida e personalidade no âmbito daquelas “estórias” em concreto, mas fora dela não respiram tão forte, como por exemplo o inefável João Tabefe, caçador imérito e avoengo de referência da linhagem Capucha, é um artista e tanto. Outro, o "Nandinho de Campolide". Um “pintas” que resultou da mistura, ou soma não ponderada de uns quantos personagens reais. Cada um com seu predicado mas que têm em comum uma malandrice endémica, daquelas que não sai nem com “sabão macaco”. Muitos estão a pensar que isso de sabão macaco é um recurso estilístico, uma brincadeira de palavras…… Pois não senhor…. Fiquem sabendo que existiu…. Era um sabão ou um conglomerado de detergente com material abrasivo, que fazia o efeito que hoje em dia é feito por uma panóplia de produtos que se comem uns aos outros, em concorrências nem sempre leais, coisa a que o bom do macaquinho era poupado…. Estava só no mercado…..  
E "o Constantino"…. O tal que dava choques eléctricos, com a sua imponente narigueta, pequenês quase anã e barba cerrada que parecia lixa nº 3….
Outros de tão reais que deixam um buraco aberto pela sua ausência.:
O Vasco que amansava cavalos, bestas…. Capucha….
O Tonho amigo próximo e distante, que Trouxe a aviar copos na marginal Norte do Cabo Carvoeiro (Peniche em "As Traineiras também se abatem") ao pungente Manel "Bitoque" de alcunha, que deriva de um outro bitoque que era Zé e esse,  foi-o efectivamente e ainda o deve ser….
Personagem de mistério esta Estela Serrano, interprete da mais sensorial experiência proporcionada pela enorme força mística do promontório do Cabo Carvoeiro. As sensações que esta paisagem e toda a conjunção dos diversos elementos em presença, são de tal forma avassaladores que uma personagem máscula, não exprimiria tamanho acervo sensual…. Sem a mais pequena hesitação fui Estela Serrano, sem dar por isso e em minha opinião este conto a “Varanda de Pilatos” é um hino à sensibilidade feminina. Embora por vezes me queira parecer que hoje em dia as moças prefiram ser assim uma espécie de “Rambas”. Conceito em que a heroicidade substitui a fragilidade, ao mesmo tempo coureácea feita de sensibilidade a rodos, que delas faz aquilo a que num raro, (porque de qualidade), filme Holliodesco, se chama “Flores de aço”….. Senti-lhes a força ao cria-lo. Felizmente não me faltou agilidade mental para o fazer…. Exactamente por isso é um dos textos de que mais me orgulho….. Pode parecer muita coisa, mas é só isso, o que já não é pouco…..
Revisiteei-os e gostei…. Revisite-os também e digam-me qualquer coisa.
Consegui o que fundamentalmente queria, que era não falar da merda da crise que já foi financeira e económica e que agora é também política. Mas tenho para mim que o que é, é MERDA, pois a isso cheira. Já mete nojo ouvir tanta gente a repetir-se e a grizarem-se todos, sem uma pontinha de originalidade. Os nossos jornalistas, cronistas, comentadores e blogistas, arregimentados até aos tomates e a repetirem até ao absurdo a mais baixa expressão dos média portugueses de que tenho memória…..
Escapemos pois a esta vergonha colectiva…..
"Vasco o Amansador de Bestas"-Capucha
                                                                                      
                             António Capucha                                   

                 Vila Franca de Xira, Abril de 2011


sexta-feira, 8 de abril de 2011

nova bandeira italiana

Nova bandeira de Itália, proposta por Berlusconi
Fiquem-se com esta durante o Fim de Semana.....

António Capucha

A Mãe




 E com todo o prazer que aqui divulgo mais esta produção do Teatro Municipal de Almada. 
E VIVA O TEATRO!!!!!



terça-feira, 5 de abril de 2011

Más companhias II


Já aqui blogamos o assunto das "Más Companhias"( 3 de Março de 2011), a saber e comprovadamente: A Portugal Telecom, (neste momento e desde que os pus com dono, pago cerca de um décimo do que andei a pagar toda avida à PT). PT, a que muito provavelmente se juntará a EDP....
Curioso é que seja sempre em alturas em que uma qualquer crise anunciada, desencadeia os menos recomendáveis métodos de reequilibrar as suas Tesourarias. E à custa de quem? Ora como também já aqui blogamos, será à custa da inesgotável "Classe Média", e socorrendo-se dos truques menos subtis, em boa verdade são até grosseiros, como repetição de facturação (já me aconteceu), ou a invenção pura e simples de taxas e sobretaxas e prestação de serviços inexistentes. Tudo isto tem a ver com a compensação das perdas provocadas pela crise.... O que não bate certo, parece até muito mal, é que estas Empresas, haja o que houver, por mais profunda que seja a crise, apresentem sempre invejáveis resultados anuais..... E porquê, pergunta-se?
-Porque é baseado nos resultados anuais do exercício destas empresas, que são calculados os prémios aos inefáveis administradores. E para que estes sejam altos, é necessário que os resultados o sejam também.....
Simples, não é?
Outra questão desta mesma realidade, é que toda a gente saiba disto, e as ditas Empresas continuem  a dispor de uma licença para roubar.... Claro não obviamente autorizada, mas que conta com o silêncio das entidades a quem cabe a vigilância em nome do Povo, da lisura de processos destas coisas.... Também não ajuda nada o facto das máquinas administrativas destas Empresas seja pesadíssima. Só Conselhos de Administração são sempre dois. Sendo que um é executivo e o outro é mais ou menos honorífico. O que é certo é que quer um quer outro, custam a estas empresas os olhos da cara.... E esta filosofia estende-se como massa tenra, a todo o seu tecido administrativo... Neste caldinho de Cultura de Empresa, nadam estas e outras arbitrariedades que já são tidas como "norma" e forma segura de alicerçar o sucesso empresarial.....
Neste preciso momento estou a tentar suscitar o esclarecimento, de uma mais que provável fraude, e a empresa em causa (a EDP) nem se digna responder-me aos "emails". E isto não é executado por uma máquina, ou o sistema informático, como agora se diz, São efectivamente pessoas, como eu e  todos nós, com a pequena diferença de que acham, - estúpidamente acham.... Que têm muito a perder. Na maior parte dos casos trata-se de pequenos chefinhos de repartição a brincar aos quadros de empresa, com sopas gravatas e tudo (como dizia o Solnado), e a pasta à James Bond, onde à falta de melhor trazem o lanchinho, à cambalhota  com uns documentos, altamente secretos, tão secretos que não têm importância alguma. A não ser para ele que os vê e revê, como um Padre lê e relê o Breviário.... 
Em boa verdade e em conclusão, é fundamentalmente nas mãos desta gente que repousam os nossos direitos de consumidores. Os senhores importantes desta rábula são intocáveis. Até arranjaram uma figura que é muito bem paga, para levar com os tomates e os ovos podres em seu lugar.: O Provedor do Cliente.... Peça fundamental, da gestão moderna e funcional que apenas, APENAS, é pago (ao que suponho: bem pago) pela Empresa.... Não se está a ver para que lado pende, esta figura de mistério?
No caso da EDP, ratões, só se pode dirigir a ele dois meses depois de reclamar sem resposta da estrutura....
Está tudo muito bem, não está???? Diria o Cândido a Pangloss....  ("Candide, ou l'Optimisme") de "Monsieur le docteur Ralph".... Aliás de Voltaire..... 
Meus caros amigos, olho aberto..... Hoje é comigo. amanhã pode ser qualquer um....


                     António Capucha

       Vila Franca de Xira, Abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Dúvida metódica

Vai acima..........

Se um sociopata é um indivíduo com deficiente comportamento social que pode levá-lo a cometer crimes contra a sociedade.....
E um psicopata é um indivíduo com deficiência psicológica que o pode conduzir ao crime.....
Então porque é que um osteopata, não é um paroquiano beato e  devorador compulsivo de hóstias, ou um sacristão que rouba hóstias......

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Noticia de última hora.....

 (ruído de telex.......)

O actor Norte Americano de origem italiana Al Pacino, recusou protagonizar um filme sobre a vida de António Aníbal Cavaco Silva, Presidente de Portugal e dos Algarves. 
Segundo a imprensa da especialidade, na base dessa recusa esteve o facto, de o actor  ter os cabelos demasiados rebeldes e não ter sido possível, mesmo com a aplicação de Isabel Queirós do Vale, domar-lhe a trunfa até ao irrepreensível risco ao lado e popa à pipas, da figura do Ex.mo Sr. Presidente.... Num estudo que terá feito da personagem,  referiu ainda o actor, sobrava ainda a dificuldade em encontrar uma actriz plausível para interpretar a figura ímpar de Maria Cavaco Silva. Cujo perfil se situa entre a madona em Evita, e a Madre Teresa  de Calcutá a fazer de Madre Teresa de Calcutá.... A maior parte das actrizes contactadas apresentavam falta de perímetro.......


                                "A bronca" semanário idiotó-informativo
                                  Vila Franca de Xira, Abril de 2011

Cavaco Silva

Al pacino
                                                                                                                     
                                            António Capucha
                                       A um de Abril de 2011

Dia dos enganos

pinóquio
Ainda o dia primeiro de Abril vai a meio e já encaixei dezenas de petas. No dealbar de trinta e um de Março para hoje, e já me estavam a “tanguear” e eu a ir no bote. É que todos os anos caio que nem um patinho…. A minha mulher de olho arregalado, misto de incredulidade e expectativa defensiva, Nestes preparos irrompe na sala, onde eu dormito ao som velado da TV e diz “intercortadamente”: Ai tonica esqueci-me de te dizer!!!! E diz!!!! Uma peta do tamanho do Himalaia, todo inteiro. E a restante famílias de sobreaviso, cães incluídos, de parte a gozar o pagode. A olhar  o estremunhado despertar do parolo…. Há-de ser um espectáculo e tanto, a avaliar pelas expressões de gozo deles, com a minha ingenuidade e genuína revolta que expresso socorrendo-me de toda a panóplia de coisas desde a dureza da expressão facial à diversa expressividade do português de faca na liga e murro e carolada à Cais do Sodré…. Os sorrisos continuados deles, acabam por surtir efeito e devagar, devagarinho, lá vou dando conta do laço… E sou até capaz de respirar de alívio, em vez de ficar zangado com a brincadeira. Bom….. É massagem cardíaca….
Mas é da tradição a esparrela do primeiro de Abril. Hoje em dia os noticiários estão a fugir a essa tradição, com medo, digo eu, de estragar o efeito das outras tretas que nos vão contando e com esse osso nos vão entretendo a raivinha de dentes. Depois no meio de tanta “estória “ mal contada, quando não são, descaradas mentiras, é difícil distinguir a peta do dia um de Abril… De modo que foi caindo em desuso….Há até uma série da TV, em que um “Amaricano”, já se vê, descobre as mentiras por pequenos trejeitos dos músculos do rosto…. Com os nossos jornalistas e uma grossa fatia dos nossos (Lagarto!!! Lagarto!!! Lagarto!!!) políticos, os músculos do rosto estão tão ginasticados que as suas fuças, são assim como um mapa dos Alpes em relevo e outros ainda menos treinados têm cãibras a arremedar sorrisos de ávidos caninos, feitos….
Neste período a “season” é propícia à introdução de petas….
A técnica mais usada é a da meia verdade ou, a da semelhança da verdade através da qual se instila suavemente a mais torpe mentira e manipulação mais ardilosa…. Cuidado portanto.
Falta apenas metade do dia dos enganos…..
A crise é mesmo real e, depois desta Meia-Noite, não há espaço para nos enganarmos…..


                          António Capucha

             Vila Franca de Xira, Abril de 2011