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terça-feira, 24 de maio de 2011

Eleições

Ho…ri…óps….. Marlene


Já me referi mais que uma vez a propósito de varias outras questões colaterais a esta, que as Eleições para cargos na nossa República, está cada vez mais desviada da letra e espírito da Constituição. Senão vejamos: Embora para o cargo de Primeiro Ministro (PM) não haja eleição prevista, todos os Grandes partidos, se calhar só dois, embora o CDS como é hábito, se ponha em bicos dos pés… Acaloradamente se posicionam para disputar a eleição para PM …. Coisa que não existe…. E comete até a relativa “ilegalidade”, de passar por cima de uma séria de procedimentos a ter pelas outras entidades da República, a saber: O Presidente e a Assembleia da República. O Primeiro Ministro, não é eleito… Pode até não ser o cabeça de lista do Partido mais votado para a Assembleia… Pode até haver várias combinações possíveis para conferir maioria suficiente e capaz de governar e poder aprovar só por si as leis vitais para gerir as questões da coisa pública…. Nem é exactamente a mesma coisa concorrerem três candidatos a PM, ainda que esclareçam como pensam fazer as alianças pós eleitorais. Ou concorrerem as listas, umas contra as outras e após as eleições, analisados os resultados, e formadas as maiorias,  o cabeça de lista para deputados do partido mais votado será convidado por quem de direito. o Presidente da República a formar governo. Agora, e por absurdo considerem o seguinte….. Estes candidatos a PM, sedentos de projectar a sua individualidade, figuras impares que se acham ser, temerariamente passam a campanha a dizer que, com este e aquele partido…. Nada de coligações, apenas porque lhes dá jeito ao discurso ou por questões de markting…. Depois das eleições se a realidade for diferente dos seus desejos e não for possível haver maioria sem aquele tal que andou toda a campanha a negar a possibilidade de coligação. Com que credibilidade fica à partida esse eventual PM?  A esta festa todos ajudam, médias à cabeça. Claro que é bem mais excitante um candidato a PM que um obscuro candidato a Deputado. Do mesmo modo que é mais e melhor noticia, se estiverem envolvidos 30 mortas e centenas de estropiados, do que a desmontagem de uma rede de tráfico de crianças, mas onde não perpassa o horror, o drama de uma violaçãozita de um menor….. E até nós ajudamos à festa pois consumimos preferencialmente este tipo de coisas picantes, excitantes…..
Só que, ora vejamos: Desta forma os Partidos deixam de ser estruturas de pessoas com opiniões e vontades semelhantes sobre o pais e a sociedade e passam a ser os ajudantes do senhor candidato a Primeiro Ministro. Depois o que ganhar, em vez de servir o programa do Partido, é o partido, grupo parlamentar a cabeça, que serve o seu senhor. Grossa confusão se desenvolve a partir de um equívoco aparentemente inócuo. Derramam-se depois, lágrimas de crocodilo a propósito do descrédito dos parlamentares….Mas pouco lhes sobra para desempenhar a sua tarefa. O seu eclips, é função directa do personalismo político,  que, e tal vai o desvario, que já há quem concorra para Presidente da Assembleia da República.... Extraordinário....
Numa altura como esta, em que o mais pequeno deslize é a morte do artista, não são só os governos e as maiorias que têm que ser fortes…. Os PM’s também convêm que não tenham pés de barro ou sejam fracos das canelas….  E já agora também dava jeito que não fossem tão “Naíve’s” como isso, ou tão de olhos arregalados do constante espanto da descoberta: “da pólvora sem fumo e do tiro sem pum”!!! Ou ainda com uma boa dose de oportunismo, assentar  todas as baterias e paus de fósforo, para um determinado sector da sociedade, na perspectiva de conseguir a percentagem de share, que lhe permita ser a moleta de… Quem ganhar….. 
Dirão:  Ãh  são estratégias…. Sentido de pragmatismo…. Boa qualidade Para um político….
Se eu conheço a forma de pensar do povo, o que vão achar desta amálgama de Bons rapazes, é que é mais fácil que o Ex. Chefe do FMI tenha estado a “jogar aos três cantinhos” com a empregada do Hotel, que sair destes “valetes” um Primeiro Ministro forte, experiente e de mãos limpas, para fazer as reformas e as quase revoluções, que são necessárias fazer…..
Não me ponho p’raqui a fazer futurulogia, mas apesar da gravidade da situação exigir outro comportamento, ninguém mudou uma vírgula à forma de encarar as Eleições…. Portanto eu não espero mais do que já vem sendo a tendência geral: O descrédito e simultâneo afastamento da acção política por parte dos eleitores….
Mais do mesmo…. Portanto.                         


                        António Capucha

          Vila Franca de Xira, Maio de 2011

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