É uma tarefa e tanto contar-vos…..

É uma tarefa e tanto contar-vos o que andei a fazer nestes últimos seis, sete meses.

Pois é, estive, internado nos diversos hospitais ao nosso dispor. A ronda teve início quando um cardiologista me achou em alto risco de vida e por via disso internou-me desde logo nesse mesmo dia em St. Marta. Estávamos então a vinte e sete de Setembro do ano passado. A ideia era operarem-me às coronárias e, claro, fazer a tonelada de exames e tratamentos complementares. O então cirurgião recusou operar-me dado o elevado risco de infecção pós operatória por causa das feridas que eu tinha nas minhas pernas, coisa feia de ver e que me faziam dores horríveis umas chagas enormes renitentes em sarar e a ameaçar infecção…

Mas o bom do doutor tinha lá a sua razão, volvido cerca de uma semana depois período de tempo em que aprendi a detestar a rotina de um hospital, é feroz e estúpida a forma como uma boa parte dos profissionais da saúde sustenta mitos e metodologias completamente erradas, coisas simples levadas ao absurdo do rigor enquanto outras mais prementes, digo eu, são claramente negligenciadas. Mas, dizia eu, que o bom do Dr. Não andava longe da verdade e volvida a tal semana já referida tenho um AVC e entro em coma por cerca de três semanas. Do qual regressei aparentemente sem mazelas. Mas não recordo nada desses dias nem do imediatamente antes ou depois, ficou tudo apagado.  Mas dizem os meus familiares que foi algo de francamente deplorável,: todo eu eram tubos ftiz duas diálizes fui umas quantas vezes reanimado, trazido para o lado de cá. Há-de ter sido nessa fase que entrei em delírio e os registos que sobraram até hoje  colocavam-me nos sítios mais incríveis, como por exemplo: Londres, no  meu velhinho Quelhas2 ,enfim disparates…. Mas ao fim de três semanas estava de volta ás tristes rotinas hospitalares. Depois mais    uma ou duas semanas em St. Marta e deram-me alta para ir para uma unidade de cuidados continuados, assim se fez. Durante os cerca de mês e meio que lá estive,  tive uma diarreia  bem rebelde. E a médica de lá  mandou-me para S.José onde fiz uma série de análises fiquei internado, acabei por ser operado ao cólon onde me foi detectado um bicho mau,, que eu aliás vi na colonoscopia que havia feito, mas o processo era global, a operação acabou por ser quadrupla: além do colon também também me repararam uma hérnia no umbigo, bem como me surripiaram, o apêndice e como as feridas da perna esquerda estivessem a gangrenar amputaram-ma ao nível do joelho. E foi assim que me vi no dia seguinte numa enfermaria daquele hospital. Mais rotina ,dias iguais pastosos lentos por mais uns meses, até que resolveram transferir para o hospital de Vila Franca donde acabo de ter alta. E pronto aqui me têm de novo a reatar o nosso convívio, este não é bem o estilo literário a que vos habituei, mas tinha que vos relatar as peripécias daquilo que representa   mim ,uma viragem na minha vida e não podia ser contornada, porque é demasiado forte.