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terça-feira, 30 de abril de 2013

Peniche, Templo de Natureza....


Cabo Carvoeiro e nau dos Corvos

Já vão sendo horas de dizer qualquer coisa, não exactamente qualquer coisa, mas coisa que se veja e sinta.... Por motivos de força maior, há umas semanas que não vou a Peniche, que é coisa que funciona como contra-balanço das rotinas de Vila Franca.... As rotinas lá, são mais largas e intensas, as emoções mais fortes, e as tintas desses quadros locais, são de tons fortes, vivos.... E os aromas vão desde o jardim e as suas flores na terra húmida, ao cheiro forte a maresia. Constante daquelas bandas. E ouve-se o nevoeiro nocturno, que faz com a luz de iluminação nocturna, amarela, um estranho efeito, em que se vêem distintamente as coisas, como se fosse dia. O efeito fica completo com as sirenes dos farois, lúgubres, e ao mesmo tempo musicais. Apesar de todo este aparato mais o GPS, volta não volta lá fica uma ou outra embarcação espetada nas rochas gigantescas do Cabo Carvoeiro, Uma vez vi um enorme cargueiro com a proa assente na Lage dos Pargos.... E de outra, um navio carregado de ferro entre o Cabo e a Nau dos Corvos.... E se a um lhe bastou esperar pela maré alta, para se desentalar. Ao outro foi o cabo dos trabalhos para o desencalhar.... E uma pobre traineira, encalhada junto ao Alto do Frade, levou tanta porrada de Mar que se espatifou toda... Quem anda ao Mar, como eles dizem, é que dá o justo valor a estar em terra. 

                                            António Capucha

                             Vila Franca de Xira, 30 de Abril de 2013

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Bom, a vida continua!


Bolinha

Ora.... Mais um  dia sob a presidência de Aníbal Cavaco Silva, ainda respira, o homem! Também não queria que me pesasse  na consciência que ele parasse de respirar. O castigo de ser estúpido, não é, ainda não é, a morte. O verdadeiro castigo é arrastar-se pela vida fora a exibir a sua estupidez.... 
Bom, a vida continua! O Céu permanece azul, o vento continua a zunir-nos aos ouvidos, o Sol lá no alto ilumina e aquece toda a cena, qual projector. Dizem que nevou nas terras altas nesta vaga de frio serôdia... O Mar, continua a malhar nas rochas e a desmaiar na areia.... Quem se lixa, é o mexilhão... As rosas de Santa Teresinha, já devem ter rompido dos "casulos" em que embrionaram.... E as nêsperas devem estar a amarelar ao Sol, provocadoras de melros... E o pinheiro maneta chora baixinho a dor da amputação das ramadas viradas a Norte.... As devastação causada no roseiral, pela alvarenguice do bolinha. A exuberância rasteira das "orelhas de mula"..... E a "aroucária", à entrada perfilada qual sentinela, do alto da sua majestade, tem como olhos as rolas, e agitando os braços,.dirige o coro do jardim, que canta as suas cores e odores....

                                            António Capucha

                            Vila Franca de Xira, 29 de Abril de 2013

sábado, 27 de abril de 2013

O Sr. que nunca se engana e raramente tem dúvidas....( ou será ao contrário?)



O Congresso do PS deu uma resposta à altura do discurso disparatado do Presidente. Que esperaria a sumidade?  Era mais do que evidente que isto iria acontecer. Ora o Sr. em causa é inábil e petulante, mas ingénuo não é.... Desde que o conheço nestas vidas da política ele nunca cedeu às opiniões adversas. Deve ser um super-ego sem remissão, que "nunca tem dúvidas e raramente se engana". Então só pode ter feito o que fez para prejudicar o governo, ainda que isso custe ao PPD-PSD de que ele não é nem nunca foi um militante, é mais assim um usufrutuário da sua horta. Primário como é, ou foi, nos golpes que ensaiou, alimenta ódios de estimação, a quem não o serviu incondicionalmente, e mesmo a quem o serviu e inclusivé o safou de inúmeras trapalhadas, e entre esses que nunca lhe foram ao beija-mão, está o Passos Coelho, e eu começo a achar que este disparate de discurso destina-se a "vingar-se" deste rapazola que nunca nutriu por ele o devido respeito... Sabia que se assim procedesse, acirrava a oposição ao governo, em vez de aplanar o terreno para que se pudesse dar o tal concenso de que o Governo precisa como pão para'boca. Como disse, ele é inábil, tem a subtileza de um elefante numa loja de porcelana, não sabe aceitar uma opinião contrária à sua, não nasceu para isto, é um cara de pau que se acha acima de qualquer suspeita, (no entanto veja-se o caso do BPN e da Casa dÁlbufeira), mas não é ingénuo.... Faltava saber por último que é vingativo. Esta figura, não tem perfil, nem para chefe duma esquadra de policia de boliqueime, quanto mais para Presidente da República.... E ainda está por provar a sua propalada competência. Como Primeiro Ministro desbaratou o maior caudal de sempre de dinheiro da Europa, eram milhares de contos de reis por dia, ainda não eram €uros. Era assim à pásada, e gastou tudo em asfalto.... E acabou o mandato de gatas, a mergulhar na, talvez, maior crise de corrupção do poder, de que há memória...   

                                        António Capucha

                       Vila Franca de Xira, 27 de Abril de 2013

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O Sr. Silva, volt'atacar....




O Sr. Silva é um tipo com o raro privilégio de atrair microfones a tamanhas vulgaridades. De facto quando abre a boquinha, ou entra mosca ou sai asneira. Ontem não falhou, igual a si próprio, os assessores lá lhe prepararam um discursozito, ao seu jeito. Feito de dentes e de raiva ao vinte e cinco d'Abril que era suposto estar a comemorar. apelou aos consensos necessários ao governo, e, colocando-se nessa pose, Mais longe ficam as hipóteses de consenso. Ainda não satisfeito acrescentou que o caminho da austeridade, tem que ser trilhado, há tempos era o inverso, lembram-se... Caiu-lhe a mascara, que sempre esteve mal ajustada. Os seus assessores são gente tão capaz, que já conseguem superar-lhe o estilo e conteúdo, da verborreia. Em vez de unir, desuniu, o seu discurso foi um vómito de raiva.... Quando todo o País, em coro, diz do seu desespero por estar farto de austeridade, nas comemorações da data que comemora a restauração da Liberdade, o nosso representante supremo resolve distanciar-se de nós, do povo que tão mal representa. Não sei quê, coesão nacional, consensos, e austeridade.... Que cara de pau.... Que falta de jeito. Apela formalmente ao consenso, com um lóbolo, e com o outro fica do lado que acirra a oposição. Acho que estão criadas as condições para centrar fogo, ele pôs-se do lado de apanhar as pedradas..... Foi ele que escolheu, pôr-se a jeito.... Espero que não haja piedade, fora com eles já....  

                                    António Capucha

                     Vila Franca de Xira, 26 de Abril de 2013 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vinte e cinco d'Abril Sempre...




Hoje estou sem sono, como há quase quarenta anos estiveram os militares que saíram a terreiro, para nos devolverem a esperança. O que começou por ser um movimento corporativo, depressa extravasou, e estendeu-se a todas os sectores dos militares, e civis e adquiriu contornos claramente políticos, a começar pelos conceitos mais prementes há altura, como sejam a restauração das liberdades de associação e manifestação, de imprensa, a libertação dos presos políticos, em suma, as liberdades "lacto censo". E o fim  da guerra colonial. Quase tudo o mais seria coisa que viria por acréscimo, Pouco se dizia quanto à forma política que revestiria todo esse conjunto de novidades, mas estava quase implícito que os pontos importantes seriam a Democracia,  o pluralismo e eleições livres e uma nova Constituição. Como se sabe, Haviam ao Tempo diversas formas de Democracia, desde a representativa. do tipo Europeu, à popular, dos países do leste e China. O fim da guerra colonial implicava a independência das Ex-Colónias. E isso ficou muito claro logo do principio. Não tão claro era o quem é quem e quem mandava. A primeira figura foi o General Spínola, figura petulante e controversa, que teve a lata de se achar a referência dos militares revoltosos, e negociar com o Marcelo Caetano a rendição do regime. Em relação à sua figura os militares também conhecidos pelos capitães d'Abril, estavam divididos... Montes de contradições e acções muito mal explicadas, vieram a resultar no progressivo afastamento do General e a assunção da nova estrutura dominante: Um novo Conselho da Revolução. Também não isento de divisões, teve no entanto o mérito de rebocar a situação até serem cumpridas as promessas fundamentais. 
O resto já se sabe como foi. o que nem toda a gente sabe é como tudo nasceu. Chamei-lhe há dias o dia  em que quase se fez um milagre. A Constituição, em vez de uma Democracia pluralista avançada, acabou por criar um sistema de "partidarite aguda".  O surgimento dos partidos foi algo de muito importante, significava o ploralismo político, mas não se esgota neles, nos partidos.       Torna-se bem difícil criar qualquer organização de intervensão política, de Democracia directa, iniciada por cidadãos independentes, dos partidos, qualquer outra, que escapasse ao seu controlo, não era bem vinda. Assim se tornaram na forma quase exclusiva de fazer política. E para nossa desgraça os partidos trocaram as ideologias que os distinguiam, uns dos outros, por apoios de grupos de interesses económicos, que os ajudássem a ganhar eleições. A militância, cedeu o lugar ao clientelismo político, e os programas políticos deixaram de o ser, para no seu lugar surgirem as estratégias de grupos de poder global, que tinham por base empórios económico financeiros e agora também expressão política, com possibilidades de influenciar e até legislar   no seu interesse. Claro que a contrapartida disso resulta na mais hedionda exploração da população trabalhadora, mas não só.... Também ficou para trás o interesse Nacional. 
Honra seja feita ao PC e ao BE, que mantém a sua matriz ideológica. O resto, desgraçadamente, está vendida a interesses vários que não os do povo e da Nação portuguêsa. E esta situação dura até hoje, de momento agravada pelas contradições da chamada crise, que nos vem sendo imposta, com os efeitos que todos sentimos. Já se ouvem vozes dentro da tropa a dizer que: temos que fazer outro vinte e cinco  de Abril, Por mim estão à vontade....  Nós povo, teriamos muito pouco, ou nada a perder....  

                                                    António Capucha

                                    Vila Franca de Xira, 25 de Abril de 2013

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Que Viva o Teatro...


 "Barrigas e Magriços" a partir do conto de Álvaro Cunhal, por Teatro do Zero 25Abr.
Imagem promocional de "Barrigas e Magriços" a partir do conto de Álvaro Cunhal, por Teatro do Zero

"Barrigas e Magriços" a partir do conto de Álvaro Cunhal, por Teatro do Zero

Vila Franca de Xira, 11:00

Promotor: Teatro do Zero
"Barrigas e Magriços" a partir do conto de Álvaro Cunhal, por Teatro do Zero, pelas 11h00, no Ateneu Artístico Vilafranquense, em Vila Franca de Xira.
"Num Portugal de há muitos anos atrás, havia homens que comiam tanto tanto que todo o corpo podia ser estômago; outros, não tinham nada para lá meter. Os primeiros, Barrigas; e os segundos Magriços – símbolos da maior injustiça que há entre os homens, que é uns poderem viver servindo-se dos outros. Tempos cinzentos, esses, em que Barrigas dispunham da vida de Magriços e em que, contra eles, quando achavam preciso, lançavam ameaças e castigos.
Havia também Soldados - Magriços que prendiam outros Magriços quando o Barrigas mandava.
Mas o tempo muda, os dias florescem e os homens, quando são Magriços, não o querem ser para sempre. E para isso revoltam-se, apoiam-se, sonham com um mundo onde todos são iguais e ninguém tem que servir ninguém. Outros, quando são Barrigas, querem continuar sempre a ser servidos. Os Soldados, chamados, têm que fazer uma escolha – quem acham que eles deviam defender?
O tempo mudou. Era primavera…"
Bilhetes:
Até 12 anos Entrada Livre | Sócios 2€ | Público Geral 4€
Reservas para ateneu.bilheteira@gmail.com

A Terra do Nunca....



Aterra do nunca, é aqui senhores.... É entrar senhorias.... Venham ver com os vossos olhos a terra do nunca, em qualquer outro lugar as coisas terminam da mesma forma que começaram, como a vida... Se teve começo necessariamente terá um fim, tão natural, e temporal como o nascimento, se este não tiver ocorrido então o outro, o final, nunca ocorrerá. É a ordem natural das coisas, não é verdade. Mas não na terra do nunca. não se sabe bem porquê mas as coisas nunca acabam. E também alguma vez tiveram inicio.... Simplesmente se prepetuam no espaço e no tempo, sem necessidade de origem, ou que se questione a seu fim. Apenas as formas de vida mesquinhas escapam  a esta ordem perversa, as formigas e bicharocos que tais, por falta de dimensão, diria, têm uma existência comum. Os humanos por exemplo nascem, mas coitados, trazem logo de inicio, sem poder de escolha, o pecado... Veneal assim chamado dada a sua condição veneal. depois a sua vida é um tornear constante dos pecados que se lhe atravessam nos caminho e que não têm fim próprio, só cessam com a sua morte. Avida dos cidadãos começa com o pecado e termina com pecados, de modo que ninguém ganha o Céu, e vão alimentar a fornalha do inferno que é a energia que aquece as caldeiras da climatização do Céu. Isto é servem para o mesmo que os Judeus serviram para os Nazis. Os religiosos, dizem ser a justiça Divina... Mas eu acho que não passa de uma artimanha dos manhosos do costume para prepetuar o seu poder, dito itemporal, porque não se lhe conhece um inicio, e não se vislumbra um fim. Ou  não estivesse-mos nós na terra do nunca......

                                                  António Capucha

                                  Vila Franca de Xira, 24 de Abril de 2013

terça-feira, 23 de abril de 2013

O Dr. dos computadores...




Ontem fui levado a ir ao Dr. dos computadores porque "em casa de ferreiro, espetos de pau". O Francisco (meu filho) é informático senior, mas só depois de nos chamar, mil vezes, burros e borregos é que se disponibiliza para nos ajudar. O tal Dr. do net entrou-me no pc e disse de sua justiça que havia qualquer coisa de pérfido com a "fire Haal". E aconselhou que fosse este formatado. Se outro condão não teve, teve pelo menos o de despertar o Francisco que me chamou montes de nomes por estar a recorrer a estranhos tendo-o a ele. agora é que vai ser. Agora é que ele vai repará-lo a sério. De resto este final de Inverno tem sido um inferno para os computadores cá de casa. Ele foi o monitor grande do pc "desck top" ontem foi o alimentador desse mesmo e sabe-se lá o que por aí virá mais. Estes infernos já não são para mim.... Dantes, o mais das vezes, reparava as anomalias existentes, mas agora falta-me qualquer coisa. não estou tão hábil nem tão expedito para o fazer. O francisco ocupou nessas coisas o meu lugar, só que me faz confusão a anarquia de que se revestem as suas acções de reparação, que normalmente consegue, mas a bagunça é tal... São ferramentas espalhadas por todo o lado parafusos espalhdas, nem sei como é que resulta bem... Mas que resulta, resulta.... Instinto tem ele.... Pode parecer-vos que essas coisas são actos de conhecimento científico,mas eu que tenho alguma experiência nessas coisas digo-vos que mais de metade dessa especialidade é instinto. depois conta também a formação técnico científica e o método ou organização.... 

                                                  António Capucha

                                 Vila Franca de Xira, 23 de Abril de 2013 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Informação na TV....



Mais um Benfica/Sporting, E como sempre não posso entrar na liça porque não vi o jogo. Quando quis saber do resultado, corri os canais de notíçias e estive uma porção de minutos à deriva, porque nem a noticia era dada nem um resumo, que demonstrasse o que foi de facto o jogo, foi mostrado. para que facultasse a nossa opinião. Em vez disso, ouvia-se "conversa fiada" de comentadores de tal forma inócua que não se vislumbrava através dela, qual tinha sido o resultado... A opinião deles, não me interessa para nada, porque técnicamente deficiente, as suas paixões também estão ridiculamente reprimidas, em nome de um independência que por mais que queiram nunca será evidente. O que é evidente é a sua ignorância na matéria, e os seus esforços patéticos para parecerem independentes e elevados, esforço esse, absolutamente inútil.... E é isto que agora temos na nossa informação... Não é a notícia que vale, o que vale é encher chouriços, como se o tempo fosse um inimigo que é incómodo... Não é um elemento natural das coisas. Gasta-se o tempo em futilidades. E o que é de facto notícia, perde-se neste mar de vulgaridades. Isto é no futebol, que tem a importância que tem, mas na política é o mesmo.... Qualquer badameco é convidado a expor a sua petulância e ignorância..... porque informar, objectivamente não interessa, o que interessa é encher o chouriço, não interessa com o quê.... Será só incompetência e incapacidade, ou é uma coisa bem urdida, para enganar os lorpas do costume, isto é: NÓS!!!! Aos políticos questionam-se economia e finanças e depois aparecem os banqueiros a dar "Bitaites" sobre política.... É afinal a expressão real do, quem é quem, hoje em dia. Os políticos são uns badamecos, marionetas dos senhores da finança. E os senhores da finança são os Deuses do Olimpo.... Será que é preciso que surja um ditador que inverta este tipo de coisas' Será que a Democraçia, é tão imperfeita que não tem hipóteses de derrimir e resolver estas questões? Será que estamos inevitavelmente dependentes desta estrutura de poder? Será que há uma forma de sair dela? Claro que há.... E a forma de o fazer é todos nós aumentarmos os níveis de cidadania e intervenção cívica.... Aumentarmos os níveis de auto-estima e exigência em relação aos que estão ao nosso alcance . Isto é, aos que elegemos para nos governar ou representar.... Olhar sempre de frente e de través, par eles, e nunca lhes dar confiança.... Seguremos nós as rédeas do nosso destino colectivo... Deixêmo-nos de rivalidades aparentes e vaidades vazias... E vamos aprender a não nos deixarmos enganar.... É o primeiro passo.... 

                                        António Capucha

                         Vila Franca de Xira, 22 de Abril de 2013

sábado, 20 de abril de 2013

A data em que quase se fez magia.



Aproxima-se a passo de galope a comemoração da data em que quase se fez magia. A provar que não se fez, está a existência deste governo. 
É tempo de reflectir sobre o quê e onde falhámos. Lembro que uma coisa que foi bem presente, foi a sensação de sermos protagonistas da História que íamos escrevendo. Pela primeira vez na minha vida as pessoas pareciam dar atenção ao que eu dizia ou fazia. Isso é poder, e eu não sabia, e isso vim a pagar mais tarde e com juros. Na altura, ninguém me roubava a bola.... Arrisquei guerras com oficiais superiores na tropa, e ganhei-as.... Na guerra dos argumentos era difícil bater-me.... Mas na guerra de me ser familiar esse poder que me fazia sentir cada vez mais forte, foi fácil vencer-me/nos. Chama-se a isto vulgarmente, falta de experiência. Devíamos ter sido tão duros e firmes com qualquer desvio, quanto foram connosco.... E usar de alguma prudência, e, fazer as opções certas. Assumimos frentismos corajosos mas insustentaveis..... Deixem-me dar um exemplo: Hoje não passa pela cabeça de ninguém, combater a Democracia representativa, sólida e firmemente assente. Ideologicamente, tem as suas falhas e bem grandes contradições, Mas isso sou eu que sei e mais meia dúzia de correlegionários. A grande massa, não nos daria o apoio se defendêssemos isso, porque não entenderia os porquês. E sem eles nada feito, como ensina a História.... Coisas deste tipo esboroaram o nosso prestígio, e permitiram que a direita recuperasse posições então perdidas. Ainda os estou a ver, humildes e submissos, a pedir um lugarzinho nos piquetes de segurança à porta do Quelhas 2 (Emissora Nacional), a estratégia deles era mesclar-se com aqueles que iam à frente na História, e puxar-lhes o tapete quando lhes dessem oportunidades, e elas não faltaram. Hoje pagamos todos por esses nossos erros. Por mim não tenho dúvidas em pedir desculpa. Mas já paguei bem caro por isso.  Até me reformar esse anátema seguíu-me, comia comigo à mesa, e tal como dantes, no tempo do "facho", voltei a ser perseguido....      

                                                António Capucha

                               Vila Franca de Xira, 20 de Abril de 2013

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Rendilhados....


Afasta...afasta....afasta... Óh meu "didal"

Uma bacalhauzada rematada com uma CRF em balão aquecido. E mais não digo, porque não estou autorizado a fazê-lo.... Tu.... O que é que as pessoas têm a ver com a nossa vida.... "Rásparta" o blogue!
Enche mas é os pneus à cadeirinha do mé-mé, que já custa a empurrar.... E o bola de sebo que não pára quieto um bocadinho..... A joaninha lá vai tendo paciência para aguentar as investidas do estarola. Amanhã não posso ir contigo à rua, porque tenho que ir a Lisboa comprar uns paninhos para forrar um móvel... Devias comprar também um agrafador daqueles industriais, que facilita muito as coisas. Boa ideia!!! Por mais que tente, não me cabe uma palhinha no cu, tive uma ideia..... Não sou lerdinho..... É que eu e paninhos, normalmente não cosemos bem. Aliás eu não sou bom de coser seja com o que fôr... E não bastam a amputação da perna, a colosnotosmia, o AVC e as quatro semanas de coma, a paragem renal, outras paragens que tal, e mais os oito meses de hospital, para me amaciar. Sou da marca Roskof Patente, é, não há nada a fazer. Nem cerzido lá vou.... Uma "ajuntadeira" que se meta à obra comigo prepare-se para ter "Gaifanas" nos olhos, e tremidinho no metatarso.... 

                                            António Capucha

                            Vila Franca de Xira,19 de Abril de 2013 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Badamecos....

                                                                 
Que vergonha sinto de ser governado por esta gente. O novo plano de contenção de despesas é um manifesto acto de contas de sendeiro, que vergonha. Então o duodécimo que estávamos a receber por conta do que já nos tinha sido roubado em anos anteriores, é agora duodécimo por conta do subsídio de férias, o que equivale por dizer que o devido do passado, fica para as calendas. E depois há umas contas estranhíssimas que reduzem o subsídio de Natal a quase nada. Isto é bem pior que as contas do Galego: Cinco e quatro "nobe", e "bai" um. Que vergonha, criaturas com ar sisudo e tudo, quem os vê, não os leva presos E, curioso, não se deixam ver as criaturas do CDS-PP. Vêem-se os tenentes e milicianos do PSD, a "palavrarem" estas embustices, mas os parceiros, népia, será que ainda existe coligação? Ou está reduzida aquela criatura gorda, feia e proverbialmente estúpida, com ares de Madalena, mas que é Cristas... A pobre d'espírito, coitada, está toda desvanecida por ser Ministra. A espevitada, bem fez pela vidinha, na anterior legislatura, assumiu, o mais das vezes despudoradamente, de forma arrivista e atrevida, o assalto ao governo do José Sócrates... E esse protagonismo ter-lhe-á valido um lugarzito neste Governo de segundas e terceiras linhas.... À incompetência mais atroz, este governo soma a falta de dimensão política dos seus membros, o Tipo que fazia de ponto do chefe do grupo parlamentar do PPD-PSD da anterior legislatura, é agora Ministro Adjunto e de Estado. Mas quem seguisse os trabalhos do Parlamento de então não consegue imaginá-lo senão como mordomo do grupo do PPD-PSD, dáva dicas , soprava aos ouvidos do chefe, subservia.... E como ele, são quase todos os outros, uma corja de badamecos sem vergonha. Depois nem podemos contar com o Presidente da Nação, que faz do silêncio um "tabu". A quietude expressiva, é o seu método infalível de não fazer asneira.
Ministra da Agricultura e pescas
                                                          António Capucha

                       Vila Franca de Xira, 18 de Abril de 2013 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Zé da fisga volta'tacar....


Noticia d'última hora... Ti-ri-ri-ti-ri.....

- Não se confirma que Cavaco Silva tenha ido à Colombia, negociar com as FARC a libertação de um casal de perús e um aligator, que esta organização terrorista reserva para o próximo Natal. Simultâneamente tentará introduzir o hábito de enfrascar os perús com bagaço e não com run caribenho, como vem sendo feito por lá, até ao momento. Menos conhecido que o tradicional perú o aligator é um requintado prato caribenho, que consta do dito bicho, com um abacaxi na boca e uma cenoura no cú, e nesses preparos vai ao forno durante uma tarde inteira. Consta que, vários "raparigos", se ofereceram para ocupar o lugar do "aligator", mas pediam a substituição da cenoura por um bom melão....
Por outro lado a Primeira Dama, foi vista a ler à sucapa, os "Cem anos de Solidão" do Colombiano Gabriel Garcia Marques, Prémio Nobel que terá disputado ombro a ombro, com a "dama de ferro" levada a fazer tijolo hoje, e que foi Primeira da Inglaterra, e por aí se fica, porque na Escócia e na Irlanda, não a chupam nem um bocadinho.... No país de Gales é tolerada porque partilhou com a população uma receita de "scones" que se tornou muito popular.... No entanto esta terá em tempos confessado a Carlos Pinto Coelho (vulgo Carlos Pintelho) em entrevista feita em águas internacionais algures entre as Malvinas e a Antártida, que de facto preferia trazer a desgraça a milhares de famílias de mineiros, que essa merda das receitas da porcaria dos "scones", mas a política tem dessas coisas....  
E "prontes".... São as notícias possiveis do jornal das quase doze horas....

                                                António Capucha

                                Vila Franca de Xira,17 de Abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

Viva o Grande Sporting Clube de Portugal... Viva....




O que o "Grande Sporting Clube de Portugal", precisa... Tem.... De Portugal, que não de um bairro de Lisboa ou de uma cidade do Norte, é muita categoria, pergaminhos e passados brilhantes falam por si. O presente tem sido errante porque Ainda não se percebeu que as direcções dos clubes são distantes do dia-a-dia das equipas de futebol, que devem ser entregues a pessoas competentes, e não sujeitas ao rodar constante dos dirigentes, que ensaiam diversas formas de gestão mas não resistem à tentação de meter o bedelho, nas equipas de futebol. Dificilmente se encontrará alguém mais entendido que o presente treinador. É um grande formador e um corredor de fundo, como já o provou... Uma pessoa seriamente comprometida, e com competência específica na área que ao Sporting, convém. O professor Jesualdo, apenas precisa de tempo e que não interfiram no seu projecto. As direcções precisam de saber negociar com os bancos uma forma que não obrigue a equipa de futebol a vender jogadores, sempre os mais necessários, como é óbvio, estou farto de assistir a jogos de futebol entre duas equipas onde a nata delas  são ex-jogadores do Sporting, torço a orelha e não deita nada.... Entre as três primeiras equipas de futebol do nosso campeonato maior, abundam ex-sportinguistas, em lugares e a desempenhar funções estratégicas para essas equipas, ora isso quer dizer que foram mal vendidos e para os substituir , foram igualmente mal compradas, estrelas duvidosas, que nunca provaram nada, porque são de inferior qualidade, apenas convém aos nefastos "agentes desportivos" do compra e vende, e a ter que formar e estabilizar uma equipa todos os anos, a urgir  estabilidade, que desta forma é impossível conseguir. Assim não se vai lá! Terá o treinador necessidade de reforços aqui ou ali, é natural (encontrou uma equipa esfarrapada).... Faça a direcção um esforço para lhos dar, ele é que sabe, deixem-se de ideias refreiem o treinador de Bancada que temos todos dentro de nós. Restaurar a velha glória, passa por isso.... 

                                António Capucha

              Vila Franca de Xira,16 de Abril de 2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

IRS....

Este Mês é o Mês de santo IRS. O Ano passado dei de caras com uma verdadeira fraude por parte das finanças, que com esse ardil arrecadava só à minha conta com mais umas centenas largas de €uros. Um conselho de um profissional de contabilidade, salvou-me disso, mas não da multa que acabaram por arrecadar, indevidamente... Visto que a culpa do relaxe em relação ao prazo legal, foi deles e não minha.
Este ano já não me apanham descalço.... As tremendas maldades previstas para este ano, são várias, mas não me devem atingir, porque para minha desgraça, a junta médica atribuiu-me oitenta e quatro por cento de invalidez, o que me deixa ao abrigo de uma série de normas entre as quais a de isenção dos descontos do IRS mensais. Coisa que não cumpriram.... Agora pagam-no todo junto, mas como eles não pagam juros de mora, enquanto o retiveram foi vencendo juros para eles.... Isto é, o resultado é sempre o mesmo, e as finanças ganam sempre... É como nos casinos a banca ganha sempre.... As finanças só cruzam dados com as entidades pagadoras no seu próprio interesse. Ainda que seja para se cumprir um direito por mais elementar que ele seja, o cidadão que a ele tem direito tem que notificar toda a gente, além da finanças, o padre da paróquia, pelo sim pelo não, também o sacristão, o cão e o gato, e para não fumentar uma cena de ciúmes, o canário.... As finanças, como já disse, não cruzam dados quando é em benefício do cidadão.... Agora quando se trata do seu interesse, até cruza dados com o macho do "pitrolino"..... A ADSE, uma organização de trabalhadores, também se atrasa, com as comparticipações que nos são devidas. Pelos vistos quando se trata de assaltar o cidadão, é conveniente ter uma organização.... Melhor dizendo: As coisas não se organizam para servir melhor o cidadão, mas para optimizar a sua exploração. Maldita mentalidade que os corporativistas do tempo do fascismo nos legaram. As corporações, entidades que servem não se sabe bem o quê, servirão uma entidade abstracta, e de contornos indefinidos, menos as razões porque foram criadas. É um pecha que resistiu a tudo desde o vinte cinco d'Abril, aos Néo-Liberais. E é tão coriácea, que até come "troikas" ao pequeno almoço..... 

                                        António Capucha

                       Vila Franca de Xira,15 de Abril de 2013  

sábado, 13 de abril de 2013

Banca Internacional.

Por mais gritada que seja, as pessoas tendem a acreditar mais na mentira, que na revelação..... Não entendo bem porquê, mas parece ser assim....
               Capucha


  

 Amigos "lucidez precisa-se" e, como podem ver,
há muita gente a dizer a mesma coisa.  


Enviado por e-mail pelo amigo João Alves. Obrigado

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Uma "estória".




Deixem que vos conte uma "estória".... Vão uma paulada d'anos, numa passagem de ano, estava em casa com a minha mulher e uns primos a malhar champanhe e fumar charutos e pouco passava da meia-noite, A campaínha toca furiosamente e uma vizinha esbaforida, lá se fez entender, e que chegasse lá a casa, que o marido tinha caído.... Segui-a e ajudei o senhor a levantar-se, obridadinho sim senhor, mas que não era preciso mais nada, mas a vizinha insistiu que ele fosse ao Hospital. Se eu não me importasse, levava-o eu... Que sim senhor, claro.... O  homem, quando se apanhou sozinho comigo, disse : Óh vizinho não ligue.... Eu tenho "câncaro" e isto já passa.... Queria dizer na dele que não valia a pena ir ao Hospital, havia de voltar com ele na mesma, que não havia remédio.... Amanhã vem o meu filho passar o dia comigo e eu não quero estar no Hospital, mas como sempre, e em tudo, é a mulher que manda, vai daí, meti uns charutos no bolso e lá fomos. levei pelo sim pelo não, um saco de plástico com os medicamentos que ele estava a tomar. Eram uma "macheia" deles e lembro-me de ter pensado: não admira que esteja doente, porra..... 
Mal sabia eu, que volvidos uns anos, seria eu a andar com um saco enorme de "drunfos", atrás, e a fazer quartos de sentinela no hospital.... Já não com "câncaro", ( foi-me tirado um do intestino , mais precisamente do "cólon"), suponho, mas com os meus achaques.... Espero que a Nita, não tenha que andar a pedir socorro aos vizinhos, muito menos a uma passagem d'ano, em que toda gente o que quer é emborrachar-se à força toda e dizer babozeiras.... Sinto uma certa e doseada alegria de viver e enquanto assim fôr, acho que, não haverá novidade... Mas a quebra dar-se-á.... Disso posso estar certo.... Mas ainda falta algum tempo.... Utilizemo-lo portanto, enquanto é tempo.....

                                         António Capucha

                         Vila Franca de Xira, 12 de Abril de 2013

Que Viva o Teatro.....



Newsletter Digital ✺ Abril . Destaques / 2013 


As Alegres Comadres de Windsor teatro comunitário

Comédia de William Shakespeare reúne em palco cerca de 60 atores e músicos

Entre 1600 e 1601, William Shakespeare escreveu sua única peça em prosa, “As Alegres Comadres de Windsor”, usando como personagem principal Sir John Falstaff, o mesmo de “Henrique IV” e “Henrique V”. Nesta peça, Falstaff resolve seduzir duas mulheres casadas que tinham fama de controlar os seus próprios assuntos financeiros, com o objetivo de levar o seu dinheiro. Mas o que o Don Juan não sabia era que as duas eram comadres e, ao descobrir o plano, se vingariam dele. De todas, esta é a mais perfeita comédia de Shakespeare. Se a doce figura de Anne Page, a amada de Fenton e desejada por todos, comanda a história, não há dúvida de que é ao caratcter pitoresco de Evans e do Dr. Caius e ao horrendo Falstaff que devemos as melhores páginas da peça. Só Falstaff, o personagem exaustivamente trabalhado por Shakespeare, só a sua figura grotesca, bastava para interessar vivamente qualquer espectador...

ELENCO
Ana Ribeiro, Vânia Calado, Pedro Marcos, José Manuel Rodrigues, João Nunes, João Antunes, Pedro Cavaca, Constança Lopes, João Rolaça, Mário Júlio, Carlos Duarte, Bernardo Pereira, Rosário Narciso, Pedro Lino, Luis Cerqueira, José Falagueira, Mauro Cebolo, André Vieira, Miguel Viegas, Joana Santos, Pedro Ouro, João Pinheiro, Rita Raimundo, Mena Caetano, Helena Montez, Paulo Cabral, Inês Pestana, Carolina Viana, Maria Costa, Rita Camacho, Margarida Rafael, Inês Nunes, Maria F. Tereso, Bruna Cruz, Lara Leitão, Mateus Silva, Alexandre Amendoeira, Jeanine Steuve, Leónia Santos, Maria Barbosa, Paula Ferreira, Brigite Campanacho, Catarina Felicio, Isabel Vicente, Mª Fátima Correia, Maria Ramalho, Isabel Coelho, Bruna Diogo Santos, Adriana Oliveira, Aureliana Campanacho, Maria Cerqueira, Ana Rita Oliveira

FICHA ARTÍSTICA
Encenação e Cenografia – Frederico Corado
Cenografia – Frederico Corado e Carlos Ouro
Produção – Marco Guerra e Carlos Ouro
Direcção Musical – Nuno Mesquita
Direcção Vocal – Cátia Garcia
Coreografia- João Santos
Assistente de Encenação – Florbela Silva e Rita Correia Alves
Direcção de Cena – Mário Júlio
Cabelos – Rodrigo Variações
Fotografia – Vitor Neno
Contra-Regra – André Pita Groz
Montagem – Vitor Lima

Um espectáculo Área de Serviço
Uma Produção do Centro Cultural do Cartaxo, Mosaico e Entrar Em Palco

19, 20 e 22 Abril • Sexta, Sábado e Segunda • 21h30 ///// 21 Abril • Domingo • 17h
bilhetes: 3,5€ / M12

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Brevemente, a não perder ✺

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Psychic TV + Les Baton Rouge concerto

Lendária banda inglesa vem a Portugal para concerto único

Formados no inicio da década de 80 por Genesis P-Orridge, dos Throbbing Gristle, os Psychic TV são uma lendária banda inglesa avant-garde, famosa pela sua abordagem musical orientada para o choque e para a confrontação. A sua sonoridade abarca pop psicadélico, white noise quase inaudível, frágeis baladas, mesclas industriais, spoken word e música étnica experimental - tudo isto enlaçado por uma sensibilidade dadaísta. Os Psychic TV tocaram em Portugal apenas uma vez, em 2004, no Porto, pelo que esta é uma rara oportunidade de ver algo muito especial. Vão-se fazer acompanhar pelos Les Baton Rouge, o adorado colectivo pós-punk de Lisboa.

24 Abril • Quarta • 23h00
bilhetes: 15€ / M12

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Centro Cultural - Município do Cartaxo
Rua 5 de Outubro, 2070-059 Cartaxo
T. 243 701 600 / F. 243 701 602
E. centroculturalcartaxo@gmail.com
website / facebook

Horário bilheteira:
Quinta a Sábado • 15h às 22h / Domingo • 15h às 19h

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quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Sr. Gaspar...



O Sr. Gaspar para tecnocrata, evidencia muito pouca técnica. Não é uma afirmação peremptória, mas é uma expressão de mais que provável exactidão. Segundo as suas ordens os chefes seja lá do que forem, não podem sequer comprar um envelope que seja sem a sua permissão. Isso faz-me lembrar os tempos da tenebrosa Emissora Nacional, quando a gente adivinhava que havia problemas financeiros quando começava a faltar o papel higiénico nas casas de banho. Ora no que respeita a técnicas de contensão  não vejo grandes diferenças, entre o que era dantes e o que se passa agora. Logo não houve evolução. Não o havendo, este actual actor de gestão financeira, sendo igual aos antigos gestores, é tão básico quanto eles. E não tendo evoluído, não será bom técnicamente, sendo ele um tecnocrata em vez de político, só pode ser sumamente mau.... Entre um envelope e um rolo de papel higiénico, apenas o olho do cu, distingue.... Em matéria de contensão de despesas é exactamente o mesmo. O tecnocrata Gaspar, é um rapaz doutros tempos, com metodologias em tudo iguais à dos "fachos". Técnicamente desactualizado e politicamente fascista, e, ainda por cima, fala à "monga".... (com as minhas desculpas para as vítimas de mongolismo)

                                           António Capucha

                           Vila Franca de Xira, 11 de Abril de 2013

Espectáculo em Almada.



LULA PENA
TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE
No próximo Sábado, dia 13 de Abril, às 21H30, Lula Pena apresenta-se na Sala Principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada. A aclamada e singular cantora interpretará temas dos seus dois celebrados álbuns, Phados e Troubador.
Está reunida a constelação de circunstâncias e acontecimentos para que, finalmente, possamos viver a Lula Pena que sempre desejámos. Para que a possamos mostrar àqueles com quem partilhamos as coisas mais preciosas, e para que eles alarguem ainda mais esse círculo. Trata-se de um inquestionável tesouro nacional, contemporâneo e irrepetível. Uma conjunção de música, expressão e som que nos dá o dom de melhor aprendermos a viver os dias como sendo mais nossos, mais belos. Se somos capazes de amar individualmente, por que não aceitamos o amor numa escala maior?

Pedro Gomes
LULA PENA
Lula Pena é cantora, “phadista”, e performer. Estudou desenho em Lisboa e viveu em Barcelona e Bruxelas, onde cantou em bares e clubes de jazz. Apresentou-se na Alemanha, França, Itália, Holanda e Marrocos. Lançou o seu primeiro álbum, Phados, em 1998 e, após um interregno de 12 anos, o muito esperado e aclamado Troubador. A sua abordagem única à música pode levar-nos do fado à bossa nova e ao tango, e valeu-lhe louvores de artistas como, por exemplo, Caetano Veloso.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

OS MITOS E AS MENTIRAS DA DIREITA NO ATAQUE `AO “ESTADO SOCIAL”


Caras Amigas/os



     Não pondo em causa o facto de que sem se produzir mais e melhor não saímos da situação em que estamos, questiono a política que tem sido seguida até agora face aos resultados obtidos e às respectivas consequências sociais.

     Mas inaceitáveis, não só por não corresponderem à realidade mas porque revelam que não há bases com que se justifique essa política, é o conjunto de inverdades que se utilizam para a justificar.

     Muito a propósito para o desmascaramento dessas pseudo justificações aqui vos envio este trabalho do economista Eugénio Rosa. 
     
     Tem como bases o Relatório do Orçamento de Estado de 2013 do Ministério das Finanças e o Eurostat e fala por si!

     Segue na íntegra, apenas com alterações na formatação para aparecer menos compacto.
   




Como está a ser feita a manipulação da opinião pública contra o “Estado Social” pela direita em Portugal
Eugénio Rosa – Economista – Este e outros estudos disponíveis em www.eugeniorosa.com 1
OS MITOS E AS MENTIRAS DA DIREITA NO ATAQUE `AO “ESTADO SOCIAL”
RESUMO DESTE ESTUDO
O Tribunal Constitucional declarou, como já tinha sucedido em 2012, inconstitucionais o
confisco do subsidio de férias aos trabalhadores da Função Pública e aos pensionistas, e ainda
mais duas outras normas da Lei do OE-2013 (o imposto sobre o subsidio de desemprego e de
doença e os cortes nos contratos de docência e de investigação) o que, em termos ilíquidos
corresponde a cerca de 1.600 milhões € (em valor liquido, e é este que tem efeitos no OE-2013
deverá representar um aumento na despesa – reposição dos subsídios de férias - e um corte na
receita que, somados, deverão rondar os 1.200 milhões €). Perante tal cenário que resulta deste
governo pretender violar pela 2ª vez a Constituição da República é previsível que os ataques às
funções sociais do Estado, por parte deste governo e dos seus defensores nos media se
intensifiquem ainda mais. E a arma mais utilizada, para procurar manipular a opinião pública, será
certamente a mentira. E as mais utilizadas para enganar a opinião pública, à semelhança do que
tem acontecido nos últimos tempos, serão certamente as seguintes: (1) Sem o empréstimo da
“troika” não haveria dinheiro para pagar salários e pensões; (2) A despesa do Estado em Portugal
é muito superior à de outros países da U.E.; (3) As despesas do Estado em Portugal com a saúde,
educação e a segurança social são insustentáveis. Por isso interessa já desmontar de uma forma
clara e objetiva essas mentiras, e para isso utilizaremos os próprios dados oficiais.
Comecemos pela 1ª mentira da direita sobre o empréstimo da “troika” para pagar pensões
e salários. Segundo o Ministério das Finanças, em 2011, as receitas dos impostos e contribuições
foram superiores à soma das despesas com Pessoal das Administrações Públicas mais despesas
com pensões e outras prestações (inclui saúde),em + 4.229,6 milhões €; em 2012 esse excedente
subiu para + 4.454,1 milhões €. E não consideramos todas das Administrações Públicas. Ainda
existem “Outras receitas” que, em 2012, foram mais 9.606,2 milhões €. Afirmar, como fazem
muitos comentadores, que o Estado foi obrigado a pedir o empréstimo à “troika” porque não tinha
dinheiro para pagar salários e pensões é ou ignorância ou a intenção de mentir descaradamente
para enganar a opinião pública, pois os impostos e contribuições pagas todos os anos pelos
portugueses são mais que suficientes para pagar aquelas despesas (Portugal paga uma taxa de juro
média de 3,4%, quando custa aos credores uma taxa média de 1,4%, e à Alemanha apenas 0,5%;é a solidariedade!)
Outra mentira é que a despesa do Estado em Portugal é superior à de outros países, e por
isso tem de ser significativamente reduzida. Segundo o Eurostat, em 2011, a despesa total das
Administrações Públicas em Portugal representou 49,4% do PIB português, quando a média na
U.E, situava-se entre os 49,1% e 49,5%, portanto um valor praticamente igual. E em 2012,
segundo o Relatório do OE-2013 do Ministério das Finanças, a despesa da todas as
Administrações Públicas (Central, Local e Regional) em Portugal reduziu-se para apenas 45,6%. E
neste valor estão incluídos os juros da divida que atingiram 7.038,9 milhões € em 2012. Se o
deduzirmos desce para apenas 41,4%. Afirmar ou insinuar, como muitos fazem, que a despesa
pública em Portugal é excessiva é ou ignorância ou a intenção de enganar a opinião pública.
Em relação à afirmação de que as despesas do Estado com as funções sociais em
Portugal são excessivas e insustentáveis por isso é necessário reduzir a despesa
significativamente, interessa dizer que, segundo o Eurostat, em 2011, a despesa pública com a
saúde em Portugal correspondeu apenas 6,8% do PIB quando a média na União Europeia
variava entre 7,3% e 7,4%. Em euros por habitante, em 2011, em Portugal o gasto público com a
saúde foi apenas de 1.097€, quando a média nos países da U.E. variava entre 1.843€ (+68% do
que em Portugal) e 2.094€ (+91). O mesmo se verifica em relação à proteção social, que inclui as
pensões. Segundo o Eurostat, em 2011, a despesa pública com a proteção social em Portugal
correspondia apenas a 18,1% do PIB quando a média na União Europeia variava entre 19,6% e
20,2% do PIB. Em euros por habitante, a diferença era ainda muito maior, Em Portugal o gasto
público com a proteção social por habitante era apenas de 2.910€, quando a média nos países da
União Europeia variava entre 4.932€ (+69% do que em Portugal) e 5.716€ (+96%). E nos países
desenvolvidos a despesa por habitante era muito superior (Bélgica:+126%; Dinamarca:+274%;
Alemanha:+114%). Mesmo se consideramos a totalidade da despesa com a saúde, educação e
segurança social, em 2011 ela representava em Portugal 63,4% da despesa total do Estado
quando a média na U.E. era de 65,7% Fazer cortes significativos na despesa com as funções
sociais do Estado com a justificação de que essas despesas em Portugal são excessivas e
superiores às dos outros países da U.E.é ou ignorância ou uma mentira para enganar a opinião
pública.
Como está a ser feita a manipulação da opinião pública contra o “Estado Social” pela direita em Portugal
Eugénio Rosa – Economista – Este e outros estudos disponíveis em www.eugeniorosa.com 2
O que é insustentável e inaceitável é uma politica recessiva aplicada em Portugal em plena
recessão económica, que está a causar uma quebra acentuada nas receitas do Estado e nas
contribuições da Segurança Social, o que põe em perigo não só a sustentabilidade das funções
sociais do Estado mas a do próprio Estado. Mais cortes na despesa pública só agravam a
situação. Como dizia Keynes, só os imbecis é que não entendem isso.
A mentira e a ignorância estão cada vez mais presentes nos ataques às funções sociais
do Estado pelos comentadores com acesso privilegiado aos media. É mais um exemplo concreto
do pensamento único sem contraditório atualmente dominante nos grandes órgãos de
comunicação social. Quem oiça esses comentadores habituais que muitas vezes revelam que não
estudaram minimamente aquilo de que falam, poderá ficar com a ideia de que Portugal é um país
diferente dos outros países da União Europeia onde o “Estado Social” é insustentável e está
próximo da falência por ter garantido aos portugueses uma saúde, uma educação e uma proteção,
que inclui o sistema de pensões, mais “generosos” do que a dos outros países e que, por isso, é
insustentável. Um dos arautos mais conhecidos dessa tese, não porque seja um estudioso
credível mas sim porque tem tido acesso fácil aos media, é Medina Carreira com as suas diatribes
periódicas contra o “Estado Social”. Mas antes de confrontarmos o que dizem estes comentadores
com os próprios dados oficiais, divulgados até recentemente pelo Eurostat, para que o leitor possa
tirar as suas próprias conclusões, interessa desconstruir uma outra grande mentira que tem sido
sistematicamente repetida em muitos órgãos de comunicação social sem contraditório o que tem
determinado que ela passe, a nível de opinião pública, como verdadeira.
SERÁ VERDADE QUE PORTUGAL FOI OBRIGADO A PEDIR O EMPRÉSTIMO À “TROIKA”
PORQUE NÃO TINHA DINHEIRO PARA PAGAR SALÁRIOS E PENSÕES?
Esta é mais uma das grandes mentiras repetidas sistematicamente que não tem qualquer
fundamento real, como os dados do quadro1, retirados do relatório do OE-2013 do próprio
Ministério das Finanças, provam.
Quadro 1- Receitas dos impostos e das contribuições, e despesas com pessoal de todas as
Administrações Públicas e com prestações sociais (inclui a saúde) – Anos 2011/2013
RÚBRICAS 2011
Milhões €
2012
Milhões €
2013
Milhões €
Receitas Fiscais (impostos) 40.352,3 38.583,8 41.476,5
Contribuições sociais (Segurança Social e CGA) 20.926,9 19.383,6 20.114,5
TOTAL (da Receita) 61.279,2 57.967,4 61.591,0
Despesas com Pessoal 19.425,7 16.661,4 17.285,9
Prestações sociais (inclui Segurança Social, CGA, e saúde) 37.623,9 36.851,9 37.628,9
TOTAL (da despesa) 57.049,6 53.513,3 54.914,8
SALDO (Excedente) + 4.229,6 + 4.454,1 + 6.676,2
FONTE: Relatório do Orçamento do Estado para 2013 - pág. 90 - Ministério das Finanças
Em 2011, as receitas dos impostos e contribuições foram superiores às despesas com
Pessoal de todas as Administrações Públicas mais as despesas com pensões e outras
prestações, incluindo as em espécie, que são as prestadas nomeadamente pelo SNS, em
+4.229,6 milhões €; em 2012 esse excedente subiu para 4,454,1 milhões € e, para 2013, o
governo previa que atingisse um excedente de +6.676,2 milhões €. Para além das receitas
consideradas, as Administrações Públicas têm mais receitas. Por ex. na rúbricas de “Outras
receitas” foram registadas, em 2012, mais 9.606,2 milhões € segundo o Ministério das Finanças. E
tudo isto num período de recessão económica em que se verifica uma forte quebra nas receitas
fiscais e contribuições. Afirmar, como fazem alguns comentadores e mesmo jornalistas, que o
Estado foi obrigado a pedir um empréstimo à “troika” porque não tinha dinheiro para pagar salários
e pensões é ignorância ou mentir descaradamente com o objetivo de manipular a opinião pública,
pois os impostos e contribuições pagas todos os anos pelos portugueses são suficientes para
pagar aquelas despesas. A razão porque se pediu o empréstimo à troika foi para pagar credores
leoninos, que são grandes bancos, companhias de seguros, e fundos muitos deles especulativos e
predadores.
Como está a ser feita a manipulação da opinião pública contra o “Estado Social” pela direita em Portugal
Eugénio Rosa – Economista – Este e outros estudos disponíveis em www.eugeniorosa.com 3
A DESPESA DO ESTADO COM AS FUNÇÕES SOCIAIS SERÁ EXCESSIVA E
INSUSTENTÁVEL EM PORTUGAL COMO AFIRMAM ESTES DEFENSORES DO PODER
DOMINANTE?
Esta é uma questão que tem de ser esclarecida pois também é utilizada para manipular a opinião
pública. Os dados do Eurostat constantes do quadro 1, em que é apresentada a despesa total do
Estado em percentagem do PIB, permite comparar a situação portuguesa com a de outros países
da União Europeia.
Quadro 2- -Despesa total das Administrações Públicas em percentagem do PIB
PAÍSES 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
EU - 27 países 44,8 46,2 46,6 47,2 46,8 46,8 46,3 45,6 47,1 51,1 50,6 49,1
Zona Euro 46,2 47,2 47,5 48 47,4 47,3 46,7 46 47,1 51,2 51 49,5
PORTUGAL 41,6 43,2 43,1 44,7 45,4 46,6 45,2 44,4 44,8 49,8 51,3 49,4
FONTE: Eurostat
Em 2011, e são os dados mais recentes disponibilizados pelo Eurostat, a despesa total
das Administrações Públicas em Portugal representava 49,4% do PIB português, quando a média
na União Europeia situava-se entre os 49,1% e 49,5%, portanto igual. E em 2012, segundo o
Relatório do Orçamento do Estado para 2013 (pág, 90) do Ministério das Finanças, a despesa
pública em Portugal reduziu-se para apenas 45,6% do PIB. E neste valor estão incluídos os juros
da divida que atingiram 7.038,9 milhões € em 2012 devido a juros leoninos pagos por Portugal. Se
deduzirmos aquela percentagem desce para apenas 41,4%. Afirmar ou insinuar, como muitos
fazem, que a despesa pública em Portugal é excessiva pois é superior à média dos países da
União Europeia é uma mentira. Mas é desta forma que se procura manipular a opinião pública
para levá-la a aceitar o ataque violento que está em curso em Portugal ao Estado Social, em que
um dos instrumentos é ameaça de mais um corte de 4.000 milhões € na despesa pública.
EM PORTUGAL A DESPESA PÚBLICA COM A SAÚDE É INFERIOR À MEDIA DA U.E..
O ataque ao Serviço Nacional de Saúde tem sido também um dos grandes objetivos destes
defensores do poder económico e politico com acesso privilegiado aos grandes media. O
argumento é que a despesa em Portugal é excessiva e superior à média dos países da União
Europeia. Os dados que o Eurostat divulgou, constantes do quadro 2, prova que isso é mentira.
Quadro 3– Despesa do Estado com a saúde nos países da U. E. – 2011
PAÍSES Em % do PIB Em euros/habitante. % em relação a Portugal
UE27 7,3% 1.843 € 168%
UE17 7,4% 2.094 € 191%
Bélgica 7,9% 2.655 € 242%
Dinamarca 8,4% 3.607 € 329%
Alemanha 7,0% 2.232 € 203%
Irlanda 7,5% 2.660 € 242%
França 8,3% 2.530 € 231%
PORTUGAL 6,8% 1.097 € 100%
FONTE: Eurostat
Como mostram os dados do Eurostat, tanto em percentagem do PIB como euros por
habitante, aquilo que o Estado gasta em Portugal com a saúde dos portugueses é
significativamente inferior não só ao que se verifica nos países mais desenvolvidos da União
Europeia, mas também em relação à média comunitária. Em 2011, a despesa pública com a
saúde em Portugal correspondeu apenas a 6,8% do PIB quando a média na União Europeia
variava entre 7,3% e 7,4% do PIB. E em euros por habitante, a diferença era ainda muito maior.
Em 2011, em Portugal o gasto público com a saúde por habitante era apenas de 1.097€, quando a
média nos países da União Europeia variava entre 1.843€ (+68% do que em Portugal) e 2.094€
Como está a ser feita a manipulação da opinião pública contra o “Estado Social” pela direita em Portugal
Eugénio Rosa – Economista – Este e outros estudos disponíveis em www.eugeniorosa.com 4
(+91%). E nos países desenvolvidos a despesa por habitante era muito superior à portuguesa
(Bélgica:+142%; Dinamarca:+229%; Alemanha:+103%; Irlanda:+142%; França : +131%), embora
a diferença de ganhos em saúde entre Portugal e esses países seja reduzida. Em 2012, com
cortes nas transferências para o SNS e para os hospitais públicos aquele valor ainda desceu mais.
A DESPESA COM A PROTEÇÃO SOCIAL EM PORTUGAL É INFERIOR TAMBÉM À MÉDIA
DA U.E.
Uma outra mentira é a de que a despesa com proteção social em Portugal, que inclui as pensões,
é superior às dos outros países. O quadro 4,com dados do Eurostat, mostra que não é verdade.
Quadro 4 – Despesa com a proteção social em Portugal e na União Europeia – 2011
PAÍSES Em % do PIB Em euros/habitante Valor per-capita % em relação
a Portugal
UE27 19,6% 4.932 € 169%
UE17 20,2% 5.716 € 196%
Bélgica 19,5% 6.577 € 226%
Dinamarca 25,2% 10.892 € 374%
Alemanha 19,6% 6.215 € 214%
Irlanda 17,3% 6.117 € 210%
França 23,9% 7.306 € 251%
PORTUGAL 18,1% 2.910 € 100%
FONTE: Eusrostat
Como mostram os dados do Eurostat, quer se considere em percentagem do PIB, quer em
euros por habitante, a despesa pública com a proteção social em Portugal, que inclui as pensões,
é inferior quer à dos países mais desenvolvidos europeus quer à média dos países da União
Europeia. Em 2011, a despesa pública com a proteção social em Portugal correspondia apenas a
18,1% do PIB quando a média na União Europeia variava entre 19,6% e 20,2% do PIB. E em
euros por habitante, a diferença era ainda muito maior. Em Portugal o gasto público com a
proteção social por habitante era apenas de 2.910€, quando a média nos países da União
Europeia variava entre 4.932€ (+69% do que em Portugal) e 5.716€ (+96%). E nos países
desenvolvidos a despesa por habitante era muito superior à portuguesa (Bélgica:+126%;
Dinamarca:+274%; Alemanha:+114%; Irlanda:+110%; França: +151%). Fazer cortes significativos
nas prestações com a justificação de que as despesas em Portugal são excessivas quando se
comparam com outros países da União Europeia é mais uma mentira para enganar a opinião
pública.
EM PERCENTAGEM DA DESPESA TOTAL DO ESTADO, A DESPESA COM AS FUNÇÕES
SOCIAIS EM PORTUGAL É TAMBÉM INFERIOR À MEDIA DOS PAÍSES DA U.E.
Por ignorância ou com o objetivo de enganar a opinião pública, Medina Carreira fala de um limite
mítico acima do qual o Estado e as funções sociais seriam insustentáveis, e que em Portugal esse
limite foi largamente ultrapassado. Observem-se os dados do Eurostat constantes do quadro 5 que
mostram que esse limite mítico é também uma mistificação e mentira.
Quadro 5- Percentagem que as despesas com as funções sociais representam em relação
às despesas totais do Estado em Portugal e nos países da União Europeia - 2011
PAÍSES Saúde Educação Proteção Social TOTAL
UE27 14,9% 10,9% 39,9% 65,7%
UE17 14,9% 10,1% 40,7% 65,7%
Bélgica 14,8% 11,6% 36,6% 63,0%
Dinamarca 14,5% 13,5% 43,8% 71,8%
Alemanha 15,5% 9,4% 43,3% 68,2%
Irlanda 15,6% 10,9% 35,9% 62,4%
Como está a ser feita a manipulação da opinião pública contra o “Estado Social” pela direita em Portugal
Eugénio Rosa – Economista – Este e outros estudos disponíveis em www.eugeniorosa.com 5
França 14,7% 10,8% 42,6% 68,1%
PORTUGAL 13,8% 12,9% 36,7% 63,4%
FONTE : Eurostat
Como revelam os dados do Eurostat, em 2011, 63,4% da despesa do Estado em Portugal
era com as funções sociais do Estado, quando a média nos países da União Europeia era de
65,7%. No entanto, na Dinamarca atingia 71,8%, na Alemanha 68,1%, e na França 68,1%,
portanto superior e, alguns deles, muito superior. Afirmar como alguns fazem que as funções
sociais do Estado apenas são sustentáveis se o Estado gastar com elas muito menos de 60% da
sua despesa total revela ou ignorância ou a intenção deliberada de enganar a opinião pública,
Será que a Alemanha, a Dinamarca, a França, são Estados inviáveis? Por outro lado, a
legitimidade do próprio Estado assenta fundamentalmente nas suas funções sociais já que elas,
através dos seus efeitos redistributivos reduz as desigualdades e melhora de uma forma
significativa as condições de vida da esmagadora maioria da população. Querer reduzir
significativamente a despesa com as funções sociais terá como consequência inevitável a redução
da legitimidade do próprio Estado aos olhos da população, e transformará a sociedade numa selva
em que só quem tem muito dinheiro terá acesso aos principais bens necessários à vida e a uma
vida humana com dignidade.
O que é insustentável e inaceitável é que se esteja a aplicar em Portugal uma politica
fortemente recessiva em plena recessão económica, que está a destruir a economia e a sociedade
portuguesa de uma forma irreparável, provocando a falência de milhares de empresas e fazendo
disparar o desemprego, o que está a causar uma quebra significativa nas receitas dos Estado e da
Segurança Social pondo em perigo a sustentabilidade de todas as funções sociais do Estado e do
próprio Estado. Mas disto aqueles comentadores com acesso privilegiado aos média não falam
nem querem falar. Os cortes sobre cortes na despesa pública não resolvem este problema,
apenas agrava ainda mais a recessão económica, agravando ainda mais todos estes problemas.
Como dizia Keynes só os imbecis é que não entendem isto.
Eugénio Rosa
Economista
eugeniorosa@zonmail.pt
6.4.2013

P.S.- Enviado por e-mail pelo primo joão Chaparro... Obrigado.