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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Laje dos Pargos e Nau dos Corvos

Corvo Marinho

Chama-se: Laje dos Pargos… Embora pelo que me é dado saber, não seja exactamente nem uma coisa, nem outra. E atenção que não falo por ter ouvido falar ou de cor. Estive dezenas de vezes na Laje dita dos Pargos, e constatei que se trata isso sim de várias lajes, cada uma a seu plano, desniveladas portanto, não tão planas quando o são as lajes. E quanto a pargos, então é mesmo só conversa…
Ultrapassadas estas contradições, que aliás não desvirtuam a natureza quer geológica quer paisagística do lugar, que é de uma grandeza bela e bruta, como tudo no Cabo Carvoeiro em Peniche.
Para lá se chegar, há que descer por umas escadas acimentadas com degraus que tiveram que se sujeitar às vicissitudes da configuração das rochas e pelas “veredas” possíveis. Exigem portanto algum cuidado a descer. Sendo que para subir já é o pulmão que comanda o ritmo. Não oferecendo perigo de maior, exige no entanto que se leve calçado apropriado e roupa folgada. Parece que me estou a ver com as botas da tropa umas calças fato de treino por dentro delas e camisolas até mais não para resistir umas horas à aragem marítima com a caixa da pesca e as canas às costas, por ali abaixo. Não sem que antes tenha ficado cá em cima mesmo à entrada do restaurante no Cabo Carvoeiro, o: “Nau dos Corvos”, se não haveria o perigo de uma onda varrer a zona. Coisa que sobretudo no Outono/Inverno, era frequente…
É difícil de crer, mas vezes houve em que para entrar no restaurante implicava uma molha de mar, tal era a dimensão das ondas.
Estas “estórias” de Cabos e Farois Têm que se lhe diga…. E se eu lhes dissesse que de uma vez vi um enorme navio com o nariz assente numa das ditas lajes, de onde só saiu com a maré seguinte. Foi um espectáculo de várias horas. Como terá encalhado? Mistério… O timoneiro devia vir a dormir e o GPS avariado ou desligado.
E no outro lado do vértice do Cabo onde fica o rochedo isolado de seu nome “Nau dos Corvos”, Nau, porque a sua forma esculpida pelo vento e a maresia mais a chuva, faz lembrar uma Nau de velas enfonadas, e dos Corvos, porque é pouso normal de imensos corvos marinhos. Um bicharoco algures entre os patos e os pinguins, de penas negras e densas, oleosas, para poderem mergulhar para se alimentarem. Pescam praticamente todo o peixe que lhes passe pela goela. Estes pássaros do tamanho de um pato bravo, voam rente às ondas e quando pousam é para mergulhar saindo mais à frente. E prosseguindo estes preparos até ao seu poiso habitual onde abrem as asas para secar e aquecer ao Sol que houver.
Esta “Nau dos Corvos tem uma espécie de pedestal onde assenta a sua imponência, neste Cabo, tudo é imponente… De uma outra vez uma embarcação de carga cheia de varetas de aço, desse da construção civil, também encalhou desta vez do lado oposto, entre o cabo e a “Nau dos Corvos”. Esse só saiu depois de umas manobras complexas dada a proximidade do promontório rochoso e a pouca profundidade do Mar. Bom, mas com algum trabalho lá descarregaram para barcaças o ferro suficiente para o barco escapar numa bela Preia-Mar….
Peripécias destas, sempre há que contar…. Agora, voltando à vaca fria, de Pargos nem vê-los… Robalos sim. Por vezes bicharocos de vários quilos. Fanecas, pois sim senhor ao pôr–do-Sol é o que se queira. Julianas, Serrões, Sargos e Safias – Sabem o que são safias? Não, não são as mulheres do safio, aquele peixe que parece uma cobra, é parecido com o Sargo e tão saboroso quanto ele.
Aqui para nós que ninguém nos ouve não troco nenhum destes peixinhos, por qualquer Pargo que seja.  Experimentem …. Vão lá, pesquem um deles e comparem-no com aquilo que lembram ser o Pargo! E digam qualquer coisa.
Manda a meu total apego à verdade que diga que, tal como noutras coisas que já não faço, Também não pesco…. Mando pescar!!!
À esquerda a Nau dos corvos-À direita a Laje dos Pargos-No cimo o miradouro e restaurante

                        António Capucha

          Vila Franca de Xira, Junho de 2011



                                                     

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Seis dedos



Conhecem aquela História verdadeira passada numa maternidade que manda a verdade se diga, tanto pode ter sido aqui, como em qualquer outro lado do Mundo. Desta cultura, ou da forma mais bizarra de organização social, religiosa, ou política. Que pouco variariam os condimentos, a trama da mesma. Isto por se tratar de um valor verdadeiramente universal... O amor às crianças, bebés sobretudo. Tudo muda até para um facínora se o objecto da maldade for um bebé. È transversal, sem remédio.
Sendo que considero ser O AMOR DE MÃE, o sentimento mais poderoso de muito longe da humanidade.
Não sendo de desprezar O AMOR DE PAI, do qual me elejo exemplo vivo. E por extensão, a certeza serena de ser de facto o pai. Condição indispensável para o orgulho macho!
Começaria a trama deste filme com o pai de um recém-nascido, junto às vidraças do berçário, para ver o seu pimpolho. Já tinha estado com a sua Maria, a quem levara um ramo de rosas. Maria que, com o rosto cheio de pequenos derrames do esforço do parto, irradiava no entanto a luz de  um sorriso de felicidade, com que sublimava as chamadas dores tortas.
A auxiliar do lado de dentro de máscara anti-séptica e tudo, serpenteia entre os berços até chegar a um, junto ao qual se deteve, verifica a etiqueta e ergue o petiz. Com ele ao colo aproximou-se da vidraça mostrando o melhor possível ao homem do outro lado que com um sorriso de orelha a orelha dizia momices. A auxiliar experiente criatura diz-lhe de dentro que o menino é muito bonito e perfeitinho à excepção da evidência que não parava de por bem na frente do pai. O que ela evidenciava era uma das mãos do bebé que tinha seis dedos. O pai largado a galope subia sempre de felicidade. Quanto mais ela evidenciava o “defeito” do menino, mais o homem se “grisava” todo. Então em desespero de causa ela disse-o de maneira que ele não poderia deixar de ouvir:
- É MUITO BONITINHO, MAS TEM SEIS DEDOS NESTA MÃO. Mão, que agitava como um espantalho na frente da babosa criatura.
É então que, sem parar de rir, ele espalma a sua própria mão no vidro. Podiam contar-se seis dedos e era a mão do mesmo lado da do menino…
Pois é…. A este não se aplica aquela máxima de que os filhos da minha filha, meus netos são…. Os dos meus filhos, serão ou não….


                          António Capucha

            Vila Franca de Xira, Junho de 2011

 PS – Dedicado ao meu amigo Amador, colega de escola do que agora se chama 1º ciclo.
Ele tinha, (já não tem. Foi operado há muito.) igualmente seis dedos. Mais um pequeno polegar em cada mão…

terça-feira, 28 de junho de 2011

Time is Money

Persistência da Memória - Salvador Dali

Segundo rezam os ditames dos capitalistas: Time is Money…. Portanto perder tempo é perder dinheiro… E perder dinheiro, é pecado capital e contra o capital. Ora é exactamente contra a perda de tempo que desejo perorar hoje.
Até na escrita há que não perder tempo com floreados e ir rapidamente ao assunto antes que a atenção do leitor seja desviada por qualquer outra das miríades de coisas para transmitir ao cidadão. Entremos pois no assunto e este é como segue:
- A Europa, na sua vertente UE, (união europeia) está neste momento quase por completo endireitada… Se subsiste algum governo de centro esquerda é mentira. E isso expressa-se logo nas suas orientações programáticas. Lembram-se que no texto do Tratado de Lisboa (vómito), nem com uma lupa se enxergava a palavra: Social…. Ao passo que o termo : Economia e as suas diversas declinações abundava como mato. É que até o Secretário geral da União, o peixe fino: O cherne, Perdão, o Dr. Durau Burroso em Amaricano - em Português: Durão Barroso - sobejamente conhecido como um “troca-tintas” desde tenra idade. Veio justamente a encalhar como dirigente de um partido de direita: o PSD em nome do qual ascendeu a Primeiro Ministro, mas desinteressadamente, aceitou o convite da sua família política dos ricos da Europa, que precisavam de de um primo afastado e pelintra e, já agora, venal e sem coluna vertebral.
Portanto, nem por aí corre uma aragensinha…Áh é verdade, tinha que falar camone e franciú.  
Acontece que em Portugal e não só, a direita tem complexos vários, um deles é o de ter dificuldade em confessar a sua condição de direita, de conservadorismo. do mesmo mal sofrem os "reaças" da Europa, que são direita envergonhada. Razão pela qual não põem num qualquer Tratado que ser da UE, implica não ser de esquerda, ou ter governos com equívocos de erquerdalhice… A ideologia é o €uro e manifesto é a publicação da Standard and Poor’s e a outra, congénere de que não lembro o nome. Já viram o tempo que se poupava se não houvessem estas quid-pró-cuózices.... Estes amores desavindos....
De modo que a gente já sabia que não podíamos votar em esquerdalhos, mesmo encapotados, e devíamos repudiar veementemente o ESTADO como sendo uma utopia perniciosa, que só serve para encanar a perna à livre iniciativa e denegrir o personalismo cristão … Ão….Ão. 
Ora todas estas maquinações levam tempo a ser montadas e mantidas. E o que é que se avançou com isso? Nada ou quase nada! A maior parte das vezes avançou-se apenas o suficiente para manter a patranha...É caro, é muito caro este tempo que se perde. 
Em nome do racionalismo da utilização do Tempo, e daqui do meu breve pedestral reclamo: façam a tal lei a proibir que haja a hipótese de governos Xocialistas ou Xuciais –Democráticos, abusando da nossa tolerância, se implantem no ceio deste Céu aqui na Terra.
Claro que há p’raí umas vozes que dizem que isto está nas mãos dos Mega Bancos Alemães e Franceses, e que as Merkel’s, os Sarkosis, os Duraus Burrosos e os Victor Constâncios são umas marionetes, uns pobres títeres d’ópera bufa…..
Faltava o Passos Coelho….. Pois agora já não falta. E declarou do alto da sua inocência, que ele acredita neste sistema, não é jacobino, nem mal agradecido. Os seus amigos a que chamamos mercados, deram-lhe logo o tom de dança: Aumentaram nesse exacto momento o juro da dívida pública portuguesa para perto dos quinze por cento…
TOMA E EMBRULHA….
                          António Capucha

            Vila Franca de Xira, Junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ode ao não fazer


Fernando Pessoa


O verão que tudo subverte, desta feita até escaldou Peniche, que de ar e mar parados, foi presa fácil da massa de ar tropical que nos invadiu este último fim-de-semana. A coisa foi de tal ordem que quase dava para ver a humidade a libertar-se das coisas, fossem elas plantas, pessoas, casas, ou pedras da calçada…
Sem que o clima abafado amainasse um pouco que fosse, foi o céu ficando encoberto estilo capacete. E até grossas bagas de chuva caíram como se fossem lágrimas de homem, assim tipo de, como diz o povo: Lágrimas d’homen, são como as das putas … Ainda não chegaram ao chão e já estão enxutas…. Se o povo o diz, lá sabe do que fala. Porque tanto se esmerou na rima evidente do estranho dito, mas ao que parece verdadeiro. Ou não fosse de Deus a voz do povo…. E que Deus há que minta? Ou então não será Deus….
Isto levar-nos-ia a inúmeras reflexões… Mas estou demasiado quebrado pelo calor para me meter a explorar este, embora fácil, filão. Mas se tivesse que ser feito, bastaria isso para desistir já. Para além de que já não me dá gozo bater no ceguinho era capaz de me fazer transpirar… Ai que prazer / não cumprir um dever, Ter um livro para ler / e não o fazer…
Fiquem então sabendo pela amostra junta que eu não sou calaceiro…. Tenho é alma de poeta. TOMA….

                António Capucha

  Vila Franca de Xira, Junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

Abemus Papam

Também são doze como estes. Um deles, é o outro disfarçado...
Habemus Papam…. É o Grito de felicidade que ecoa pelas esquinas nesta Pátria bendita aquecida pelo Sol e abençoada por Deus.
O Conclave Nacional reuniu as forças restantes, já poucas, e produziu mais um Papa. Este ainda não escolheu o nome pelo qual quer ficar conhecido, nem o “povão” teve tempo de lhe arranjar uma alcunha a preceito… É uma questão de tempo, é a certeza quase absoluta que tenho…. Que motivos, também estou certo disso, não faltarão…
As entradas são de leão…. Este Papa quer partir a loiça toda…. As declarações de intenção são tão boas como as melhores. Uma sondagem particularmente realizada junto das mulheres em ciclo fechado, deu como resultado que não fica muito clara a distinção entre este Papa e o 007, com ou sem ordem para matar. À cautela a confraria das Carmelitas com ténis Adidas, já anda a encaminhar preces várias como prevenção dos futuros incontáveis pecados em pensamento, um pouco mais em palavras e poucos mas bons em obras…. Não públicas que isso não ia ficar bem às irmãzinhas…. Tadinhas tão virgenzinhas…. O Prior mais velho levantava-se da cadeira para assinar o acto de conferir posse, e o seu andar de bimbas apertadinhas (andar novo), denunciava que não queria deixar cair nem uma palhinha que trazia no dito…. Isso e a boca em cu-de-galinha, que se afadiga em conservar no lugar do impróprio sorriso, por mor de não estragar a sacrosanta independência a que o seu cargo obriga…. Não sem que, através das muitas piscadelas d’olho, o brilhozinho nos olhos se insinuasse triunfante… Embora não sendo seu filho dilecto e até tivesse tido um passado um tanto vadio, era a sua Alma, o seu ADN a triunfar….  
Tanta pompa e circunstância a requerer a impossível crónica do Carlos Castro que por motivos óbvios está remetido ao silêncio…. Pobre reino sem cronista… O evento foi no entanto apadrinhado pelo FMI (família muita importante) e será publicada no periódico de Brejenjas de Baixo: “O Clarim Roto”…. A população de Brejenjas de Cima, rival da outra, já fez saber que por via disso vai votar no Rei de Espanha, qu’é por causa das coisas. E mais, a retaliação não se ficará por aqui…. Declarar-se-ão fieis da Igreja Anglicana para o que já organizaram uma excursão até junto do Arcebispo de Cantuária, que desvanecido, aceitou comer com estes portugas, uns pastelinhos de bacalhau e uns tintois de catorze graus. Não se sabe como reagirá o Arcebispo à graduação do vinhaço, Da ultima vez que houve um chá dançante destes, o senhor padre supremo deu um beijo na pata do cavalo da rainha Isabel e aplicou uma palmada na nádega esquerda da senhora. Bom…. Foi cá uma bronca!!!


                  António Capucha


   Vila Franca de Xira, Junho de 2011 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Aguardemos!!!!

cena final do filme "O clube dos Poetas Mortos"

Num filme de que gosto muito, “O Clube dos Poetas Mortos”, há uma cena passada no plenário do colégio. A vermelhusca criatura do Director do Colégio, largava cobras e bichos pela boca fora, para pescar um culpado para o despautério de ter saído no jornaleco da caserna, que aquele escola devia admitir raparigas. Então um aluno mais malandreco põe-se de pé com um telefone na mão e mima o recebimento de uma chamada que termina assim:
- É para si, senhor director. É de Deus! Diz que o colégio deve admitir raparigas.
Ao contrário do vermelhusco, arrogante e bruto Director, também eu experimentei essa sensação de receber uma chamada de Deus. Só que, suponho, não sou arrogante e bruto.
Deus visitou-me e transmitiu-me uma critica à minha escrita, algo que vinda de Deus só pode ser certa. De modo que, desde esse momento, sempre que me sento para alinhavar umas frases, vigio de tal maneira o que faço que nem chego a faze-lo. Para ultrapassar isto só forçando-me disciplinadamente. Sendo que a premissa é que tentarei seguir as receitas e preceitos que me foram transmitidos, nos quais vejo razão e cabimento.
Já que não me foi criticado o estilo ou a qualidade global, sinto um misto de orgulho, vaidade e uma tremenda responsabilidade. Mistura explosiva….
Estou a resistir, muito embora saiba que andarei a pedalar em seco enquanto não mecanizar as novas normas e formas, que reconheço são um estágio acima do percurso que levo de  escriba espontâneo.
Muito provavelmente, de momento, deixarão de ser assim tão espontâneas como habituei os simpáticos seguidores e leitores do Blogue. Mas acredito que será uma questão de tempo até que uma nova forma sirva o estilo de “estoriador”. E não o contrário, ficarem as “estórias” escravas da forma, por muito mais correcta que esta seja….
Aguardemos serenamente.
Atrás de tempos vêm tempos
E outros tempos hão-de vir….
Como canta o Fausto.
E que ninguém o tivesse dito!
É uma verdade irrefutável…

                        António Capucha

          Vila Franca de Xira, Junho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

E Mozart.... Gostam de Mozart?

Aposto que que nunca ouviram nada assim....
Nada clássico, mas igualmente virtuoso....

                    António Capucha

       Vila Franca de Xira, Junho de 2011

João Villaret

João Villaret
"João Villaret": – Enviado através da Barra de ferramentas do Google"

É com o máximo prazer que publico esta pérola da nossa poesia dita.
Clica  em João Villaret (em cima a azul), depois clica de novo na poesia que queres ouvir.
A Severa por testemunha e o rosto do actor, filho dos amores entre Deus e o diabo. Segundo José Régio no seu Cântico Negro.....
Impossível não partilhar...

                      António Capucha

        Vila Franca de Xira, Junho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Estávamos a falar do quê????

Guernica - Pablo Picasso

A grande chatice é que os nossos demónios acordam sempre antes de nós.
Quando tomamos conta do domínio dos nossos sentidos, após a soneca entorpecente, já há muito que os nossos medos e vergonhas, estão no terreno exercendo o seu trabalho de “sapa” de minar as possibilidades de sermos melhores e mais úteis. Alguns, diria, nunca dormem! Esses são os piores. Mefistófeles implacáveis, de eficácia total e sem remissão. Nem sequer é curioso que todos eles façam parte intrínseca da nossa condição de ser. É a mais pura das verdades…. O sono; a fome; a agressividade; o sexo; a paixão…. Sei lá, tantos nomes tem a besta, que nem sequer necessita da nossa vontade para se afirmarem…. Pelo contrário, as virtudes, como: O amor; a solidariedade; a bondade; a generosidade e outros predicados, já requerem toda uma conjunção de sentidos e toda a racionalidade que pudermos arrebanhar.
Isto é: Para fazer “merda” não precisamos de mexer uma palha. Mas para fazer algo que valha a pena, já temos que reunir muitas vontades e todas as capacidades que para o efeito forem requeridas….
Se esta é, e assim parece ser, a ordem natural das coisas, já é esperar muito que nos portemos bem.
Portar mal, passa a ser portanto a ordem natural das coisas, e de estranhar, é que bem nos corram.
Nesta estrutura, que acreditamos seja a nossa, pessoas há que tendo a “telha” de matutar sobre isso, vivem de tropeço em tropeço, numa constante expiação dos seus muitos pecados… E da sua incapacidade de fazer prevalecer a o razoável sobre imponderável. Envelhecem inexoravelmente na complexa frustração de tentarem fazer triunfar o racional e bom sobre o demoníaco venial do seu ser….  Apenas uma coisa pode e pesa bastante nesse particular…. E esse é outro factor que não se controla, é também da lei da vida…. É o Tempo…. Que imperativamente passa sempre e só num sentido. E com ele trás a falência dos demónios. Que não se entregam sem luta. Longe disso! O sono e a fome, deixam de ser urgências. A agressividade, fica nas covas com a fraqueza evidenciada. O sexo…. Deixa-me rir…. E a paixão, por maioria de razão, fica a ser uma coisa dos livros…. 
Apenas num pormenor esta não é a completa e derradeira verdade…. É que por estranho que pareça, é o lado racional, o intelecto portanto, que pega nessas bandeiras do demo, e as projecta numa vida virtual, mas de um rigor tal, que as emoções são mais fortes e distintas do que eram, quando eram só defeitos…. E por artes mágicas, deixam de ser sentidas como perniciosas….
É o verdadeiro “Império dos Sentidos”, sem culpa nem nada, as paixões mais violentas, o sexo mais ardente, desancamos sem piedade neste e naquele, se calhar porque são curricularmente: Este e aquele…. Dorme-se e come-se quando se quer…. E tudo sem remorsos…
Lamento mas se ainda cá não chegaram, a este estágio de perfeição, não tentem entender. Apenas sereis conduzidos a sentimentos de menoridade que podem não ser reais…. Só mais tarde se revelará de que massa sois feitos… Vivam com calma e serenidade porque muito pouco depende da vossa vontade… Não matem a cabeça a procurar a pureza do suco da barbatana. Porque quando cá chegarem verão que não passava de carapau de gato…..
Bom….. Mas, estávamos a falar do quê?????


                           António Capucha

              Vila Franca de Xira, Junho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

De 10 de Junho a S.º António

Meu Sant’antoninho onde te porei


Um fim de semana à antiga entre o dez de Junho que voltou a ser o dia da “raça” e de Camões. E o dia de S.º António, conhecido miudamente pelo “quebra bilhas” e que é o santo padroeiro do blogue Peroração….
 Na comemorações do dia 10 de junho, o inefável Presidente da República, exceptuando as inevitáveis incursões, pela economia como se de uma Bíblia ou Corão, se tratasse e num estilo assim de quarta classe para adultos, foi a distância possível para a prédica de antanho. Que como não disse mas pensei, voltou ao mito do portuguesito valente, imérito guerreiro iluminado pelos superiores valores da Pátria e a pureza abençoada e inspiradora da prosa dos senhores, Contra-Almirantes de cacilheiros a que só faltou o rosto tisnado e salpicado de TNT dos nossos camaradas de armas que deixaram, ora um braço ora uma perna espalhados, pulverizados pelo capim. Quando não era a chorosa mãe, pai ou esposa, que recebia na lapela “a carica”no lugar de quem lá deixou a pele toda, Alma e tudo….
Mas a criatura que é economista, não é parvo, e reconstituiu essa cena em espírito com a habilidade verbal que se lhe reconhece. Que pena não haver uma guerrazita, assim assanhada… Mas quê…. Há apenas a selecção Nacional A, e é um pau!!! Já não há o soldado milhões…. Só temos o Ronaldo que não marca nada…. E o Queirós que já foi…. E o Grande Sporting Clube de Portugal que este ano é que é…. Também temos o FMI e o BCE mais a CE mas isso já não interessa, porque já votámos…. É passado…. A tal ponto o é, que a Senhora que quer ir para a cadeira presidencial do FMI, que ao que parece anda atrás dos votos dos países africanos, e como nós somos na Europa os mais parecidos e amigos dos pretos, nos bajulou dizendo que a questão portuguesa não existe enquanto tal…. Que isto da crise para eles, (nós), são favas contadas… A enarigada senhora pode ser tudo mas: pragmática, é o seu nome de babtismo… Então, e com menos esse peso às costas, vá de folia que o Sº António está aí. Acendeu-se a luz ao Santinho  e montámos-lhes guarda durante um tempo enquanto ía crescendo em mim a razão de ser do cognome de quebra bilhas. Outros asseveram que as conserta. Bom…. O grande Vilaret cantava um refrão que era assim:
Se conserto um tacho
Protejo um namoro.
Logo o populacho
Vem cantar-me’m coro
Meu rico Santinho eu não sei, não sei.
Meu San’tantoninho onde te porei….
O som do Cavalinho acompanha como um bom vinho de taberna…. Tudo salta ao som da caixa e da tuba mai’lo bombardino pois então. O clarinete e trompete volteiam como faúlhas, cága-lumes das noites de verão o vinho escorre das paredes como no “Pátio das Cantigas”….. A tal tipa do nariz muito alto e afilado, deve estar enganada….. Não vamos nada pagar a ninguém, simplesmente porque não haverá a quem….. A UE impludirá…. E o FMI vai dedicar-se à costura e a perseguir meninos anafados assim tipo querubins de rabos lustrosos, pilas minúsculas e bochechas rosadas… A única safa é saltarem para o colo protector do Santo António (que lindo nome) e comerem a sopa toda que o Paulo Portas anda aí…..
     

                       António (é de facto um lindo nome) Capucha
                             Vila Franca de Xira, Junho de 201