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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Os piratas da Somália....




Acabo de ver, boquiaberto, um documentário que me foi enviado por e-mail, sobre os verdadeiros piratas somalis. Resumindo e baralhando, é a velha questão de sempre. Cansados de verem delapidados os seus recursos marinhos pelas frotas pesqueiras dos paises desenvolvidos, e o envenenamento das águas pela descarga sistemática de lixo perigoso, nuclear ou hospitalar, é lixo tóxico. E fazem-no porque a Somália está em guerra civil há décadas, isto apesar de denúncias de várias origens no ceio da ONU, mas como não há representante legal que possa impedir este desaforo, persiste até ao desaforo. Então ex- pescadores e ex-combatentes fortemente armados, assaltam os navios e exigem resgates avultados. E como é natural a população somali, para além de não os condenar, apoia-os...... Mais acrescenta o documentário que muitos mais paises africanos sofrem a mesma actividade predatória dos países ricos da nossa hipócrita Europa.... E os países que não têm costa oceânica, vêm outros recursos delapidados pelos civilizados europeus, como é o caso das madeiras raras, marfim e outras coisas de elevado custo no mercado e os minérios e diamantes e por aí fora.... 
O Estado português, melhor dizendo, quem o governa e representa tão indignamente, também enviou para as costas da Somália navios da Armada, para combater a chamada pirataria local... Como sempre de joelhos a participar, como lacaios dos poderosos da Europa, a proteger os ancestrais direitos ao roubo dos recursos dos mais pobres, por parte dos países desenvolvidos e poderosos da sonsa da Europa....
Isto tem um nome, apropriar-se de coisas que não lhe pertencem... Ou não tem? Como português, sinto uma enorme vergonha por termos participado nesta cruzada demoníaca.... 
Caro amigo avalie por si, clique no endereço abaixo, e pasme:
  

                                                             António Capucha

                                     Vila Franca de Xira, 27 de Novembro de 2013  

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Fonte do Sant'Antoninho...


Joaninha

À entrada do jardim da D. Lénia, onde tenho a minha casa de Peniche, há um fontanário com um painel de azulejos de S. António com o menino ao colo, alumiado por uma lanterna de cobre pintada de preto e electrificada. A lanterna estava algo degradada e eu resolvi recuperá-la. Munido de alguma paciência, jeito e cuidado, limpei-a da tinta velha, apliquei-lhe anti oxidante, mais uns quantos arranjos e electrificação nova e pintadinha de novo, ficou linda. A D: Lénia pessoa de sentimentos seguros e possantes, quando eu estive em coma e durante as diversas operações a que me sujeitaram, acendeu a lanterna por mor da minha saúde..... E garanto que não serei eu, a tirar-lhe da cabeça, que a intervenção do Santo mais do Menino, é que ditou o desfecho positivo das mesmas.... Dava uma "estória" e meia esse particular. Quando estamos algum tempo sem ir a Peniche, como agora, por causa do frio e do vento, a D. Anita; minha mulher, e a D. Lénia telefonam-se... Falam da evolução da minha saúde, e acrescenta a Srª. D. Lénia, que se eu for para lá, não me deixa andar ao frio e a apanhar como vento, como ela sabia que eu dantes fazia. não senhor, corria logo comigo para casa..... E serrava-me a cabeça se eu bebesse muito café.... Que o Sant'Antoninho, faz milagres, mas depois é connosco, temos que ser nós a tomar cuidado. O Sr. tonica não pode andar p'raí à fresca.... É uma querida senhora.... Mais a nossa vizinha a Srª. D. Graça e o seu marido o Seixas..... Estamos rodeados de queridos amigos excepção feita ao Sr. Armando, um velhadas com ar pingão, que velhacamente finge ter medo da Joaninha, a nossa pequena cadela, épagneul Tibetana ....  Uma fera!....  

                                                        António Capucha

                                   Vila Franca de Xira, 22 e Novembro de 2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Soneto à sopa de peixe....




Tome-se uma cabeça de Peixe.
Garoupa, cherne, pargo da praia, até fataça...
O que for... salgado, d'um dia p'ró outro o deixe.
Coza-a, não muito, p'ra que não desfaça

Deixe arrefecer e à mão separe a febrinha 
De peles, osso e espinhas e reserve-o
Na panela faça um refogado com cebola miudinha
Alho e tomate, e sobre ele, o caldo da cozedura verta-o

Junte água até rectificar o sal e junte mechilhão 
Descascado, tal como o camarão e demais bicharada
Dê tempo a que os sabores se fundam como almejo

Junte os bocados do peixe, piri-piri e pimenta à perfusão
Não deixe cozer demais, um golpe de fervura e massada
De cotovelo, coentros picados e a magia dum raminho de poejo.   

                                         António Capucha

                      Vila Franca de Xira, 21 de Novembro de 2013

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Boa Xico....


Ol
Como a vida artística é um desafio, aqui vai um outro: apareçam na Trafaria para ver e ouvir. 
Um grupo de "amantes" do teatro, nas suas diversas vertentes, lá estará para uma hora de útil boa-disposição. Leve a namorada /o e vice-versa. Ou conforme.
Um abraço 
Xico Braga
Novembro: dias 22, 23, 24, 29, 30 às 21.30 horas
Dezembro dias 6, 7 às 21.30 horas
                dias 1, 8 às 16 horas  
marcações:  gitt@netcabo.pt

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Lembram-se?




ANTONIO COSTA abriu a boca.
Agora muitos já abrem a boca. Pena é que tardiamente.
"Gentinha" como eu já o dizia há um horror de tempo... mas, então,
seríamos tão somente: Labrêgos; Más-línguas; Bota-abaixo... etc, etc.
Como lamento!


Programa "Quadratura do Circulo".

Os outros intervenientes, Pacheco Pereira e Lobo Xavier, nem abriram a boca.

Claro que o moderador também não.

E aqui está textualmente o que ele disse (transcrito manualmente):

(...) A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso.
A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil. Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir.
E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável.
Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer? podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira.
E é isso que estamos a pagar!
A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste. Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados.
Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável.
Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do estado.
A administração central e local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma.
A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a corrupção.
Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo. Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha. E foram as vigarices de Isaltino Morais.
A que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas 16 e mais um rol interminável de crimes que depauperaram o erário público. Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos.
E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.
Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades.
Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas.
Devemos antes exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam.
Há que renegociar as parcerias público-privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões.
Sem penalizar os cidadãos.
Não é, assim, culpando e castigando o Povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise.
Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção.
Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia."


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Calma descontracção e estupidez natural




Apesar de assistido e amado pelos meus familiares, apesar de toda a eficácia que conseguimos em conjunto, a vida continua a ser uma sequência de rotinas. Ainda que reconheça que sem elas, as rotinas, isto é se não tivéssemos, em conjunto, apurado estas rotinas, então a vida ficaria restringida à rotina de um acamado, como no Hospital.... portanto é com grande alegria e optimismo que vivo os minutos, as horas, os dias e meses que me vão tocando pela proa, como se fosse um navio e, o tempo fosse o Mar. Novidade nenhuma nisso. E a verdade é que sem fugir às rotinas, consigo uma vez por outra a sensação, o paladar adocicado, de uma novidade. Um dos combates à rotina, mais bem sucedidos, é este acto de escrita, sempre igual na aparência, mas sempre diferente na temática, ou na inspiração... É um desafio diário e normalmente superado ( passe a petulância )....Resulta isto tudo de nunca me ter deixado vencer pelas adversidades e, tenho que dizê-lo, do apoio dos meus familiares mais directos, a D. Anita à cabeça. Cada vez mais os vou aliviando desta ou daquela tarefa, que faz parte da rotina. Ou dizendo doutra maneira vou conseguindo integrar nas rotinas cada vez mais coisas. Que uma vez fazendo parte delas, das rotinas, deixam de ser novidades e, como sou viciado em novidades, tenho que procurar outras mal estas se tornem rotineiras. É uma busca incessante, mas não esgotante, há que manter olhos abertos e espírito disponível à mudança e gosto pela vida. Nada se faz sem ele... Nisto como noutras coisas é fundamental uma máxima da minha juventude nos idos de sessenta do Século passado, era assim: O que é preciso é calma, descontracção e estupidez natural.....

                                            António Capucha

                        Vila Franca de Xira, 15 de Novembro de 2013

                                                    

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Moscas e melgas....




Este é, para além de outras particularidades mais ou menos funestas, o ano das moscas. Chatas pousam em tudo o que é sitio, até no "dispay" do PC onde escrevo estas linhas. Se observarmos a coisa com metodologia científica, de outras espécies, somos capazes de aceitar qual a razão da sua existência, agora das moscas, não sei que préstimo, qual o seu mérito que justifique a seu ser.... O criador há-de ter acreditado que era fundamental chatear-nos e criou a mosca. Não chegava a sua obra prima: o Cavaco Silva mais o Paulo Portas, ainda aguentávamos e merecíamos mais chatice..... E como tinha uma curta esperança de vida, cerca de vinte e quatro horas, criou muitas, paletes delas.... Não sei, e acho dificil que alguém saiba, porque é que o criador toma estas sádicas decisões, no entanto tem muitos seguidores e adoradores da sua entidade. Segundo eles, Este criou a vida, mas logo criou a morte, a doença, o mosquito anofelix e a mosca,o Coelho, a Merkel e a raínha d'Inglaterra, mais o Edgar Hoover o Churchil, o Salazar etc... etc... Apesar de ter criado estes erros da natureza, mantém intacto o seu prestígio de criador.... Porque se diz que também criou a Amazónia, o Evereste, os Andes, os Pirineus, os Alpes e o Mar e coisas assim: as árvores, as flores e os rios e mais tudo. Era assim uma espécie da Mota Engil da época, mas com a diferença de respeitar os prazos.... Segundo se diz, tudo criou em sete dias, ora também se diz que depressa e bem, não há quem..... Daí serem aceitáveis algumas imperfeições....  

                                              António Capucha

                          Vila Franca de Xira,14 de Novembro de 2013

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cirurgia plástica....




A pouco e pouco vou-me dando conta da extensão do que me acometeu. Terá sido tão abrangente que há grandes períodos de tempo que ficaram para sempre na obscuridade das trevas e não me refiro ao tempo em que estive em coma. Mas sim ao tempo em que estive em tratamento na unidade de cirurgia plástica, onde fizeram "trinta por uma linha" para tentar salvar-me a perna, nomeadamente um tratamento com vácuo, do qual não lembro patavina, tal como não lembro ter recusado por duas vezes fazer a colonóscopia... Tal era o estado em que estava, que de nada me lembro.... Nebulosa total.... Ontem a senhora minha mulher disso me deu conta.... Tudo se terá passado na minha primeira estadia no Montijo, vezes sem conta me levaram de ambulância para S. José, para nada.... A minha resistência a ser tratado ou a fazer exames era irredutível. Também, não sei o que me terá levado a por fim ceder. Mas isso revela sobretudo o lindo estado em que estava, à beira duma septissémia por causa das feridas nas pernas, à insuficiência cardíaca, ao bicho mau no cólon e na bexiga, que por certo já lá estava..... O facto de não recordar muitas dessas peripécias, é revelador  do estado geral em que me encontrava.... Sei por que é que recusava ser tratado, mas não sei porquê acabei por anuir a tudo. Recusava, porque sempre detestei essas coisas e como nunca cheguei a ter consciência do meu estado, fico sem saber como é que fiz , ou melhor, me fizeram, tudo o que ao cabo e ao resto, me arrancou da dentuças do danado. 
Até ontem estava seguro de que fui fazer a colonóscopia. e pronto, nem suspeitava de ter ido duas vezes fazê-la e como uma bola que bate na trave voltei  para o Montijo sem a ter feito, e não dava cavaco a ninguém, pura e simplesmente vinha embora e pronto.... Era um marreta e tanto.....

                                              António Capucha

                        Vila Franca de Xira, 13 de Novembro de 2013

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O Adérito....


A D. Adosinda

O Adérito era um rapaz de vistas largas, pouco dado a essas coisas dos "ismos", que era da sua opinião, essas coisas, apenas complicavam desnecessáriamente a vida que de si, era já suficientemente complicada.... Era um "livre pensador e um tanto desbragado no que respeita ao linguajar. Achava ele que um bom calão, era sempre mais expressivo que frases de fino recorte. De que aliás seria capaz de produzir, não fosse o preferir as palavras vernáculas e mais expressivas.... Para que melhor se entenda, a questão era mesmo essa os palavrões brotavam naturalmente da sua boca como se de rosas se tratassem. Não havia acinte nem malévolas intenções nem cargas pejorativas, nem nada, era mesmo por uma questão de colorido. 
Ora estava ele com um grupo de amigos mais ou menos da sua igualha, num restaurant, a virarem uns copos e lamber uns peixinhos fritos com açorda d'ovas, de permeio com uma animada conversa, desbocada como sempre, que ecoava por toda a sala..... Eis senão quando uma senhora de negro e com penteado à "lady Di" com rugas verugas e pele de galinha, tipo "rata de sacristia" e viúva precoce, levantou-se e impertigada disse alto e bom som: não têm vergonha. Já uma senhora não pode estar sentada a comer sossegada sem ter que ouvir tamanhos palavrões.... O que ela foi dizer..... O Adérito, parece que levou um soco no estômago..... Pôs-se de pé, virou-se para a pindérica e assim disse:
- A senhora não tem ar de quem desconhece, que há um Mundo cá fora da sua casa asséptica que partilha por certo com um gato e um cão, ambos capados p'ra não fazerem banzé. Pois é minha senhora, cá fora é um pouco assim, logo pessoas como a senhora deviam ficar em casa a comer uma sandocha de "pipino" com um cházinho de urtigas branca, por causa da tosse, mas não se esqueça de arrotar comedidamente, para não ganhar ar na canalização, é pouco saudável e, não se esqueça também de mijar porque já está um bocado amarela.... "Alimpe-se" por baixo, não demais, porque é pernicioso e pode parecer outra coisa.... E vá para a sala ver a novela da TVI, não se esqueça também de verter uma lágrima de tanta emoção junta. E para abreviar.... Vá-se catar, minha senhora..... 
A mulher levantou-se e dirigiu-se a porta, enxofrada, mirou-o como se o fuzilasse e de nariz no ar e rabo alçado saiu para a tarde fria de Novembro. O Adérito chamou o dono do retaurant e estendendo-lhe uma nota de vinte €uros, dizendo: Óh amigo tome lá para recercir as suas perdas, a mulher por certo não ia pagar mais que isto....  E voltaram à galhofa habitual.... As "caralhadas" esvoaçavam como borboletas....
Assim se passaram estas coisas de que, testemunha serena fui, e, à qual nada acrescentei ou deturpei.... Fiel cronista que sou, destes e doutros costumes, da nossa bizarra sociedade.... 

                                                   António Capucha

                            Vila Franca de Xira,11 de Novembro de 2013

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Remédios.


Cruz dos Remédios


O cinzento é a tonalidade predominante
A ameaça de chuva é evidente
Mas dizer do cinza ser entediante
É redutor e falso, completamente

Quando tinha a casa nos Remédios
Por esta altura do ano, os tons de cinza total  
Refulgiam, aqui e ali o Sol rompia tédios
E a Alma batia palmas  a esta beleza brutal  

À janela, rendido à imensidão contemplava impotente
E feliz, gravava a fogo no peito este quadro
Que hoje só posso recordar

Quantas horas por dia assim em contemplação dolente
Por vezes o farol ajudava uivando ao Mar pardo
E no ar, o cheiro da caldeirada a apurar

                                                  António Capucha

Vila Franca de Xira, 8 de Novembro de 2013 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Lenga-Lengas de quando era menino...




Só me apetece dar URROS; PEIDOS e COICES....
Comer fruta verde...
Dar saltos mortais....
Subir aos paus de fio e apalpar o cu às canecas....

Minha tia Teodora
Cu p'ra dentro, cu p'ra fora...
Com as tetas 'àbanar. 
À primeira mijadela 
Fez andar um barco à vela
E encheu um alguidar.

Dona Luisa de Gusmão
Casada com Diogo Cão
Um dia'em Aljubarrota
Ao decalçar uma bota
Matou sete espanhois 
qu'andavam aos caracois

Òh prima.... Óh rica prima, faz tudo qu'eu não te ralho
Nem sei o qu'é que sinto na cabeça do Cara.....pau
Fresco é bom, não tenhas ilusões
Estou c'uma comichão na pele dos meus...Col....etes
E rabanetes, foi tudo p'ró maneta
Faz mais que muito dias que não bat'uma.... Pu.... dera
Ser casado, solteiro não se'ngorda 
Há mais de trinta dias que não dou a minha Fo....ge
Priminha.... foge priminha.... foge priminha.........

                                                                  António Capucha

                                              Vila Franca de Xira, 7 de Novembro de 2013

                                            

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

As Manhãs/tardes da TV...




Conheço pessoas baralhadas com as ofertas de dinheiro nos programas de TV sobretudo da SIC, e da TVI. Os programas são miseráveis em termos de qualidade sobretudo o seu conteúdo, não é só plástico e palavras ocas. É, como aqueles yogurtes activos contra o colestrol, estes programas, são também activos fomentadores da estupidez emenoridade. Abusam das técnicas de criação de intimidade com os teleespectadores, que levados à letra leva a confusões tais que dão origem a uma fidelização do tipo doentio. Quem estiver menos capaz de resisistir as estas técnicas, cai-lhe nas malhas. conheço sobejamente estas formas de funcionar. Nestas coisa da comunicação há sempre um emissor e um receptor. Sendo que, qualquer fusão ou confusão, entre a personalidade destas duas personagens, pode dar origem a coisas verdadeiramente dramáticas. Resultado apenas de a entidade, a emissora, é fazer deslocar a fronteira do intimismo. E se ouvirmos com atenção esses programas agora também da TV, em que os ouvintes são convidados a sentenciarem sobre diversos assuntos, os indícios dessa confusão, são notáveis. Da mesmíssima forma estes actuais programas das manhã/tardes da TV, são responsáveis pela confusão que para aí vai. Criando intimismos que de facto não existem, nem podem existir, e extrair do espectadores, sentimentos que na verdade são falsos,tudo dado à cegueira da guerra das audiências. Daí ao vicio daquela marmelada, vai um pulinho. A autoridade para a TV, deixam estas coisas correrem, apesar de saberem o que estas coisas podem fazer às pessoas. A estupidificação colectiva do público é evidente. E os mais frágeis, nemos capazes, de baixo QI, ou já entrados na demência, estão invulgarmente expostos e também têm o direito de assistir a TV sem serem corrompidos ou manipulados. Alguém devia proíbir que estas técnicas fossem empregues, sob pena de pesadas multas. A bem da inteligência colectiva....

                                          António Capucha

                      Vila Franca de Xira, 4 de Novembro de 2013


sábado, 2 de novembro de 2013

Que viva o teatro....




      

Companhia de Teatro de Almada estreia em Portugal peça escrita em 1934

“Em direção aos céus” é a mais recente criação da Companhia de Teatro de Almada e uma estreia absoluta em Portugal. A peça da autoria do autor austro-húngaro Ödön von Horváth vai a cena a partir deste sábado à noite no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada.

Horváth foi empurrado para fora de Berlim, porque a imprensa nazi não aprovava o seu teatro de gosto popular, e acabou por escrever esta peça em 1934. Rodrigo Francisco encena este dramaturgo pouco conhecido em Portugal.
(com Sandra Henriques)



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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Fim de semana...




No Céu adensa-se a careta... 
Peniche vai ficando mais longe
O horizonte estremece na paleta
Vou ficar em casa qual monge

A meditar no mistério da "encadernação"
Mistério profundo, a requerer um bom vinho
Embora para alguns o seja da Encarnação
Para mim, é para do baú tirar a toalha de linho

Encher a boca com o sabor de um Havano
Repimpar-me no meu trono, como se Rei fosse
E ver o Grande Sporting Clube de Portugal na TV

Cuidado não engolir o fumo, que faz dano
Comer castanhas, bem cozidas com "erva doce"
E o vinho é tinto e à discrição, já se vê!

                                                     António Capucha

                                Vila Franca de Xira, 1 de Novembro de 2013