Endereço do blogue........peroracao.blogspot.com

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sei lá…. Sou bem!!!!




Que agenda cheia eu tenho…. Fazer a depilação, entregar aquele artigo para a “TV vómito” sobre os rapazes e a moda, depois vou a correr para o “restaurant” onde o grupo das “nevróticas” tem o seu almoço semanal, a seguir, corro para o ginásio queimar as gorduras adquiridas ao almoço, com isto tudo são horas de ir para casa. O Artur já há-de estar por essa hora à minha espera. Chego…. Escolhemos a “pisa” que vamos jantar, que entretanto chega com o eterno rapaz vesgo de cor e a cheirar a “piperones”…. Damos-lhe a gorjeta e tal, e atiramo-nos a ela…. Em breve resta só cartão…..E uma pontinha de fome, mas assim é que é bom…. Esfalfo-me a escolher os trapinhos que vou levar à noite ao: Gosta pouco Gostas – no Swing Club Porto, já sinto o ambiente a descomprimir o “stess” acumulado durante o dia, (então não é????) e o sabor “afrodisíaco” dos “coqueteis”. Deixo umas “rolhas” ao gato e descemos de elevador metemo-nos no”jeep” BMW, e, cá vamos nós noite!!!!
O parvo do “portas” a fazer que não nos conhecia, a mim praticamente do “Jetset” falada em tudo o que é revista de interesse. Amiga e comentadora dos “Blogues bem” e de referência. Óh filhas só visto…. Tive que o meter na ordem. Vocês é que nunca me viram virada do avesso. Sou muito “in”, mas se me chega a mostarda ao nariz, é q’ueu sou filha de peixeira, ouviste óh gordo da merda….. Bom o gajo virou fininho e entrámos na boa. Eu tenho destas coisas, aprendi de pequena a falar assim curto e grosso e todas as portas se abrem. A abanar a cabeça e a serpentear o corpo. O Artur não gosta muito, mas há um preço a pagar por uma boneca do quase “Jet-set”, inteligente, que se dá com gente importante e tudo e com um daqueles «savoir-faire », que nem te conto. Aquele sorriso  que quer dizer sabe-se lá o quê. Aquela postura afirmativa o estar sempre bem…. De resposta fácil…. E aquela sabedoria rara de saber sempre a quem tem de se juntar, quer seja ali a dançar, como nas tertúlias a conversar. Aquela pontaria certeira de se mesclar com os que parecem ser os que « dão as nove horas »…. É preciso ter muita estaleca para a desarmar. Ela é a rainha da noite, dança e rodopia, passa de par em par, o rosto afogueado mas sem transpirar, coisa « careta » essa de transpirar. Nem uma gota…. Fresca e cheirosa na sua colónia C.H., das lojas mais finas. Começa lá mais para a madrugada a ficar cansada, então vai ao Bar e diz ao Barman, é óh tu arranja aí uma dessas coisas. O homem um pretalhão retinto, passa-lhe com algum recato um embrulhinho de papel que ela disfarçadamente abre e toma com um gole da mistela que está a sorver por uma palhinha e que parece um daqueles chapéus da Cármen Miranda.
E retoma o “rodopianço” e aquela alegria obrigatória estudada e aplicada sem mestria…. Dir-se-ia antes: com boçalidade! Palavra que não consta do seu livro de estilo, mas que, tal como na estória do rei vai nu, é o que por força de razão tem de ser dita.
 E a noite, termina de gatas, tudo se esfuma com os primeiros raios de luz do Sol. A fealdade natural retoma o seu direito de ser, e com o Artur pela “arreata”, arrastam-se para a sua casinha num bairro Muito “in” e “bem”.
Segunda Feira, voltará a construção do ser sublime de elevado QI, ao almoço das “frenéticas”…."‘peraí"….. Não eram “nevróticas”?????, ao puxar pelo corpinho no ginásio, passar pelo emprego, cultivar o espírito, intervir nos blogues bem, e de bons costumes. De gente muito fresca e conhecida. Enfim restaurar o “stress”……
Mas agora é dormir! Será que ressono? Pode lá ser….
Óh senhor escriba, está a brincar? Só pode!!!! A ressonar eu?????

                             António capucha
   
             Vila franca de Xira, Novembro de 2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cabo Avelar Pessoa


O Cabo Avelar Pessoa não é só o nome da embarcação que faz o transporte de pessoas e bens de Peniche para a Berlenga.
O legítimo proprietário desse nome foi um militar, suponho que da marinha de guerra portuguesa que viveu em mil seiscentos e pouco. E foi Comandante da guarnição do forte de S.João Baptista da Ilha da Berlenga Grande.
Passe a inflação destas coisas, (hoje em dia, um Cabo nem de sí próprio é comandante), mas o termo de: Cabo, deriva do latim que ao contrário do que muita gente pensa, não é a língua dos Cristãos, mas sim dos Romanos. Daí ser também a língua em que se expressa o nosso direito, que como se sabe vai beber a sua inspiração ao direito latino. Assim o termo: Cabo, resulta de séculos de abastardamento do termo original que é Caput, (os italianos ainda hoje usam o termo: Capo, para designar chefe) que significa cabeça, de qualquer coisa. Ex. Caput Mundi significa: Capital do Mundo.
Cabo é portanto a cabeça o comando, neste caso de tropas… No caso do António Avelar Pessoa, ele era o chefe de vinte e seis soldados que com ele constituíam a guarda e guarnição do Forte da Berlenga. Que já fora Convento de frades, ali estabelecidos diziam, para socorrer os náufragos que amíude iam ao charco naquelas perigosas águas entre o cabo Carvoeiro e o arquipélago. E sabe-se de tanta coisa acerca deste Cabo Porquê? Porque este homem e os seus subalternos com poucas perdas do seu lado deram um arrepio de monta a uma Armada Espanhola de cerca de vinte barcos, Tendo afundado um e avariado irremediavelmente outros dois e resistiu até ter munições para os seus fuzis e pólvora para os “canhangulos”. Ainda assim só foi vencido após a pouco edificante, melhor…. A torpe traição de um dos seus soldados.
Esta façanha, teve honras de passar para a Grande História e é assim que hoje o Barco que faz a viagem entre o continente e a Berlenga, tenha o seu nome.
O antigo, pois já se contam dois com o mesmo nome, Foi aquele,a daptado de uma traineira de pesca a que adicionaram uma cabine para os viajantes terem um pouco mais de conforto. Mas os locais e os visitantes mais costumeiros viajavam sempre cá fora à proa, ou à ré ao vento e aos salpicos de mar. Tanto quanto sei, este barco teve apenas um percalço. E de uma estranheza impressionante. 
A zona é muito ventosa, pouco propícia portanto, à formação de nevoeiros, no entanto quando os há, são de uma densidade leitosa. Pois os diabo os tece…. Um “habitué” ia sentado à proa e displicentemente, com um braço de fora pendurado da amurada, na cavaqueira com  amigos e o nevoeiro cerra-se ali à entrada da barra. Buzinando furiosamente  tudo quanto eram barcos ao mar, assinalavam a sua presença, mas então uma traineira roça levemente pelo Cabo Avelar, proa de bombordo de um com proa de estibordo do outro e o pobre rapaz viu o seu braço decepado. Mito ou verdade, foi assim que eu a comprei e é assim que eu a vendo….
Por motivos turísticos, que não por causa deste caso, foi mandado construir uma nova embarcação, como é evidente a traça é a de uma traineira, só que foi feita de raiz para barco de passageiros e tem portanto mais lugares e o seu conforto e níveis de segurança foram ampliados. Para herdar o nome do destemido Cabo Avelar, foi preciso destruir o outro. E é Assim que hoje em dia entre Maio e Setembro se pode ver o Cabo Avelar Pessoa que parece um cacilheiro de proa mais altaneira a furar as ondas para lá e para cá, no pino do verão, umas duas vezes por dia, Tão destemido como o “Caput”, António Avelar Pessoa a galgar as onze milhas marítimas entre Peniche e o Cais do Carreiro do Mosteiro da Berlenga grande….. 
Hoje em dia os Castelhanos podem estar descansados que em vez de levarem para tabaco, se fumarem, é melhor levarem eles o tabaco que nós apenas fornecemos a beleza indescritível das ilhas e os escaldões… Esses são à borla.
Uma das coisas mais curiosas quando se chega à Berlenga, é que, olhamos para de onde viemos e quase não se vê terra. O mais das vezes confunde-se de tal maneira com a neblina que até faz confusão … Porque de terra se vê clara e perfeitamente a ilha até de muito longe. De tão longe que, a curvatura da terra tem destas coisas, e cria a ilusão d’óptica de estar o arquipélago  num plano superior ao nosso.  Visto do Alto Veríssimo, por exemplo, parece que a cidade de Peniche se afunda no mar e lavanta a ilha da Berlenga Grande, como um Hino à coragem de um Cabo, que pela sua valentia, é capaz de fazer corar de inveja, muito Almirante de águas turvas…..    

                                   António Capucha
           
                Vila Franca de Xira, Novembro de 2010
Avelar Pessoa, actual




                                                                                                             




 













Cabo Avelar Pessoa , antigo

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

“Albergue Espanhol”

Carta aberta ao Sr.
Fernando Moreira de Sá e ao Blogue: “Albergue Espanhol”

A expressão “Albergue Espanhol”, é o que” na gíria francesa significa um lugar onde as culturas se misturam como num caldeirão, onde não há regras e tudo pode acontecer”. (Wikipédia)
Quando um blogue adopta esse nome, pode esperar-se uma mistura de muitas coisas com alguma arbitrariedade, ou informalidade, mas onde a pedra de toque é a variedade e a liberdade de expressão.
Ora se num dado momento damos de caras com uma publicação nesse blogue, de alguma coisa, cujo despropósito sugere um determinado alinhamento, dependência ou ter sido feito por encomenda. Então o nome não perde, apenas razão de ser. Levanta até fundadas suspeitas de artimanha ou armadilha para caçar e arregimentar incautos….
Suponhamos ainda que desconfiado, um leitor avisado e experiente nestas manobras mefistofélicas, resolve fazer um apequena investigação, nada de muito profundo ou invasivo, tão pouco “Pidesco”, e descobre uma ligação mais que provável a um Partido Político e a uma Câmara municipal. (O PSD e a Câmara da Maia.) Naturalmente se acentua a desconfiança. Se a isto juntarmos que alimentamos com o sujeito desta acção, uma troca, nem sempre elegante, diga-se, mas onde do outro lado – o do tal sujeito – Apenas houve esquivas ao encarte das questões levantadas, e que da sua parte concluem a troca “epístolar” com o encerramento do acesso de comentários com a desculpa esfarrapada de, por respeito ao leitores, não querer descer ao insulto (palavras suas). O que fez na prática, foi usar sem escrúpulos do privilégio que o outro não tem, de por ser o dono do média, encerrar a questão. Típico, é aliás, a primeira matéria curricular do curso de Comunicação social.
Ora a outra personagem sou eu. E como não nasci ontem, nem foi ontem que caí do ninho, resolvi saber quem era a outra personagem de mistério, que até nem esgrimia mal. Uma voltinha na “net”. E fico a saber que apesar do estilo pomposo, não passava de um jovem debutante de jornalista….
Cursou na sua cidade da Maia, Comunicação Social e formou-se em 2008. Nesse mesmo ano este génio da Comunicação Social ingressa na Câmara municipal da Maia, como Assessor de Imprensa , Comunicação e imagem e mais não sei quê…. Bom …. Palavras para quê…. Este tipo de ascensão, digamos que, meteórica, está invariavelmente associada a um fenómeno, do qual não digo o nome, mas espero que quem isto ler, faça o favor à inteligência Nacional, de chamar os bóis pelos nomes….
Querem saber que mais? Chamem-lhe instinto, Chamem-lhe o que quiserem, mas foi isso, que me pareceu quando tropecei naquele blogue que ardilosamente se chama: Albergue Espanhol, mas que devia urgentemente mudar de nome e por duas razões de substância:
1ª – Por uma questão de honestidade editorial…
2ª - Por respeito aos leitores que assim podem estar a comer gato por lebre!
Vá lá, abandone esse seu ar de grave de experiente profissional e revele a sua dependência funcional. Não sei porquê mas parece que a direita tem sempre tendência a renegar-se a si própria numa espécie de auto-nojo…. Não temos de ser todos independentes e bem–pensantes, alguns terão de fazer o trabalho que dá razão de ser às coisas….  Não é vergonha nenhuma. Vergonha é ser desonesto e ser desonesto é querer passar por aquilo que se não é.
Pelo que fica dito, não me venha com mais reprimendas que não lhas admito. Admita antes que foi um erro a publicação do texto do Eduardo Prado Coelho ou se entender ainda lhe deixo a hipótese de confessar que não lhe foi possível impedi-lo. Outra saída não lhe deixo…. Se foi efectivamente ideia sua, que Deus se compadeça de si.

 

                 António Vaz Antunes Capucha
                     25 de Novembro de 2010

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Greve Geral, Nacional


Em dia de Greve Geral, Nacional, não devemos dar curso às coisas que fazemos como obrigação, como o trabalho. Investiguei o meu coração acerca de, se sim ou se não, devia abastecer o “blogue”. (que raio de nome que esta coisa tem)
Ficou mais ou menos claro que esta tarefa é mais por devoção que por obrigação. Mas não completamente…. Já que esta disciplina de “descascar” algo, pelo menos com dois dias de intervalo, é uma obrigação a que me imponho.
Estou portanto, e em relação à filosofia grevista, em conflito de Elvira Patroa e Elvira costureira. Se sou eu ser, uno e indivisível, quem ordena a si próprio que assim se faça. Com é que eu, indivisível que sou, posso fazer greve se o que faço, o faço por prazer?
Cruel dilema….
Mas os ratões do costume, têm tanto de esquivos, como de diplomático.
Assim criou-se a ideia dos serviços mínimos. Espécie híbrida destas coisas, que é um mecanismo, uma hábil artimanha para que todos fiquem bem no retrato. Os patrões como metade de mim, declaram ser a greve um direito dos trabalhadores. E o tenebrosos grevistas, tal como a minha outra metade, vêem humanizado o seu “irredutivismo”, garantindo, para que conste, as coisas tidas e regulamentadas como indispensáveis a que este quase cadáver social, continue a ventilar….
E é isso, em resumo, que estou a fazer: Os serviços mínimos.
A minha metade patroa, dir-vos-ia: querem conversa’ Vão mas é trabalhar Óh!!!!!
Ao passo que a outra, numa pungente desculpa diz: É pá desculpem lá o mau jeito , mas isto é assim um dever de consciência. Obrigado por gostarem de me ler….
Até depois amigos!!!!

                               Antó Capu
  
      Vila Franca de Xira,Novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Óh Franciú, queres vender o espingardú

Duas das três linhas de defesa do Oeste

Aquando das invasões francesas, é seguro afirmar-se que o conceito hoje muito disseminado de Pátria, que em tudo, e por tudo e por nada se afirma, o mais das vezes em aspectos mais “patrioteiros” que patrióticos.
Bom.... Parece que apesar de tudo a população portuguesa terá reagido ao invasor não  deixando que as razões de espalhar por toda a Europa as ideias da Revolução Francesa, assim ao estilo de : Levas tantas no toutiço até que sejas mais livre, mais igualitário e mais fraterno. E esta coisa de levar a guerra usando-a como apuramento civilizacional é uma metodologia que foi ficando até hoje…. Mais ou menos ao jeito de guerras santas, despontam um pouco por todo o lado. Mais cirúrgicas, e na aparência mais limpas são em boa verdade mais devastadoras. Se dantes, nas guerras românticas havia mais equilíbrio entre os contendores. Isto é: Eram ambos o povo das suas Pátrias, de resto pouco os fazia diferir um do outro quando as primeiras linhas davam assim o peito às balas. E só com o desenrolar da batalha, é que vinham os factores que faziam de uns vencedores e dos outros vencidos. Factores tais como número de combatentes, escolha do campo de batalha, inteligência do Comando, qualidade do treino militar dos combatentes etc….etc…. A vitória só era conseguida após imensa baixas de um lado e de outro.
Hoje em dia não é nada disto. O exército agressor ou invasor, desse-lhe as voltas que se quiser é assim!!!! Usando sobretudo a superioridade tecnológica, ataca não só militares, mas tudo a eito, numa guerra que não requer nem coragem nem razão nem coisa alguma que a humanize. (aqui humanize, é no sentido de que é interpretada por humanos).
Nem vale a pena pensar muito no assunto para se verificar que é mesmo assim….
Mas dantes a ausência de uma comunicação eficaz, levava a que o universo dos combatentes fosse pouco mais que o seu quintal, isso conduzia invariavelmente a que as razões para que os homens combatessem com ardor, tinham que ser imagens  e conceitos tão simples quanto fortes, caso contrário, arriscava-se a que não tendo sido encontradas as razoes no seu universo restrito, o seu empenhamento seria também reduzido. Daí à derrota ia um passo…..
Mas hoje a comunicação está super desenvolvida, só que, faz parte dos meios bélicos…. Utilizando os mais primários sistemas de mistificação, cabe à comunicação social o papel de levar as populações, a ideia de guerra limpa sem contacto, sem sangueira, sem morte visível. O que é verdade é que os países atacados ficam devastados, Com baixas civis enormes, militarmente subjugados e economicamente destruídos…. É limpinho!!!! E da parte do agressor não há mortes a registar..... Parece batota!!
A primeira das três invasões Francesas, (Junot) parou apenas em Lisboa. No entanto e apesar das diferenças evidentes entre ambos os exércitos, com maior pendor para os "francius do espirgardu", a vitória, nem após a terceira leva invasora foi total. Apesar da enorme vantagem, militarmente falando, nunca foi possível a vitoria total. As mortes de parte a parte eram astronómicas. Porque os portugueses e ingleses comandados por um inglês(o Duque de Wellington) morriam aos magotes, tal como os franceses, em tenazes contendas...    
Era esta a defesa montada pelos nossos, em três linhas, As famosas "Linhas de Torres".
1ª Linha – 46 km. Desde Alhandra até à foz do Sizandro, passando por Torres Vedras.
2ª Linha – 13 Km. Desde a Póvoa de Santa Iria até Ribamar, passando por Mafra.
3ª Linha – 3 Km. Perímetro compreendido pelo Forte de São Julião da Barra.
Isto para que se veja bem a dimensão das batalhas.....
Os Ingleses que nos vieram alegadamente ajudar e claro comandar, que é o que melhor fazem…. Um passarinho no entanto disse-me que estavam era a proteger os seus interesses económicos e hegemónicos, pois do outro lado estavam os seus dois arqui-Inimigos: França e Espanha….. A nossas reais cabeças coroadas, bem como toda a governação e chefias militares, fugiram “estrategicamente” para o Brasil…. E Ficou em Portugal um regente com ordens para não resistir…. E de Vileza em vileza se descobre que fruto de negociações e tratados o Comandante Junot, tinha ao seu serviço tropas de elite portuguesas….  A Legião Portuguesa ao serviço de Napoleão. Um espanto…
 Não se julgue no entanto que isto foi um passeio até à capital. Para além das batalhas militares, os "francius" foram amiúde atacados, emboscados, e maltratados pela população entre as grandes batalhas…. Nalguns sítios o exército invasor deixou mesmo guarnição em diversos pontos estratégicos. Como foi o caso de Peniche e o seu estratégico porto de mar…. com a defesa tripla  dos três fortes virados ao mar. O da vila e o da S. João Baptista da Berlenga e o da Consolação. E neste caso a guarnição ocupava uma posição estratégica, mas sítios houve onde tiveram que deixar fortes contingentes para conter a população aguerrida e assim proteger a sua retaguarda. 
Ao fim de algum tempo e o facto de ambos os exércitos serem algo distantes dos altos desígnios “intelecto-politico-culturais”, o mais das vezes o que fizeram os Franceses, foi o que fariam se estivessem em casa. Coziam as suas "meletes" faziam as suas omeletes.e coletavam as sobras afectivas das "mezeles" nacionais....
Ora acontece que um cidadão francês, deu a palmada nuns candelabros e assim,de uma igreja da  entãoVila, de Peniche(foi Vila desde meados do Século XV) e a população moveu-lhe uma perseguição sem quartel. Dominique, assim se chamava o larápio, escondeu-se numa gruta à boca do mar e de muito difícil acesso. Mas vencido pela solidão ao fim de uns meses, em vez de vender o “espingardu”, entregou-se à populaça…. Não lhe hão-de ter dado beijinhos mas ao lugar deram o seu nome. E é assim que entre nomes, uns Históricos outros marítimos, ainda lá está hoje: a Cova de Dominique…… Um sítio cujo acesso foi “aplainado”e é facilmente visitável hoje em dia. E onde se pode deixar penetrar pelas peripécias desta História e ao mesmo tempo deixar-se invadir pela beleza brutal do lugar….
Resta acrescentar que esse sítio é um dos meus eleitos para pescar “Grades”, Coisa que o Dominique não pode ter feito, porque assim teria morrido de inanição. O que seria um contra-censo, no meio dos maiores viveiros naturais de Percêbes, Navalheiras e peixe, daquela costa…. Eis como e em conclusão, estão ligados pelo mesmíssimo facto Histórico, Vila Franca de Xira e Peniche…..

                        António Capucha

      Vila Franca de Xira, Novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Zé “Trabalho” e a “Bomba”

Vénus de Willendorf ou a"Bomba"
Zé (povinho, moiro de) "Trabalho"














José Manuel, figura mitológica da Escola Industrial e Comercial de Vila Franca de Xira, nos anos sessenta do Século XX, era-o sobretudo devido à sua contagiante boa disposição, e pela alcunha que ostentava orgulhosamente. Não sei como é que vou descalçar esta bota….. Mas é indispensável que partilhemos de que se trata esta alcunha, não só porque, embora isto se trate de uma ficção, o apego à verdade, ainda que traiçoeira ou embaraçosa, é sempre o sal destas coisas…. Tal como nunca se consegue ser convincente se apenas se contarem as coisas como elas são factualmente e em carreirinha cronológica. Também não se faz boa ficção, sem que seja o melhor espelho da realidade….     
Bom…. Deixemo-nos de filosofias antes que dê um passo para além da perna, e depois não sei como é que hei-de sair dessa. Adiante:
Pois o nosso Herói, tinha por alcunha Zé Trabalho…. E onde é que está o embaraço, perguntarão, e eu faço-o por vós. Sim …. Onde é que está o embaraço?
Está exactamente no facto de ele não ser: tal tal….. Trabalho….  Era mais: Tal….Tal…. Rima com trabalho, é masculino, tubiforme, tem tendência para se esticar. E é símbolo de várias coisas e por si só define um sem número de outras, que o são com’ó ………. A tal coisa……. Zé “trabalho”, era para os “stoures” e p´rás flausinas…. Para mim, esta e outras bizarrias linguísticas, era uma carta d’alforria do mamã chi- chi, mamã Có-có.
Pronto já está….. Estou a suar…. Espero que tenham entendido, se sim, valeu o esforço. Se não, ficamos assim que isto é um blogue decente….
Ele não era assim tão rapagão como isso, embora lhe sobrassem uns bons palmos para além de mim. Mas acontece que eu também era um tanto a atirar para o pequenote, é portanto natural que usando-me a mim como bitola, o Zé “Trabalho”…. É melhor começar a usar aspas…. Era portanto o que se chama um calmeirão. O sorriso estampado na cara vermelhusca, os olhos claros  e a mandíbula ligeiramente saliente, dar-lhe-ia o ar de um “Bulldog” se ele não fosse seco de carnes. Pelo contrário a sua “partenaire” símbolo sexual das raparigas eleita pelos rapazes, já se deixa ver, era a “Bomba”…. Uma rebolona irremediável, de farto “coxame”, nádegas opinativas e um pisar elástico, de uma leveza inimaginável em tanta carne.  A bata escondia a maioria dos seus encantos, mas a maltosa Zé “trabalho” á cabeça lá descobriu uma forma de lhe espreitar os segredos. A fértil imaginação mais as ganas que eram naturalmente muitas. E de tal forma que de um palminho de coxas, o mais das vezes apenas uma mão travessa, desnudávamo-las por completo. E aquela escadaria que ia do pátio das traseiras, ao terceiro andar do edifício era a “passerelle” para os voyeurs  (ou seria o segundo andar??? Vá lá, em que é que isso altera a autenticidade da ficção????) Onde é que eu ia???? Áh pois a escadaria, nós os pinantes, fazíamos-lhes uma guarda de honra entre os quais elas tinham que passar e cá do fundo da escada tirávamos as medidas devidas à nossa curiosidade enquanto elas subiam. As que seguravam os vestidos é porque eram “frascos”, e por isso, que não pelo pudor do acto, não suscitavam curiosidade alguma. E aqui para nós que ninguém nos ouve, a sua virtude era a mesma das outras…..
Está bom de ver que o Zé “trabalho” e a “Bomba”, eram os reis do Carnaval que era a nossa vida… Um eterno Carnaval!
O bom do Director, o prof. Serra, também conhecido por: TIM TIM, terá reunido o tenebroso conclave e mandou construir ao fundo das escadas um muro de uma altura de uns dois metros, e pôs lá de plantão um continuo, que era o gajo da mocidade portuguesa, o Sr. Moreira, para impedir que os rapazes parassem embasbacados nas imediações. O muro estupidamente alvo e bruto, qual Adamastor branco, foi de imediato baptizado de: MURO DA VERGONHA….. E um coro de assobios presenteava a pudica edificação… E os conflitos fronteiriços davam-se amiúde e cada vez mais violentos…. Castigos exemplares, que chegaram à expulsão da Escola só porque estávamos na idade de ter as hormonas aos saltos….
Uns anos após ter saído da Escola, as coisas agudizaram-se até ao absurdo…. A coisa meteu policia, PIDE e tudo…. Uma vergonha.
O edifício pertence agora à Misericórdia e não sei se mantiveram o muro como monumento à estupidez, à pequenez e ao puritanismo hipócrita. Não me parece, no entanto, que fosse o tipo de atitude passível de ser tomada por esta instituição….  Estou a vê-los mais a rezar pela remissão dos pecados dos malvados rapazes e relapsas raparigas, de permeio com a salvação dos aflitos, a conversão da Rússia……etc….etc…
Pois ….. A “Bomba” engravidou ainda aluna da Escola. E outras se lhe seguiram. Não se provou, no entanto, que o Zé “Trabalho” tenha metido p’raí, prego nem estopa…. Mas que alguém meteu…. Áh lá isso meteu…..

                            António Capucha

          Vila Franca de Xira, Novembro de 2010    

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Haja braço, ou o pescador d’água pé

Cruz dos Remédios - Peniche

O braço esquerdo e o indicador esticados e a apontar o chão fazendo um ângulo de 45° com o pavimento onde o pescador firma os pés. Constitui a régua onde se medem os tamanhos dos peixes que se pescam. Com os devidos descontos, naturalmente…. Que isto do tamanho do que se pesca tem mais a ver com a vontade que com a realidade.
Pois…. Então o braço esquerdo é a escala onde desliza o indicador da mão contrária (a direita) no sentido descendente até ficar definida a dimensão da pescaria. Haja braço, que ganas não faltarão. Se o bicharoco for maior que o braço, então a “impostorice” passa a ser medida em léguas, que é o sistema em que se medem as aldrabices. (ex: bom isso é uma treta maior que a légua da Póvoa)….
No meu passado recente de pescador viciado, é expressão maior das minhas frustrações a especialidade em pescar “grades” designação que na gíria define não pescar nada, O meu ar compenetrado e a roupa de ir à pesca que rescendia a “pexum”, para quem me visse nesses preparos, não diria da minha aselhice… Havia de parecer-me mais com um pescador daqueles de Peniche, a quem copiei o estilo que não a técnica, que infelizmente nem dá para copiar, envolve um sem número de saberes e instintos. E se os saberes se podem ensinar, os instintos não! Ou temos ou não temos….
Claro que eu era um mestre nessas coisas de “empatilhar” anzóis, usar as linhas certas e tudo o mais. Lembro a propósito uma cena em que estava a pescar em frente à casa, na “Cruz dos Remédios”, e uma família de “morcões” que vagueava de deslumbramento em deslumbramento no promontório que leva ao Cabo Carvoeira, planta-se ali ao pé de mim. Nisto o “morcão” Alfa, chega-se mais a mim e com a natural informalidade dos homens do Norte, ao ver-me “empatilhar” um anzol, diz: “Entom” pica ou não pica? E eu com o ar de enfado estudado para estas situações respondo que não pica nada e que aliás eu sou pescador de grades É pá pode lá ser!!!! “Bocê” deve ser um “granda” pescador, estive aqui a vê-lo empatilhar o “inzol” e até disse aqui à “Micas” ( Micas era a fêmea Alfa): Óh Micas, ora aqui está um pescador a sério!!!! Nunca tinha visto empatilhar assim um “inzol” ensina-me? Claro respondi…. E passei o resto da tarde a industriá-lo nos volteios da linha. Isto enquanto a costumeira “grade” ia tomando forma…
A “morconzada” prosseguiu no seu deambular deslumbrado pelas belezas naturais do sítio, e eu aproveitei para levantar a cana e recolher a linha, não sem que me ficasse lá tudo…. Anzol, chumbada e uns metros de linha…. O trivial na vida de um aselha…. Um “pescador d’água pé”……
Se por acaso fisgasse qualquer coisinha lá ia eu para a tasca da Vila Maria misturar-me com os restantes Pescadores, como eu achava que era, e até o mestre Zé dizia que me tinha visto a tirar um “badejinho”. Isso merecia mais uma ginginha….
Nos primeiros tempos desta actividade é que havia de ser um quadro lindo. Além da referida indumentária sebenta e do odor pícaro a “pexum”, por causa do isco, que não do pescado, deve-se acrescentar uns botifarros medonhos da tropa, mas que me protegiam os tornozelos das irregularidades das rochas. Que era a “vegetação” que mais proliferava na zona…
Lá ares dava eu. Tal como empatilhava anzóis com grande desenvoltura. O pior era o resto!
Quando o meu filho tinha p’raí uns doze anos ofereci-lhe uma cana, carreto e o mais indispensável à pescaria. Como paga o gajo deu-me um bigode que até me envergonhou. Então não é que o malandreco me tira dois Sargos cada um a vencer-me aí três quartos do antebraço esquerdo, bem medidos…. Sacaninha….. E mais ...Com um gozo do caraças comeu-os ao Jantar com requintes de malvadez…..
Isto foi a “gota d’água”….. Lá ficaram as canas à “patine” da arrecadação da casa de Peniche. Talvez que um dia venha a esquecer esta afronta e a saúde me permita voltar às grades, o aspecto é que terá que ser o dos pescadores de Domingo, porque a roupa foi queimada pela D. Maria, e as botas da tropa já não existem. Restam-me portanto os meus jeitos e instintos o que equivale por dizer que por tão pouco não vale a pena tornar às vergonhosas excursões piscatórias….
Estimados leitores…. Haja Braço que peixe não há-de faltar…..


                 António Capucha
Vila Franca de Xira, Novembro de 2010

domingo, 14 de novembro de 2010

Constantino

Madragoa
O bairro da Madragoa em Lisboa, é uma das sete colinas que são o colo e regaço da Capital. (como diz o poeta) Bairro castiço, onde mora gente castiça e com aquele casario característico da cidade pós terramoto. A população original, segundo rezam as crónicas era constituída por marítimos. Desde as descobertas que eram uma grossa fatia dos tripulantes das caravelas. Saltaram do Tejo para o Mundo de onde voltaram almirantes da bolina…. Capitães de Mar e Guerra, pescadores eles e varinas elas. Hoje em dia essa composição social cedeu à erosão dos anos, e essas profissões deixaram de ter razão económica de existir.  Mas não foram para muito longe do seu apego nostálgico ao Mar. Aí por alturas do fim da segunda guerra Mundial fizeram-se operários do Alfeite e da "Parrisson" (Parry & Son)…. Metalúrgicos da construção e reparação naval. O que é verdade é que mantiveram sempre aquele balanço do mar nos seus hábitos funcionais do dia a dia. Tal como elas não perderam aquele andar rebolado de ancas como se levassem a canastra à cabeça em cima da rodilha e o pregão na ponta da língua, agora entre as quatro paredes de tabique pombalino, a contar o fado para empurrar os afazeres da casa. O fogareiro a carvão já está à porta com a pinha a arder, por mor de que o vento ateie as brasas onde vão assar os carapaus já salgadinhos…
Na tasca da esquina onde debicam dois galos çó-cós à solta, que lá vão gerindo as investidas dos gatos. Mas quando a coisa empina, num voo rápido empoleiram-se na trave de carvalho da adega, e…. Assunto arrumado.
Na mesa do canto com um banco corrido de cada lado, está como é hábito o Constantino. E também como é habitual, não come nem bebe nada. Mas ri de orelha a orelha quando os homens entram e o cumprimentam segundo um ritual que há-de ter a idade dele, menos os vinte anos que levou a ficar homem e a poder ir para a taberna do Narciso. Ora o Constantino para que conste, não era um tipo normal. Quis a imponderabilidade destas coisas que nascesse deficiente. Tinha pouco mais que um metro de altura, mas não era anão. Se não houvesse com que lhe comparar a altura não se percebia a sua pequenez, já que era bastante bem proporcionado. Usava uns óculos garrafais de tartaruga sustidos por uma narigueta de respeito. Assim do tipo do gnômon de um relógio de Sol
 A sua cara de barba muito cerrada e rapada, dava-lhe um tom cinzento, fazia lembrar as gravuras do El Mano  (Bocage).
Porque não havia motivos para que assim não fosse, a sua expressão era um eterno e imutável sorriso. O pior de tudo é que todas estas anomalias eram acompanhadas de um evidente atraso mental. No bairro ninguém o incomodava por prazer, ou isso assim, não era o tontinho lá do sitio, e levavam pouco à paciência que alguém fizesse pouco dele ou o molestasse.
Claro que, sem que isso constituísse chacota, o Constantino fazia parte de alguns jogos, que longe de o incomodar até o faziam rir, e quer se queira quer não, ainda que neste caso, rir fosse uma cãibra da Alma, é melhor rir que chorar….  Aliás a brincadeira tem o seu quê, e algo que se lhe diga…. Provavelmente a coisa teve origem fortuita, e foi-se cimentando e apurando as cambiantes ao longo do tempo…. Seja como for o Constantino estava absolutamente convencido de que dava choque…. Dos eléctricos estão a ver…..
Então toda a matula lá do bairro quando chegava a qualquer lado onde estivesse o Constantino, cumprimentava a geral: Pessoal !!! e estendia a mão ao Constantino mas logo a recolhia e amedrontado perguntava: É pá “Costantino” …. Estás desligado???? Ele respondia maroto: ‘tou, ‘tou…. E o outro confiante dava-lhe o bacalhau… Mas logo de um salto retirava mão e dizia por entre esgares de dor: É pá “Costantino” pá!!!!! Enganaste-me….Afinal pá!!!! Estavas ligado pá…..
O outro ria até sufocar, um riso de boca escancarada sem vergonhas nem culpas ou desculpas, no seu universo de proto-felicidade. Que apenas as crianças e eles têm….  
Eu da primeira vez que estive com ele presente, foi na tasca do Narciso, trabalhava ali perto na antiga Emissora Nacional à rua do Quelhas, e calhou ir lá lanchar. Como é normal ,e aprendi a fazer, cumprimentei as pessoas presentes, e eis senão quando, o bom do Constantino se chega a mim de mão estendida. Diz logo um rapagão que beberricava ao balcão: Olha lá óh “Costantino” vê lá o que vais fazer ao homem???!! Atarantado foi a minha vez de sorrir com um daqueles sorrisos lorpas de quem foi apanhado numa das curvas das coisas. O calmeirão prossegue então: Então não vê o senhor que aqui o “Costantino” dá choques, o malandro. Vá lá Costantino” desliga-te lá para cumprimentar o Homem. Recuperei o domínio de mim, pois receava ter cometido alguma gafe protocolar….. e estendi-lhe a mão enquanto perguntava: você está desligado? ‘Tou, ‘tou. Então com um sorriso seguro aperto-lhe a mão e faço a rábula de ter sido atingido pela raiva de  Zeus…. O resto é sabido o gargalhar inocente do homenzinho e a felicidade geral por se ter cumprido o ritual bairrista….
As sandes de torresmos eram soberbas e o vinho era verde do pipo, da terra do Narciso…. Fiquei ainda uma boa meia hora à conversa com os operários do Alfeite…. As ex varinas agora esposas mães e donas de casa passavam disfarçadamente à porta e deitavam o olho para controlar os seus manjericos, não fossem aparecer-lhes em casa a cantar o Tiroliro….
Um dia normal….

                                    António Capucha
                   
                 Vila Franca de Xira, Novembro de 2010

PS – Dedico este conto aos meus colegas de profissão que são da Madragoa. Ao Jorge Mendes, ao Jaime Silva, o Alcides e outros entretanto já falecidos, mas não esquecidos, Alvarez, Sarafim Matos (o olhinhos)  etc…etc…

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

VERGONHA

Antiga sede da PIDE, na rua António Maria Cardoso, Ao Chiado, Lisboa

O dia que hoje é hoje, amanheceu com a nossa sociedade mais pobre.  Não é por causa da crise económico/ financeira, Não!
É que é dia de São incógnito.... Coisa que não merece sequer letra grande....
Acham que se quer mesmo acabar ou reduzir a corrupção?
A Procuradoria é tão vesga que não enxerga outra maneira de fazer a coisa.... Ideia peregrina esta, de com base em denúncias anónimas  de corrupção, dar origem a processos-crime.... Esta ainda é pior que a figura do "Arrependido" de má memória....
Vá lá ..... Mais um empurrãozinho e reconstroi-se a rede de informadores da PIDE!
Então os senhores que andam nisto há tanto tempo, ainda  não foi este o suficiente, para perceberem que a primeira coisa que se atribui, e muito bem, ao  denunciante a coberto do anonimato, é a falta de credibilidade?????
Que vergonha....
Também, ENORMIDADE por ENORMIDADE....São capazes de ter razão! Ainda ontem ouvi um senhor, doutor e tudo, mas seguramente néscio, e se calhar venal - Aqui fica a denúncia. Calhando também faz uma perninha como assessor ou vendedor, dos ditos "mercados" - Como ia dizendo o dito senhor disse, para quem o via e ouvia, que era natural, quiçá legitimo, que os "mercados" (aquela coisa  da  qual se diz estarem nervosos) almenjem, e por isso tudo façam, para fazer cair o Governo.... E só então se acalmarão..... A minha mãe, pessoa de vasta sabedoria Beirã, dizia que os nervos se curam com um pau de marmeleiro!!!! Ah 'tá bem .... Não dá.....E metáfora... 'Tá bem.... E o tal senhor doutor???? Esse não é metáfora que eu bem o vi e ouvi.....
Julgava eu que a forma de demissão dos governos estava constitucionalmente definida.... E que nós os eleitores é que substituíamos uns pelos outros, quando julgássemos isso necessário. Pois não senhor! São prerrogativas  dos "mercados e "mai nada"....
Portanto..... Venha lá a"Bufaria" de novo instituída, assim com'ássim, bate a bota com a "perdigóta"..... Isto é deles outra vez......
U'mápostinha em como o governo vai ao ar e é substituído sem haver eleições!?!?!?
Foi o Sampaio quem deu o mote.... No melhor pano cai a nódoa!
Fica em défice uma boa guerra punitiva, contra os turras.... Serve tudo: Pretos ou amarelos, Árabes moçulmanos ou nem por isso . Ou então estes que estão aqui mais à mão de semear: os Etarras, Bascos ou não.... Dali de Óbidos também dá..... Ou Cristãos do Ulster.... Serve tudo.... Mas por favor arranjem uma boa guerra ...... Já começa a ficar em défice.....
Sabem que mais, por minha parte e não anonimamente vos digo:
- E se fossem À MERDA!!!!!

                            António Capucha 
           Vila Franca de Xira, Novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

La Lys II

Corpo Expedicionário Português

Ruço de “má” pêlo, quer casar não tem cabelo! (Era um dito que a minha pobre mãe muito usava....)
Que bom que nós somos maioritariamente latinos de bom pêlo, cujo se vê bem ao longe, Bem castanho escuro, quase negro…. E para casar até temos "pôrras"…. São assim aos molhos as “franciúas” a quererem casar connosco, dizia o meu avô materno que esteve em França, no famoso Corpo Expedicionário de Infantaria Portuguesa, na 1ª Grande Guerra Mundial. (!914 – 1918) Onde combateu e sobreviveu à batalha de La Lys… Foi um dos poucos sobreviventes, já que os nossos foram quem sofreu  as mais pesadas baixas entre os derrotados Aliados…. Já nesses tempos éramos os rebenta minas da Europa. Os nossos avós morreram como moscas naquela batalha que se lutava galgando de trincheira em trincheira e ficando o mais das vezes entre elas, em estertores de morte.
A saraivada de tiros a que não faltava o poder das explosões e fragmentação dos obuses, fazia com que quem se atrevesse a saltar da sua trincheira para se apossar da seguinte, defendida pelo adversário, lhe acontecesse o mesmo que a quem anda à chuva: molha-se…. No caso morria-se, fundamentalmente
Temos pois, que o milagre da vida em mim, é ainda mais milagroso, se assim se pode dizer.
Uma boa parte dos meus Genes arriscaram-se, na melhor das hipóteses, a ser meio franceses. 
Ainda segundo o meu avô, elas eram quase todas ruças, de “má” pêlo, portanto, o que teria sido dos meus adereços latinos se.!?!?!?..... 
O bom do Zé Vaz Antunes, gabava-se de lá ter deixado as suas desgraças feitas, em segurança claro… Com doses de permanganato adequadas, que isto, quem vê caras …. Não vê pardalas…. (não é bem assim mas dá para entender) É que as mademoiselles, não resistiam aos seus olhos castanhos e aquele ar de Herói da Guerra, vindo de tão longe para defender a terra delas…. Não se tratava portanto de despojos de guerra, mas de cumprimento do dever diplomático de concorrer para o cimentar e aprofundar do espírito de Aliança que tal como hoje varre a Europa de Leste a Oeste e de Norte a Sul. E por acaso, tal como naquela altura, nos cabe agora a nós,"malhar como tordos", sem que se adivinhem os  favores das “meseles”, que não seriam em vão, como então também não foram.  Mas a defesa dos interesses da União, pois então, contra os jogos de guerra das agências “amaricanas” de “rating” contra a Europa dos Ruços de “má Pêlo", de novo nossos Aliados, chama-nos à liça, para que morramos como heróis, que é, pelos vistos, a nossa sina de portuguesitos valentes....
Cem anos depois, lá estamos de novo nos “cornos do boi”, que por acaso também tem olhos castanhos como os nossos. Esperemos que fiquem por aqui as semelhanças….
E foi assim que regressado então à sua Beira Baixa, venéreamente salubre,  aquele que viria a ser o meu avô, se dispôs a constituir prole. Da qual, entre várias dezenas de Antunes me conto eu próprio, que apenas posso de mim dar conta de uma vida muito menos sobressaltada, pelo que tenho que inventar, com recurso à muita manha, que só se adquire com uma vida ociosa, e  assim lá vou segregando a coceira de sarna, indispensável a quem acha e quer, dizer algo a alguém.  
Os ruços continuam a ser gente de “má” pêlo…. E nós, bem , nós com o nosso “decor” latino, até temos o Sócrates e o Cavaco, que tão bem nos representam.!?!?!? (ainda que faltem  peitos ao nosso primeiro) Pelo menos representam-nos tão bem como a raquítica, marreca e sem pescoço da Angela Merkel e o pisca-pisca pimba do Sarcozy, representam os de “má” pêlo…..

                                       António Capucha
                      Vila Franca de Xira, Novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Acabadinho de receber:

Acabadinho de receber:
Passei pelo blogue e quis comentar o que lá puseste. Esbarrei numa carrada de senhas e artimanhas que me vi à rasca.
Resolvi vir por este lado.
O que quis lá publicar foi o que segue:
 
 
"Não exordio porque também não venho perorar...Venho aqui apenas por isto:
-Lá porque sou teu amigo há anos mais do que os suficientes para te merecer uns mimos, nem por isso tens o direito de me estragares com eles.
Gosto tanto de ti, meu coiro!"
 
Se quiseres lá pôr, para que conste.
 
Abreijos
afonso

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Afonso Dias apresenta: 13 um novo CD de originais

Já aqui falamos dele, aliás, deles : do Afonso e do CD. Isto a propósito do seu lançamento- do CD - que teve lugar no museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira. Não por acaso. É que esta terra é o berço deste como de outros intervenientes politico culturais. O Afonso, é talvez a  mais alta expressão,  desta nossa geração, nesta matéria. Estou absolutamente firme em relação a isso.   
Recebi entretanto um "e-mail", com as realizações integradas no lançamento deste seu último CD de músicas. Bem como um texto do próprio, que não resisto a publicar, no qual perpassa a sua inata informalidade  e autenticidade, e sempre dá para entender melhor a intensidade da intervenção deste cidadão do Mundo, com quem tenho o privilégio de ter cruzado a vida, de que resultou uma amizade que me enche de calor e conforta o espírito. Apesar da distância física que nos separa, não é esta suficiente para arrefecer seja o que for. É que, partilhámos, e partilhamos, tantas coisas, que ainda que pudéssemos somar algebricamente o que cada um nutre pelo outro, nem assim conseguiria ficar claro e cabalmente explicito, o que nos une.

Obrigado Afonso... Bem hajas.

           tonica

Afonso Dias - foto José Serra

outono / inverno 2010


afonso dias
apresenta

13

um novo CD de originais


que se chama 13 porque sim - e também porque tem nele 13 canções -  porque 13 é número de magias negras e brancas , associadas à sorte e ao azar - porque o azar é como a água benta: cada qual toma a que quer, embora haja acidentes e quanto a isso paciência, pá - porque a sorte é como a vida: melhora se a gente puxa por ela -  e porque as cantigas continuam a ser precisas para mostrar as nossas zangas, partilhar os nossos afectos,  esbanjar a nossa solidariedade.

e para denunciar a mentira e a iniquidade – sempre!

o afonso dias continua o que sempre foi – um cantor de intervenção, um cidadão atento e participativo, um militante da cultura e da vida.

13 é, pois, um disco de canções de intervenção - políticas, claro -
e de amor, evidentemente – e  divertidas, quase sempre, que para tristezas basta o que basta.


apresentações públicas já agendadas:

museu do neo-realismo - Vila Franca de Xira
16 outubro - 16 horas

convento S. José – Lagoa
28 outubro - 21.30 horas


auditório Maestro Frederico de Freitas
Sociedade Portuguesa de Autores – Lisboa
12 novembro – 18 horas

Círculo de Arte e Recreio – Guimarães
19 novembro – 21.30 horas

Biblioteca António Ramos Rosa – Faro
7 dezembro  - 18 horas

Biblioteca Municipal Vicente Campinas – Vila Real de S. António
10 dezembro – 21.30 horas

Biblioteca Álvaro de Campos – Tavira
11 dezembro – 21 horas


(falta fixar inúmeras datas – Lagos, Portimão, Loulé, Serpa...)






13
integralmente produzido no Algarve

é uma edição
bons ofícios – associação cultural

bonsoficios@gmail.com
pechão – olhão
algarve





Notas para um curriculo, pedem-me.
E com essa de eu escrever a meu respeito é que me tramam...

Digo o quê?

Que sou cantor, compositor, poeta, actor e "dezedor" de poesia há dezenas de anos?
Que já gravei este mundo e o outro de discos e CD's:
    4 álbuns com o GAC nos anos de Revolução,
    6 CD’s de originais a solo,
    1 CD infantil,
    9 CD’s de poesia (do projecto “selecta”)
    3 CD's de poesia (do projecto Cantando espalharey)
Que ainda só publiquei 2 livros de poesia e tenho alinhavados outros 2?
Que escrevo crónicas em jornais para aliviar inquietações cívicas e zurzir algumas cabeças brutas?
Que já fiz centenas (muitas!) de espectáculos, recitais, serões, tertúlias...? E sempre nas melhores companhias – Manuel Freire, Fanhais, Fanha, Zeca, Tino Flores, Fausto, GAC...
Que estou sempre com, pelo menos, mais um projecto em carteira?
Que estou sempre disponível para a amizade e a solidariedade?
Que amo os meus filhos, os meus netos, a minha mulher e os meus amigos?
Que sou um maratonista da vida?

E a quem é que isso tudo interessa?
O que interessa mesmo é não ter pressa e não perder tempo.

 afonso dias