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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Há altos e baixos, dizem!....

Há altos e baixos. Isso já se sabe, é filosofia barata, para leigos do pensamento, Não deixa no entanto, de ser verdade. Nesta vida, ou melhor, na vida..... Isto porque acredito não haver outra que não esta, instável e tortuosa. Há então altos e baixos, segundo conceitos por nós próprios criados e mantidos. A sabedoria popular está plena de exemplos desta reflexão: A seguir á tempestade vem a bonança, uns dias chove, outros dias faz Sol, branco é galinha o põe -àh porra... esta não é - Sei lá, montes de adágios repetem esta ideia frugal. Autentica, no entanto!!!!..... Vem isto tudo a propósito de hoje estar numa "down". Logo pela fresca após o banho descobri que tinha o saco da colonnoscopia, roto. Contrariedade evidente. Na fisíoterapia, ao ensinar as canadianas a andar, desequilibrei-me e malhei redondinho no chão. Que não Catarina, não me aleijei, só na alma!! Mas doeu mesmo!!!! Todo o meu edíficio de auto-confiança abanou. O meu optimismo caiu por terra. Que foi feito do heroi da recuperação, que acreditei ser. Ficou ali feito um frangalho, em menos de um metro quadrado de soalho do ginásio. Já nem saboreei bem o bacalhau com natas do almoço. Que revés!! Esperemos, apenas o podemos desejar, que o fim de semana venha a ser bom. Por mim tudo farei para que sim.( a seguir à tempestade...... Não é?) Bom.... Não posso pensar mais nisso. Há que prosseguir, levantar o ego e continuar a lutar com as estúpidas canadianas, que teimam em oscilar, frenéticas e brutas..... Tenho que as vencer. Ajudem-me amigos, todos vós: querida menina bonita, Catarina; Martas, queridas; querida, Sr.ª D.ª Teresa; Amigo e Sr. Ricardo; Sr. Júlio. sei lá, todos.... Invoco em vós os poderes ocultos da unidade de cuidados continuados do Montepio do Montijo. É a minha mística....


                                          António Capucha

                              Montijo, 31 de Agosto de 2012

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ser do Sporting...


Quando era criança, sei lá, dois três anos, era um franganito, magrelas, vivaço, e canalha , pois claro. Sem ter uma noção muito clara do que era isso, mas, se calhar foi, por o Sporting na altura, ganhar tudo. Eu declarei, solenemente, que era do Sporting. O meu irmão mais velho que fazia dois de mim, decarou-se por seu lado do Benfica. (ninguém é perfeito!!!). Baseado nisso, o meu pai, comprou-nos duas bolas, Uma verde e outra vermelha. sendo que a breve trecho a vermelha, já não me lembro porquê, foi p'ró Céu. E o meu irmão, quis brincar com a restante, que era verde, claro. Velhaco, eu, opus-me. Que não, que ele era do Benfica e não tinha nada que brincar com a bola do Sporting. Ele argumentou que afinal também era do sporting, e que queria brincar. Eu recusei, e a coisa pôs-se um tanto preta. O que me valia é que ele tinha pena de mim e não aplicou o seu cabedal, e eu lá ia levando a água ao meu moínho. O zum-zum, chegou aos ouvidos da nossa mãe, que me obrigou a ceder, e deixar o meu irmão brincar coma bola restante. Sobrando-me ainda pela intransigência manifestada, um castigozito. Aquilo ficou-me cá a bater.... E um belo dia, estávamos ambos à janela, felizmente do rés-do-chão, e  eu, sacaninha, disse: Então agora também és do Sporting? E pimba, dou-lhe um encontrão, ele malhou na rua com um sobrolho aberto. A cicatriz ainda hoje é visível, passados que são uns, talvez, sessenta anos. Aqui chegados, convém  referir que  ele continua do Benfica e eu, do Sporting. 
Até ficou escrito em sangue e tudo, na pequena "estória" destas coisas menores a que aqui damos relevo.....


                                   António Capucha

                         Montijo,30 de Agosto de 2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Rouxinol.




Se Deus existisse fisicamente,e não fosse apenas fruto do intelecto humano e seus meandros, já de si tão complexos. Bom, se ele efectivamente fosse palpável e tivesse voz, estou certo que cantaria como um rouxinol, ao invés de ribombar como um trovão, fruto que é da má consciência dos homens. Que dessa forma, criam a necessária auto-flagelação que acham, os redemirá. só que isto tudo se passa "de per si", apenas nas suas conscencias. É portanto também uma auto-absolvição. Não vale, portanto. Um agiota que fez fortuna à custa da miséria dos outros, bem pode passar todo o tempo que lhe resta a penitenciar-se, que não arrecadará mais que umas tantas desculpas esfarrapadas, para a sua usura. A culpa da Igreja instituição, resulta de ter ao longo da sua Historia, apadrinhado e usufruído de esquemas menos claros de exploração dos seus irmãos mais pobres, trazendo-os com rédea curta, fazendo-os pagar com língua de palmo pelos seus pecadilhos. Ao passo que, estava sempre pronta a perdoar e sancionar as grandes explorações e maquinações contra a humanidade. Por vezes era ela própria que tomava o comando dessas operações. Como foi o caso da inquisição. A isto tudo, prefiro o canto do Rouxinol, pequena criatura, de fortes pulmões e lírica, quanto baste para criar aquelas melodias. Ouça-lhe o belo canto no vídeo acima... 

                                 António Capucha

                     Montijo, 29 de Agosto de 2012

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Quem és tu, vadio?



Quem és tu vadio do caraças?
Sempre o fui. Mas em alguns aspectos. sou tão terra aterra, que mete raiva, estes dois eus, coabitam serenamente neste corpo sem jeito, que já foi disforme de gordo, e agora continua disforme apesar de mais magro. Mas a questão nem é essa.... A verdadeira questão é que parece mentira dos aspectos tão díspares fazerem parte da mesma personalidade.Do ponto de vista cerebral digamos assim, sou um vagabundo apaixonado e arrebatado. Assim como um papagaio, apenas ligado ao corpo por uma guita, no entanto o pensamento está sempre alto e longe com'ó caraças, a voar solto e livre. no entanto do ponto de vista afectivo sou estável como um dólo, do pontão de Peniche. Só com enormes investimentos cede um milímetro que seja. O que não quer dizer que ande p'rai com uma venda, ou com um muro na frente. Claro que terei provocado uma ou outra crisezita, mas encontrei sempre o caminho de volta e sem dor. Também a nível das convicções, assim é, ideia que prefilhe é ideia para sempre . Quer-se dizer, quase sempre! Aceito normalmente as mutações da História do pensamento dos homens, mas não cedo a qualquer patacoada, costumo travar-me de razões com a História, antes de alterar um pormenor ou outro. Ceder em toda a linha, está fora de questão. Querem provas? Sei lá, a maior e talvez a prova provada do que afirmo seja o facto de estar casado há trinta e oito anos, com a mesma "mesèle, e não se dá o caso dela ser uma pêra doce, antes pelo contrário, normalmente trás-me bem preso pela arreata e dá pouca "cúmfia". é aquilo a que podemos chamar uma gaja com uns grandes ovários. Talvez seja essa a razão escondida pela qual sou uma pessoa tão mais positiva e cooperante do que era dantes. A D. Maria nunca aceitou outra  ordem de ideias. E é ela por ventura o esteiro em que se baseia a mutação operada na minha pessoa. O Sr. Director, queria uma razão que satisfizesse a sua curiosidade acerca desta minha real mutação. Pois aí a tem, a força incontornável e tenaz que me forçou à mudança. Terá sido a minha mulher, que nunca aceitou outra perspectiva da questão.Nem me permitiu qualquer desvio. É a verdade mais pura que me ocorre. Isto está claro, porque não acredito em milagres. Marreta encartado, hoje e sempre. deixei de fumar, já lá vão uns bons dez anos, porque um belo dia que a História não reteve, resolvi que não fumava mais e assim foi. Com os hábitos de bebida foi a mesma coisa, contrariando tudo o que dizem sobre isso e sem a ajuda de associações, mais ou menos isotéricas, num belo dia resolvi que não bebia mais daquela forma e prontes, parou ali. O que não invalida que quando fôr caso disso não malhe uns púcaros..... Nada de fundamentalismos. tenho horror a semelhantes coisas. E com os cigarros a mesma coisa, não se me dá, abdicar dum bom Havano se fôr caso disso e sem sequelas..... O que tanbém contraria os canons dos moralistas de merda que resolveram que eram juízes destas coisas.
Depois sou um irredutível comuna, isto sem esquecer ou lamentar , antes aproveitar os são princípios religiosos que herdei da minha família, rejeitando apenas os claramente maus, que também ela , a religião, comporta. Sou portanto marxista desde que me conheço, desde a idade da razão, embora tenha desvios importantes em relação a eles, os conunas de hoje. Não são estes os suficientes para mudar seja o que fôr. Não vou agora aceitar esta crise como algo inevitável, só porque é difícil dar-lhe a volta. É e será sempre uma crise do sistema capitalista internacional. Não me venham cá com lérias. É o que a História dos homens um dia dirá. Porque a verdade é como o azeite, o que não é , é sempre tão saborosa....


                          António Capucha

               Montijo, 28 de Agosto de 2012    

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Isto hoje continua bravo.....




Depois de terem criado o conceito de "amor livre" as aves que referi no anterior "post", acharam-se do melhor que há, com destaque para o grilo falante, que armou-se logo em intelectual do grupo. Reuniram de imediato para decidir o que fazer com a fama que houveram granjeado. Dizia o grilo: Peço a palavra, caros amigos e parceiros das "estórias" do fantástico, acho eu que deviamos arregimentar mais personagens das "estórias" do fantástico. Sei lá, a branca de neve; o Pinóquio; o Gepêto; o rei leão; a fada madrinha; o Miguel Relvas e o Passos Coelho. Coro de assobios..... Bom, já estás a resvalar..... Pronto, está bem, a fada madrinha.... Não! Ouviu-se uma vozinha vinda do canto. E formamos um sindicato, pois então.... Irromperam fortes aplausos e o João Ratão sorria desvanecido, a ideia teria sido dele e era dele a vozinha do canto. Peço a palavra, disse Passos Coelho na sua voz colocadíssima. ouviu-se uma voz a roçar um grasnar de pato Donald, a dizer:  Apoiado!!!!! muito bem, Apoiado!!!!! E aplaudia delirantemente.... Era o Miguel Relvas....
Passos Coelho prossegiu, quando parou a grasnação, caríssimos primeiro há que cumprir os critérios acordados com a "troika". Que é lá então.... Que vem a ser isto.... Vêm p'rá qui  estes melros e acabam-se as "estórias" de fantástico.... Por onde têm passado estes "troicas", ou lá o que são eles, tudo pára, secam os ribeiros, os pássaros deixam de cantar, fica tudo à míngua..... O Sr. presidente da assembleia? estes cucos estão aqui a que propósito? Eu proponho que sejam postos lá fora em cuecas às riscas, para ficarem bem ridículos. e o povão que  os veja  como eles são de facto. O palerma do grilo falante deve estar tolo! Convidar gente desta, isto é uma reunião de personagens que as pessoas foram amando ao longo das gerações. Estes, são amados por quem? É gente de tão mau trato, que nem aos seus devem arrancar um carinho.Um coro de aplausos e apoiados irrompe na sala, e, assim se fez. As infaustas criaturas, foram postas na rua besuntados de pez, e penas que as galinhas cederam para o efeito.O Presidente da Assembleia gritava SILÊNCIO, a plenos pulmões, mas a situação estava fora de controlo. 
E foi assim que as coisas se passaram no congresso das personagens de contos do fantástico. Cronista que sou deste tipo de eventos, aqui deixo o relato exacto , sem tirar nem pôr, daquilo que se passou.


                           António Capucha

                 Montijo, 27 de Agosto de 2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Isto hoje está bravo.





Isto hoje está bravo!
Num belo dia na terra do nunca, decorre uma interminável "estória", tão velha quanto o mundo o há-de ser.
Posta em seu sossego, estava uma bela criatura deitada sobre a relva viçosa daquele vale verdejante, aproxima-se o sapo concho, não confundir com sapo coxo, porque isso seria dramático, e pergunta-lhe: Minha querida , a senhora é que é a bela adormecida, Não!.... Responde a interpelada, por detrás dum sorriso. Eu sou corista ali do Maria Victória. Sim mas o que eu queria fundamentalmente, era saber o que acontecia se a beijasse. Ela pondo-se de pé num salto gritou: O mais provável é levares um chapadão nas ventas, ora não querem lá ver o cabrão do sapo..... Isto, digo eu, seria de esperar, mas o pobre não sabia porque não era daquela "estória". O grilo falante que passava por ali e que tem a mania de dizer coisas, por isso é falante, disse: sinceramente já não se sabe o que é feito das boas "estórias". ainda há dias um petiz me perguntava se eu lhe podia contar a "estória" da Cinderela Cravo e Canela, lá lhe fui dizendo que tal personagem não existe, há memória de uma Cinderela , mas esta não é cravo e Canela. Cravo e Canela é outra chamada Gabriela, que foi criada pelo Jorge Amado, e que relata a "estória" dos amores da Gabriela e de seu Nacibe um Turco que aliás era líbio. E demais isso é uma "estória " para adultos. Não queres antes que te conte a estória " da Capuchinho vermelho? Essa é bonita. A Capuchinho, que dizem as más linguas, ser uma rapariga que dava umas baldas, envenenada pela pérfida avózinha, ia ao pulinho, ao pulinho, pela floresta escura, quando num ápice, se vê cara a cara com o João Tabefe, que praticamente a tirou das dentuças do Lobo Mau que era um rabicholas daqueles que vagueim pela floresta para ver o que dá. Sabes tu quem era o João Tabefe? Pois.... Pouca gente sabe. Ele é um personagem criado pelo autor destas linhas,  há uns anos, e de cujo amor ardente entre a Capuchinha e o tal João, será o autor, descendente. Alega. Como não há como provar o contrário, vamos dá-la como boa e verídica.
 Eu bem avisei que isto hoje estava bravo!......
.Não acertas uma......

                                    António Capucha

                          Montijo, 24 de Agosto de 2012

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Perdoa-lhes pá, q'eles não sabem o que dizem.


Eis senão quando, milhares e milhares de neurónios, ou serão milhões? Permutam entre si informações, na ânsia de criar um tema para hoje. Calma, não se afadiguem tanto, basta ouvir as noticias. Há um grupo de anormais, que dia a dia promovem o ridículo ou a bestialidade a noticia. Escuso portanto de estar a queimar cartuchos, se fôr preciso eles até vão apanhar as canas. Se têm duvidas, consultem a Mara, ou Maia ou lá o que ela é. E se ainda assim não houverem soluções abram a pestana para as tardes da Júlia,  se estiverem atentos, verão que lá acham tudo o que necessitam de ouvir e saber. E ainda, se por absurdo, ainda não ficarem satisfeitos sigam as inúmeras tele-novelas da SIC. Aí é que vem mesmo tudo, é o mais completo e repleto almanaque de imbecilidade. Não canse os neurónios portanto. TV = Nestum completo. Por vezes lá se enganam e a dois, emite umas coisas fora do comum, mas isso nem TV é. Ele há-de ser coisa de comunas! Não há outra maneira de ver!Nós os democratas de bater com a mão no peito, fomos frouxos e permitimos-lhes estas veleidades. A coberto da cultura, e outros valores superiores, vêm dar.nos a  injecçãozinha atrás da orelha. Sabidôes! Quem os topa é o nosso Presidente, paradigma da nossa inteligência colectiva, zelador chefe dos melhores valores morais da nossa civilização judaico-cristã, sempre alerta, a cortar-lhes as vasas. Ele até meteu na ordem o José Saramago, comuna herético do piorzinho que há. Mas não sabe com quem se meteu! Praticamente um escritor, pornográfico, obsceno. Que há-de estar a arder nas profundas do inferno. Porque nem para fazer tijolo dá. Perdoa-os pá, q'eles não sabem o que dizem. 
Quando não restar qualquer memória destes habilidasos da imbecilidade, o teu nome despontará ao pé de quem por direito te sentas, bem dentro do coração da nossa gente. Eu seja ceguinho, se assim não é!!!!!
                          António Capucha

                Montijo, 23 de Agosto de 2012

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Governo.






Em exórdio diria que: são dessas pequenas coisas, que nascem as grandes ideias. Nem sempre a montanha pare ratos. E é por vezes dar a volta ao ciclo da água para os rios reverterem às nascentes. Sim que não alimentemos ilusões de alguma vez vermos os rios correrem da foz para nascente. E é mais ou menos o que estes artistas agora no governo da Nação, insinuam. Isto é, querem convencer-nos de que com medidas capitalistas, resolver-se-ão as questões que o capitalismo financeiro internacional criou. Baseados em quê pergunto eu. É primário e ridículo achar que uma mordedura de cão se cura com pêlo do próprio cão. Quando muito arranjamos uma bela infecção. Que ao que parece já está a criar, como sói dizer-se. E prometiam tanto. O rapaz Passos Coelho e o insalubre Miguel Relvas, deram-se ares de Discípulos do capitalismo moderno e desempoeirado e afinal caíram nos braços das metodologias bafientas do mestre do logro Cavaco Silva. Personagem que continua a ser de mistério, que, apesar de algumas operações de charme, continua a apresentar nos dedos os vincos das cordas das velhas marionetes que manipula. Que são da recantada ópera bufa, de D. Roberto. Com aquelas vozes aflautadas em falsete. Saímos duma ditadura anacrónica e violenta para esta fraude Democrática em que se vão transformando as nossas estruturas governativas e seus actores. Dos tribunais à mais vetusta e singela secretaria pública, passando pelos Ministérios secretarias e subsecretarias de Estado Direcções gerais e o que por lá mais houver, tudo está contaminado. Parece que deu um ataque de estupidez generalizado nestas coisas todas. Cada medida tomada é mais idiota que a que a precedeu. E sempre com enorme violência para o povo. O Cardeal Masarino é que dizia que a classe média é inesgotável, que se pode usar e abusar dela que está sempre pronta e operativa. Mas atenção, não somos só classe média. Se o fossemos até diria que até certo ponto merecia o governo que tem. Agora não o sendo e não o merecendo portanto, porque será que eles não voltam para a pocilga do sistema financeiro internacional, a bater com a mão no peito e a carpir que não voltam  a criar bolhas de insolvência. Ingénuos de merda, ou pior, desonestos, quando as contas estiverem equilibradas, os FMI’s todos desta vida, inventam outra qualquer e enquanto o buraco dos bancos não estiver tapado, a nossa dívida não parará de crescer.


                          António Capucha

                  Montijo, 22 de Agosto de 2012 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Os meus herois.




Em demanda do desconhecido, calcorreando montes e vales, atravessando a vau rios e riachos, sem molhar as nobrezas, coisas que trago agarradas a mim e de mim fazem parte. E numa perna apenas. Isso digo eu, e apenas o digo porque falar é fácil para mim, se fosse como muitos o são: os acometidos por AVC’s. falar seria o diabo. Tão diabólico como andar, saltar à corda, ou tocar guitarra. Imaginemos que  tínhamos tido uma profissão tão exigente como ter sido contabilista. E que vítima de imponderáveis que não queremos nem controlamos, de repente nos vimos incapazes de sequer soletrar um simples nome. Quem resistirá a tamanha devastação? Eu acho que sucumbiria debaixo de semelhante peso. E venha o mais pintado dizer que não! Que eu lhe chamo mentiroso. Se fosse privado de falar com coerência, e escrever com desembaraço, o que quero dizer, seria um vegetal. Ainda por cima daqueles que só dão para sopa de letras. Nem um misero caldo verde, daria para cozinhar.
E, querem saber mais, essas pessoas existem, e têm personalidade, e embora não os nomeie por respeito a´sua privacidade, têm nome e continuam a lutar para recuperar as anteriores capacidades. Julgo estar dispensado de dizer o quanto respeito essas pessoas. Quase  se pode dizer que as amo. Não como amo os meus filhos ou a minha mulher, mas amo-os efectivamente. Só visto. Não sei contar melhor.
É por essas e por outras que me custa ouvir os eternos velhos do Restelo à mesa da refeição dizer mal de tudo e todos, e que assim é que seria bom ou que desta forma não vão a lado nenhum . Engrossar esse voserio, seria trair os esforços dos que penam o diabo para melhorar. Falar de barriga cheia, é o que é. Não é por simplismo, que não prevelígio, a maledicência, Não! É por respeito pelos que lutam. Mudos e quedos, sem um queixume. Tenazmente e sem desfalecimento. SÃO OS MEUS HEROIS! Que me perdoem os tantos e tantos que me merecem respeito, mas estes têm um cantinho especial no meu coração.

                          António Capucha

                 Montijo, 21 de Agosto de 2012

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Coma.




Deixem-me contar-vos uma "estória", com laivos fortes de verdade, verdadinha, e doses controladas de imaginação. Como já outrora vos terei dito, o ano passado estive em coma umas boas quatro semanas, boas o tanas ,  digo eu que não sei do que falo, porque a memória que tenho desses dias é zero, bom não exactamente zero a minha mente sempre activa esteve a passear por vários locais, e invadiu claramente a área da minha vontade. Lembro-me que quando ao meu sub-consciente me colocou em Londres, que reconheci pelo grau de humidade e frio, aquilo era uma torre em azulejo branco com friso alto em verde. Sem saber  como lá tinha ido parar. Mas reconhecendo algumas fardas de enfermeiros e que falavam em português, inventei logo ali que aquela era uma agência britânica de S. Marta, para onde eu tinha sido enviado com o objetivo de fazer uns exames complexos. Lembremos que eu estava em S. Marta para operar o "grilo" de peito aberto. A estadia em Londres era estranha. Estávamos em pequenos grupos em pé, e àvolta de nós circulavam técnicos de saúde de toda a sorte. Tudo aquilo se revestia de enorme imponderabilidade e fantasia quanto baste. Mais tarde imaginei-me numa sala da antiga direcção da Emissora Nacional, onde trabalhei largos anos e inferi que lá estávamos, nós, mais uma equipe de enfermeiros, numa espécie de operação de charme no âmbito dos programas de Rádio/serviço da Maria Júlia e do meu amigo Fernando Correia. Também fiz uma longa passagem por uma terra chamada : Marteleira, onde me achei sem mais esta nem aquela, e nesse local decorria uma espécie de simpósio de técnicos de saúde de S. Marta. Após peripécias que não lembram ao diabo e que tenho alguma difculdade em pôr de pé, Lembro que a minha mulher desempenava no evento um papel, assim tipo, madame directora de caridadesinha, género Caritas. Um papel importante, digo eu..... E o Cirurgião chefe, de S. Marta, era o dono da mansão onde se davam estes estranhos fenómenos. Eu bem gritava e esperneava que não era dali daquele sonho, mas a minha mulher não se condoía e não me levava dali para Pdniche, que ficava um pouco mais à frente naquela estrada. Na noite em que supostamente esperava vez para ser operado, vi o cirurgião chefe, um velhote simpático ser injectado com um balde de bagaço, na veia duma perna. Calei-me bem calado e reservei essa revelação à minha mulher, para altura mais oportuna. Novo grupo de peripécias menores e a traço grosso eis resumidamente o que ocupou o meu cérebro durante as quatro semanas de coma. Acredito que neste a arrasoado de "estórias" fantásticas, está a solução que desembocou ou fez desembocar a solução disto tudo no individuo novo/renovado, que hoje sou. Não me resta outra solução que chegar a essa conclusão. Se tivermos em conta os relatórios médicos do coma, eu devia estar desde então a fazer tijolo plácidamente, Não há médico nenhum que não diga que não conhece ningém que tenha sobrevivido a um quadro desses. Ora, como não há milagres, só poderá ser encontrada a solução, desse assunto, na "estória" dele próprio. Digo eu que não sou d'intrigas. Nas "estórias" que vos contei não há nada que as diferencie de quaiquer outras fantasias alucinadas. Mas meus caros a matemática cerebral, não é bem a aritmética que aprendemos nas escolas. Dois e dois são quatro, se forem!?!?
Um dia, pode ser que me lembre de um qualquer factor que faça jogar tudo isto. Se acontecer, eu conto-vos..... è uma das maiores dificuldades que tenho de momento, é não saber o que se operou e  porquê que me transformou da forma tão drástica que o fez. Impressionante!!!!   


                          António Capucha

               Montijo, 20 de Agosto de 2012

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Beijo.






As suas cabeças aproximaram-se e os lábios tocaram-se, nada de línguas ou altas paixões, apenas doçura e gentileza. Talvez amor, quem sabe! Este simples acto, provocou um relâmpago nas suas cabeças e o ribombar de mil trovões nos ouvidos. Um simples beijo, quis dizer tudo. Sinto-me bem ao pé de ti, Diz qualquer coisa se não desmaio. Sim eu sei..... Somos dois, e não um! como diriam dois tolos imberbes apaixonados! Já passamos a idade das tolices sem significado, O tempo tem outro valor agora, foge-nos, esgota-se rapidamente, corre à nossa frente como uma  lebre. Feliz e ignorando os dramas que provoca. Sorte a sua , a do tempo, que corre como um regato, inapelável e irresponsavelmente do alto para baixo, por força da lei da física e sem remorsos, pelos sedimentos que arrasta na sua corrente, alterando a paisagem e o seu curso sem responsabilidade por isso. Tolo e livre é o tempo. Por vezes quer-me parecer que apenas os tolos podem ser livres. Eu adorava ser livre, mas se o preço a pagar é ser tolo, antes quero ser escravo, das rotinas do bem fazer e ser, a que se pode resumir a nossa vida em conjunto..... Querida esposa!
Julgavam que esta era uma ficção de uma escapadela? Pois enganam-se. Uma escapadela, requer paixões violentas, cores fortes e revela sensações canalhas. Coisas que não domino.... Ao contrário, quero com isto dizer que é possível um amor antigo e sereno, provocar trovoadas nos nossos sentidos..... Quando lá chegarem compreenderão..... Bom, isto revela que eu suponho que gente mais nova me segue neste blogue e não apenas jarretas encartados como eu.....
Alô Juventude!!!!!


                                 António Capucha

                         Montijo,17 de Agosto de 2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

o Sorriso.





Ela abriu-se num sorriso cândido e belo e ele machão, sedutor, e Ibérico, de cabelos no peito e cheiro a cavalo, ficou desarmado, a contar os segundos que faltavam para normalizar a respiração e a auto-confiança. Quando recuperou a presença d'espírito, virou-se ainda com os olhos em alvo, e de um salto, montou o ruço, que mordiscava umas ervitas ali cerca. O resto do dia andou como que hipnotizado. Olhava o Céu, e só via o sorriso dela, os rolos de nuvens eram um sorriso aberto, as árvores, as fontes, os regatos, tudo tinha os traços do sorriso dela. Cumprimentava toda a gente com quem se cruzava, uma vontade involuntária levava-o a ser gentil com tudo e todos, ao invés da distância que cultivava como sendo parte da personalidade que alardeava como complexa e sedutora, que achava ser a dele. Um simples sorriso, desmoronou toda a árdua construção que erguera desde a adolescência. Galante e bem falante, o "miudame", caía-lhe nos braços, como moscas na sopa, e ele claro, não se fazia rogado. Era um rapaz de sucesso. Um Casanova. S ó que desta feita a coisa correu-lhe às avessas. Fora ele que ficara vidrado, perdido em sonhos estrambólicos. e, coceiras miudinhas. O cavaleiro andante parou numa estalagem para se refrescar e refrescou-se mais que a conta, apanhou um pifo de estalo. Foi dali aos tombos até à casa onde era suposto estar a sua desinquietadora criatura e perdeu-se em loas e toadas galantes, ainda que ébrias. A mãe da moça airosa e sorridente atira-lhe pela janela o fétido conteúdo do vaso de noite. Pobre moço, come se não bastasse, Apaixonado , bêbado e a cheirar a merda. Rás'parta as hóstias..... 


                                António Capucha


                     Montijo,16 de Agosto de 2012

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Chuva.




A manhã surgiu fresca , não fria, e com o chão molhado, não pela rega, mas pela chuva, que caíra durante a noite. É feriado, não sei do quê, mas é. Estive assim uma boa meia hora lá fora até perder a paciência com as moscas, que me obrigaram a ir para dentro e deixar a volúpia do cheiro a terra molhada, revigorante, e que nos dilata as narinas. A grande azinheira, sacudia os ramos livrando-se da poeira do longo estío. Aliás toda a natureza parece estar a rezar um agradecimento pela chuva. E nós também, que natureza somos.
A fisioterapia, foi assim uma espécie de sessão espírita num circulo de cadeiras de rodas, olha para cima , olha para baixo, sentados muito direitas roda o tronco, com as mãos dadas roda para fora e para dentro, etc... etc.... Era a novidade do feriado. Gimnástica soft.Entretanto o Sol voltara, poderoso, que em tudo manda, até a chuva é fruto da sua acção. Bem andavam os antigos Egípcios   e os Maias em o tornarem um Deus, que bem mais consistentemente o era que os Deuses abstractos que os nossos antepassados inventaram, cercados de mistério e falsidade. de permeio com enorme impiedade, despotismo até. Outra novidade é que não estão cá as Martas, de modo que não tenho ninguém que me reveja o texto que estou a produzir. Tenho que ter portanto cuidados redobrados, para não estragar tudo. Que mal fica no retrato um gajo que tem peneiras de autor literário e acaba por dar erros de ortografia ou de construção de frases. O melhor que tem a fazer é enterrar-se p'lo chão abaixo de vergonha. 


                                       António Capucha

                             Montijo, 15 de Agosto de 2012


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Princesa Kromanhom.





Autralophitecos
Luci, Já tinha visto a sua imagem reflectida nas águas límpidas e quietas do charco que ladeava o acampamento dos seus hospedeiros. Por saber que era tão diferente deles, sabia que tinha sido adoptada. Eles todos eram mais macacoides que ela, e a sua pelagem era negra ao passo que a sua era loira, e nenos densa. E depois haviam outras diferenças, ela sentia curiosidade em perceber o que parecia determinar a sucessão das noites e dos dias. Das estrelas visiveis no verão e no inverno quando as nuvens as deixavam ver. E sabia, de ter visto os pais, semear milho e outras coisas, que os australopihtecos desconheciam totalmente. Isto e mais coisas que sentia ou sabia completamente, levavam-na a concluir que era kromanhom. Brincava com as outras crianças, mas estas pareciam-lhe muito selvagens, sempre em busca do desforço físico, treinando para serem bons caçadores e guerreiros. Eles. E elas, boas curtidoras de peles e fazedoras de comida. Ela sabia com algum empenhamento, fazer fogo. E eles tinham que andar com ele atrás, de acampamento em acampamento. Eles seguiam as manadas de veados e porcos. e ela escolhia um local bonito e bom e aprendia a viver do que existia, ou semeava. As australophitecas, tinham os filhos que qualquer adulto fizesse a fineza de lhe fazer, apanhando-a de rabo alçado, e exposto à cópula.
Ela percebeu que também era mulher quando um belo dia os seios lhe cresceram, belos como dois marmelos e sem pêlo. Ela já andava desconfiada.... aquela mania de urinar de gatas, ao passo que os machos jovens urinavam em pé e de jacto. Subitamente, começou a reparar nas suas formas arredondadas e reparou que era bonita. os cabelos caiam-lhe pelos ombros em grossos rolos cor de ouro, e uma espécie de febre pregava-se-lhe no ventre, dando-lhe uma coceira desgraçada. Depois tudo passava, como um longo espreguiçar. E sentia-se bem! Por essa altura deu consigo a reparar quão belo era o moço australophitecos. que tinha uns olhos que pareciam carvões a arder, quando olhava para ela. E logo ali decidira, que era aquele que havia de tê-la como mulher e não um palermoide qualquer, que a visse de rabo alçado. Um belo dia, junto ao regato, onde ia buscar água, cruzou-se com ele e provocou que se roçassem, um no outro. Como que por magia este pegou-a pelos ombros e ela deixou-se cair para trás, ficando cara a cara com ele por cima, a tentar dominar a respiração que lhe disparara. Ela abriu as pernas e sem que ele o pudesse evitar o seu australopithecos gorducho, penetrou-a inapelávelmente, daí ao extase, foi um fósforo, e assim unidos nesse amplexo rebolaram no chão, possuídos de prazer nunca sentido. Mais tarde ela sentiu que a lisura do seu ventre, já tinha tido melhores dias. E começou a sentir que algo se mexia dentro dela. todas as vezes que estavam juntos repetiam a dança que lhes dera tanto prazer. e ela reparou que de cada vez parecia sempre a primeira. Por alturas do inicio do frio, começaram a preparar a mudança do acampamento indo atrás das manadas de veados que perseguiam novas pastagens. Luci e o australophitecos bonito decidiram ficar. o sítio era bom havia água com fartura muita caça e terras aráveis. à volta. E tinham-se um ao outro, o que não era pouco.  Entretanto nasce um pinpolho, misto de kromanhom e australophitecos, lindo. cor de fogo e de olhos verdes profundos como os da mãe e desengomado e escorreito como o pai. Eles não sabiam mas foram a primeira célula homenídia, a tornar-se sedentária, um grande passo para a humanidade. E tudo porque a Luci, não aceitou a assimilação cultural dos seus pais adoptivos. Acho que eles inventaram o amor tal como o conhecemos. Telo-hão inventado????..... Ou foi um acaso como quase tudo na evolução da espécie?

                                 António Capucha

                       Montijo, 14 de Agosto de 2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Parasita.





A verdade , Tal como outros princípios básicos, fizeram-se para ser ditos , alguns mesmo, gritados ao vento. E manda a verdade, que o autor destas linhas se confesse parasita, da sociedade que constituimos, quer os campistas aqui do Montijo, quer os amigos em geral, aos quais parasito temas e lôas, para aqui trazer à conversa. Da gritaria do outro, já ido, que reclamava pelo Nestum, ao constante resmonear em surdina do Tó Jó, passando pelo pilha galinhas, a todos parasitei, com total despudor. Por último, temos a Sr.ª D.ª menina Carla. Sei lá se ela queria que fosse divulgada a sua "demarche". E se aceitaria as minhas conclusões. E o tudo que disse dela. Não se trata de inconfidências graves, mas que culpa têm as pessoas, que eu não encontre mais nada sobre o que falar! Quando iniciei este blogue, impus a mim próprio, não fazer cedências, nem facilitar criatividades. estou assim a um passo disso. Que vergonha. Parasitar pessoas que de tanta idade perderam o sentido do ridiculo, ou doentes graves que rapidamente fornecem matéria bizarra para estas linhas. Tenho que arrepiar caminho ou ainda acabo por meter água. E depois , não há remédio! Isto tem um nome: facilitismo. Tocou-me uma sineta na tola. Não posso, nem devo ignorá-la, sob pena de perder todo o direito que tenho amealhado, à preferência das pessoas que por favor ou amizade, nutrem pelo blogue. Se quero merece-lo e mantê-lo, tenho que arrepiar caminho. Talvez eu seja o meu mais impiadoso critico. Pois talvez..... E talvez tenha ido por aí, porque estava vazio de ideias.....Pois talvez.... Mas fica o alerta, para futura reflexão..... Também mal não me fará....
                           António Capucha
              Montijo, 13 de Agosto de 2012  
 

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sr.ª D.ª menina Carla....






Pediu-me hoje, a Carla, uma forma de ler as minhas coisas, e é com enorme prazer e incontido orgulho, vulgo peneiras, que o faço. A D.ª Carla, direi melhor, menina Carla, que ela parece mais uma menina, que teve o azar de ficar doente. Todos a conhecemos como uma lutadora tenaz contra as agruras da vida. sempre com o seu ar sério e conciso, gaiato ainda assim, encara o provir com confiança e positivismo, caracteristica que partilha com quase todos nós. Seja pela motivação seja pelo que fôr, a maioria de nós, apresenta muito bons resultados e progressos assinalaveis. E temos aquele ar de cachopos risonhos de rosto enrugado, e cinzento, mas feliz. O que se nota nesmo de relance é que por exemplo, o AVC, ataca pessoas cada vez mais novas, Unidades como esta são uma resposta a esse facto, mas sempre insuficientes. Parece pecha nossa. Andar sempre um passo atrás das necessidades. Bem feitas as contas mais valia investir mais na prevenção e recuperação, que arcar com a ignomínia da devastação que o AVC opera nas pessoas e suas famílias, que tiveram o azar de o ter pela proa. Devastador , é o termo. Não citarei nomes para não estígmatizar, mais do que já estão, as pessoas em causa, mas conheço pessoas aqui, que, tudo indica terão sido pessoas maravilhosas, ainda hoje o são, e que agora têm que apelar a toda a sua energia e querer, para simplesmente mexer um braço. Devastador é o termo que apenas peca por ser redutor. A minha amizade e carinho para aos amigas/os que contra ele lutam. Não desistam. Hão-de vencer!
E, Senhora D.ª menina Carla obrigado pelo interesse manifestado. São estas coisas que me alimentam. Tinha a sensação de estar a escrever para a gaveta, como sói dizer-se, mas a pouco e pouco vou ganhando eneiras de autor. O que me enche de vaidade . Da boa, da positiva. Só espero que saiba resistir à vaidade má, a petulante!! Pelo menos até agora tenho conseguido...... Seja como fôr a Carla hoje fez-me muito feliz.
Obrigado!!!!!


                      António Capucha

            Montijo,10 de Agosto de 2012

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mariani.



António Aníbal Cavaco Silva - Ou o Zé da Fisga


Hoje, é sem rede e tudo. Sobre a importância dos nomes. Não definem as pessoas, mas são parte da sua identidade. Até já se fizeram cantigas de sucesso, sobre a qualidade dos nomes. A Maria Albertina a Maria , cujos olhos são azeitonas. Sei lá, muitas. Até eu já aqui falei da importância de se chamar Aníbal.Cujo feliz casamento com o nome da Exª esposa, Maria deu oportunidade ao baptismo da moradia algarvia, de mariani. Daí a importancia de se chamar Aníbal. o casamento Maria-Aníbal, resultou naquela feliz, e nada "pimba" designação. É sem dúvida alguma feliz a coincidência de ser só o casal real, no sentido em que realmente nos representa. E que bem nos fica. Só pessoas de elevada estirpe, se iam lembrar de semelhante combinação. Notável! Mesmo à altura dos nossos pregaminhos. O Luis Vaz;  O Manuel Maria Barbosa; o Eça; o Camilo; o Torga; até o Saramago, podem parar de dar cambalhotas na tumba. Existe hoje alguém que nos, e os, representa condignamente. É Confortado com essa ideia que me recosto no cadeirão e sorvo às golfadas, este prazer que a pouco e pouco, se apossa de mim. Para nosso sossego, temos esta sublime criatura, mai'la sua cara metade, tão vistosos airosos e ainda por cima impolutos. Será mais que gafe desdize-lo, será crime de lesa Pátria. E que bem lhe ficam os penteados à esquadria. E a pose tão distinta e digna.Vê-se logo que não são p'raí uns condutores de mulas quaisqueres. São gente distintíssima da fino recorte e porte altivo.
Ah, vivenda Mariani, e etá o outro tão ralado que a Maria Albertina tenha chamado Vanessa à sua filha que é bem cheiinha e muito moreninha. 
Ele há coisas.....
                         António Capucha
              Montijo, 9 de Agosto de 2012

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Sem mote nem remoque....



Que prazer, escrever sem mote, nem remoque. Tenho alguma dificuldade em explicar isto, tal como se tem dificuldade em explicar o que é o vermelho. No entanto todos sabemos de que se trata. Numa tentativa ténue de o dizer, o vermelho, é uma cor que suscita emoções fortes, apimentada. Paixões violentas e intensas, são o seu forte.É também símbolo de alegria, expontaneidade, etc...etc.... muitos e muitos etc/s.... Há também um clube de "papoilas" saltitantes, mas isso parece-me um tanto amaricado. Apesar de ser um rapaz de paixões exacerbadas e um expontaneo incorrigível, sou mais para o verde, cá por coisas..... que não por masoquismo. Embora possa parecer. É assim como um estado de Alma, que não sabemos explicar, e se o tentamos fazer, sai burrada certa. Outra paixão que alimento a Nestum, é este blogue, que acalento e trago bem junto ao coração. mais junto ao coração que da cabeça, se bem que um sem o outro, não funcionem. Já lá vai o tempo em que eu sofria e carpia as máguas de ser mais emocional que racional, como determinavam o ser-se bem quando despertei para a vida, nos idos de sessenta do Século passado. Era então de bom timbre ser-se racional. E o lado emocional das coisas era um tanto macacoide e inferior. O materialismo dialéctico era a norma, e o que não vinha na cartilha  o Segmund Freud explicava, livram-do-nos de todo o mal, amen, deste modo, atribuia ao nossos pais a culpa dos nossos defeitos, e prontes. Mesmo tendo estas contradições à perna, fomos capazes de trazer a História a este porto seguro, o que não é nada mau. Hoje os imbecis que se atrevem a contestar este conjunto de princípios, ou se valem de poderosas rectóricas, o que é raro, ou como vem sendo mais frequente, escolhem dizê-las apenas no seio de imbecis como eles.  
Não acreditam? Parece-vos exagerado? Olhem que não! olhem que não!!!
Vão por mim que não vos engano.....


                       António Capucha

              Montijo, 8 de Agosto de 2012

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Cá estou eu nas aerovias.....





Enfim , cá estou eu nas aerovias. Como dizia o meu amigo Zé Artur, que era pessoa de dizer coisas. Este por exemplo era o preâmbulo de uma carta para a namorada, na qual lhe trocava o nome, ela era Maria Emília e ele chamava-lhe Madalena. Felizmente que ainda vai havendo gente como ele, capaz de dizer coisas que ficam na memória, pela sua força intrínseca, ou harmonia expressa. Este Zé Artur, é uma peça do calibre dum João tabefe, ou, Do Nandinho de Campolide, o tal do "acarta presuntos"  "que ficou a meter canela nos pasteis", artistas já aqui retratados. Artistas e tanto, são estes fenómenos da natureza o sal que tempera a vida. Na sua forma de contar as coisas, não há lugar ao corriqueiro, é tudo fenomenal e monumental, seja pintado a traço grosso ou fino. os pormenores são deliciosos ainda que revelem "estórias" escabrosas, tal a riqueza de acontecimentos gagos e sem sentido comum. As descrições ganham foros do lado diferente da vida, e ela é tão rotinada e cinzentona que bem precisa de artifícios destes. Tal como uma varina não precisa, mas o vestido novo de chita, colorido e rodado, só lhe dá vontade de dançar. E vira , que vira, e torna'virar. é alegria , infantil dirão, mas alegria em bruto, espontânea. Assim são este Zé Artur, Que mora aqui no Montijo, o Nandinho de Campolide e o tabefe. Gente que toureia o cinzentismo da vida. E eu, criador destas personagens, grizo-me todo a dar-lhes forma. Menos o Zé Artur, esse é bem real, só que as suas "estórias" são quase todas incontáveis, porque isto trata-se de literatura séria. Embora pálida, já dei uma ideia do que queria. Por aqui me fico antes que resvale......
                         António Capucha
               Montijo, 7 de Agosto de 2012       

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Pai que foste!....






Não vejo forma de evitar falar no assunto que desde ontem me mantém ocupado em emoções díspares e contraditórias entre si. Primeiro desejo esclarecer que penso que é meu dever de autor usar da mais completa honestidade para com os que fazem o favor de ler o que escrevo aqui. E que oportunidade é mais oportuna, passe a redundância, que revelar-mo-nos através das reacções que temos quando a vida nos pinta a cores fortes, acontecimentos marcantes. A nossa reacção a eles, define-nos sem margem para grandes erros. Revela-nos.... E embora isso possa parecer um abuso, é para mim um mecanismo através do qual expresso a minha honestidade enquanto autor. Trata-se de facto de um assunto particular. Mas não hesito em tornar público porque as reacções que desencadeou,percebo-o, revelam-me.....
Entremos na matéria! ontem a meio da tarde, o meu irmão Chinoca, telefonou-me, a dizer que o nosso pai tinha morrido. Desde então que a minha cabeça não pára, numa confusão de sentimentos que só visto. O meu lado racional dizia-me que era a ordem natural das coisas, que já era esperado, nada de novo! por outro lado comecei a rememorar o meu pai desde a minha infãncia até à fase aguda do cancro que o levou à morte. Por outro lado reflecti muito sobre os mistérios da vida e cheguei à conclusão Que o pobre desgraçado, embora tivesse o privilégio de ter tido condições únicas para ter um vidão, digamos assim, os seus muitos defeitos determinaram, tropeções constantes e infelicidade notória. Toda a vida foi um infeliz. Um homem cuja única meta era juntar dinheiro, de forma que refuto de anormal. Pois que não o juntava para comprar coisas que lhe dessem prazer. O prazer era só tê-lo, contemplá-lo. Saber-se senhor dele. Doentio ! Não concordam? Uma atitude sensata, inteligente, seria a do dinheiro servir para comprar coisas que nos fazem falta e/ou nos dão prazer. Essa perspectiva de fazer falta ou dar prazer era inexistente nele. Uma vida sem objectivos que fossem algo mais que juntar dinheiro. No entanto devemos considera-lo uma pessoa culta. Devorava livros. Mas parece que o enriquecimento humano esperado por causa disso, não se dava. Tratar-se ia de um simples passatempo? Pois quem souber que responda!
Passou ao lado da vida. sacrificou tudo ao seu maldito objectivo. Até a nós os seus próprios filhos, esposa e ele mesmo.
Quando era mais novo, testemunhei que o meu pai teria preparado "ene" jovens e menos jovens para o antigo exame de admissão aos antigos liçeus. Há inúmeras provas da sua inteligência superior. No entanto esbanjou todo este mérito, a troco de quase nada.
Pobre pai, penso constantemente. Muitos dariam o braço direito para possuir o que ele tinha à partida. Pequenas vilezas e várias minudências, fizeram com que se perdesse nos caminhos da vida.
Bem se pode dizer: Eis o homem que ao invés de superar os obstáculos da vida, foi atropelado por ela.
Morreu o meu pobre Pai.......
Paz à sua alma.....

                           António Capucha

                  Montijo, 2 de Agosto de 2012

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Os nomes das rosas.





Possuo de há uns tempos para cá, um acervo de conhecimentos que não possuía quando era alegadamente saudável. Sem cometer a imperdoável gafe de sugerir, que ainda bem que passei por tudo o que passei, porque seria demasiado estúpido para assinar por baixo, é no entanto verdade que o ter passado pelo que passei, me enriqueceu mais do que me penalizou, isto porque soube aprender com a mudança que operei em mim. Não só novas experiências e novos desafios mas também um horizonte mais largo, de largo espectro, digamos assim!
Um das novidades, se assim se pode dizer, é um sem número de pessoas que passaram a ter importância para a minha pessoa. Dirão: Ah, isso é comezinho, vulgar, trivial. Talvez! Mas a verdade, é que aprendi, a dar valor às ditas pequenas coisas, conceito que desde já contesto. Pequenas o tanas. Só o serão se assim as quisermos. E não quero. Refuto como essenciais, as relações recentes que alimento com a maior parte dos e das profissionais daqui do Montijo. Algumas não passarão disso mesmo: relações profissional- utente. Ainda assim é aconchegante, a riqueza relacional entabulada.Passam a ser familiares nomes como a Rute; a Paula; ambas as queridas Martas; o Francisco; a Dr.ª Lucita o André; O Gonçalo; o Claudio,.... E os meus iguais, D.ª Teresa; Sr. Manuel; o Octávio; a Carla; o Sr. Armando Mira; a risonha D.ª Helena, a avozinha de todos; o incontornável Sr. Ricardo nosso decano; a Sr Rosa; o Tó Jó etc.....etc. Peço desculpa pelas omissões, que são mais que as mães, e desagradáveis. Mas não , não esqueço a querida Catarina, A fisioterapeuta que tem a paciência de me aturar há uma porção de meses.    
Então, estou ou não estou humanamente mais rico? Mais completo? Todas elas e eles, fazem parte da minha transformação num tipo novo e melhor, seguramente melhor, que o que já fui. 
Obrigado a todos.... Mesmo que não saiba o nome. Conheço-os todos! E todos fazem parte do Horizonte que me foi desvendado....
OBRIGADO......
                        António Capucha
              Montijo, 1 de Agosto de 2012