Em
exórdio diria que: são dessas pequenas coisas, que nascem as grandes ideias.
Nem sempre a montanha pare ratos. E é por vezes dar a volta ao ciclo da água
para os rios reverterem às nascentes. Sim que não alimentemos ilusões de alguma
vez vermos os rios correrem da foz para nascente. E é mais ou menos o que estes
artistas agora no governo da Nação, insinuam. Isto é, querem convencer-nos de
que com medidas capitalistas, resolver-se-ão as questões que o capitalismo
financeiro internacional criou. Baseados em quê pergunto eu. É primário e
ridículo achar que uma mordedura de cão se cura com pêlo do próprio cão. Quando
muito arranjamos uma bela infecção. Que ao que parece já está a criar, como sói
dizer-se. E prometiam tanto. O rapaz Passos Coelho e o insalubre Miguel Relvas,
deram-se ares de Discípulos do capitalismo moderno e desempoeirado e afinal
caíram nos braços das metodologias bafientas do mestre do logro Cavaco Silva.
Personagem que continua a ser de mistério, que, apesar de algumas operações de
charme, continua a apresentar nos dedos os vincos das cordas das velhas
marionetes que manipula. Que são da recantada ópera bufa, de D. Roberto. Com
aquelas vozes aflautadas em falsete. Saímos duma ditadura anacrónica e violenta
para esta fraude Democrática em que se vão transformando as nossas estruturas
governativas e seus actores. Dos tribunais à mais vetusta e singela secretaria
pública, passando pelos Ministérios secretarias e subsecretarias de Estado Direcções
gerais e o que por lá mais houver, tudo está contaminado. Parece que deu um
ataque de estupidez generalizado nestas coisas todas. Cada medida tomada é mais
idiota que a que a precedeu. E sempre com enorme violência para o povo. O
Cardeal Masarino é que dizia que a classe média é inesgotável, que se pode usar
e abusar dela que está sempre pronta e operativa. Mas atenção, não somos só
classe média. Se o fossemos até diria que até certo ponto merecia o governo que
tem. Agora não o sendo e não o merecendo portanto, porque será que eles não
voltam para a pocilga do sistema financeiro internacional, a bater com a mão no
peito e a carpir que não voltam a criar
bolhas de insolvência. Ingénuos de merda, ou pior, desonestos, quando as contas
estiverem equilibradas, os FMI’s todos desta vida, inventam outra qualquer e
enquanto o buraco dos bancos não estiver tapado, a nossa dívida não parará de
crescer.
António Capucha
Montijo, 22 de Agosto de 2012
Sem comentários:
Enviar um comentário