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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Das desigualdades da morte.

Recebi este texto magnifico, exemplar de precisão e rigor. Foi-me enviado por e-mail por um querido amigo da RDP, o João Alves.... Publica este um blogue de seu nome: Consigo...Publico-o sem adição ou redução de seja o que fôr, dada a importância social , sentido personalista, coragem e autenticidade e naturalmente política..... Obrigado amigo por mo teres feito chegar.....

                             António Capucha


Portugal para além das ideologias...




Das desigualdades da morte.

Posted on Agosto 26, 2013 por Lúcia Gomes 

Morreu António Borges.
Certamente morreram muitos mais. Aqueles cujo nome não é passível de aparecer nos jornais. Nem nas televisões.
Mas o importante não é ele ter morrido, como morreu, como viveu (sobre isso os meus companheiros de blogue dirão bem melhor do que eu). O que eu quero sublinhar é a desigualdade da morte, de como se morre.
Não se pode dizer, para não ferir susceptibilidades, que me choca a forma como se morre em Portugal. Como um rico, com cancro, morre melhor do que um pobre. Aparentemente isto é raiva, ódio aos ricos. É falar sem racionalidade. Pois racionalidade é algo que nunca vi no tratamento de doentes crónicos, nomeadamente oncológicos, no nosso país.
E descrevo uma história que não é a minha. Tem todos os nomes, ou quase todos.
Em 22 de Março foi diagnosticado um cancro de pulmão, carcinoma de pequenas células, estágio IV ao meu pai. Era dia de greve geral. Terceiro aniversário da minha irmã. Abandonei os piquetes às cinco da manhã e parti para cima. O diagnóstico demorou meses. Desde infecções respiratórias, ataques de ansiedade (?), gripes. Meses até dizerem: cancro. O meu pai era já um doente de risco, sempre seguido no hospital dados os problemas cardíacos que tinha. Nunca ninguém detectou o cancro que lhe corroía as entranhas.
Nesse momento soube que o meu pai ia morrer em breve, embora nunca o tivesse verbalizado. Começou, pois, a saga dos tratamentos. Protocolos com quimioterapia e radioterapia. Medicamentos, atrás de medicamentos.
O meu pai acabava de concretizar o sonho de uma vida, licenciou-se em Direito. Velho demais para trabalhar, novo demais para a reforma, dizia-me, com os olhos pregados no chão «quem quer alguém com cancro?». Nunca lhe tinha ouvido nada derrotista. Desde o primeiro minuto, desde sempre, nunca desistia ou se sentia derrotado. Desta vez era diferente. Pronto para enfrentar o mundo e a doença, sabia bem das limitações.
Fomos então pedir a invalidez. A Segurança Social recusou. Sem subsídio de desemprego, sem pensão, a companheira desempregada de longa duração. Uma filha de três anos.
Os medicamentos eram pagos entre mim e a minha irmã. A família ajudava no que podia. O meu pai não tinha carro. A minha lata velha servia-lhe, enquanto pôde conduzir, para ir aos tratamentos (não há transportes públicos nem hospitalares). Acabada a quimioterapia, seguia-se a radioterapia paliativa. O hospital recusou. Era paliativa.
Levantámos uma tempestade, todos os órgãos de comunicação social se interessaram. O hospital voltou atrás. Foi ao IPO – Porto onde tinha que ficar todo o dia porque só havia um transporte para os doentes. Caso quisesse vir mais cedo, porque não aguentava estar lá, teria que pagar. Ficava lá.
Houve meses em que não tomou toda a medicação. Não tinha dinheiro e era demasiado orgulhoso. Não pedia. Era preciso descobrir e estar atento ao que faltava.
Liguei para a Fundação Champalimaud mal soube da máquina que apenas com uma sessão de radioterapia diminuía o tumor de forma significativa. Responderam-me que precisava de uma consulta de avaliação e a sessão de radio seria 5 000 euros. Perguntei se no público haveria máquina idêntica. Disseram-me que não. Agradeci e desliguei. Descobri que havia uma máquina parecida no Hospital do Barreiro. E que o médico, por querer que todos pudessem aceder aos tratamentos teria sido afastado.
Ouvi o meu pai uma vez «para sofrer tanto para poder ter tratamentos mais vale morrer de uma vez. Isto não é vida». Lentamente ia perdendo o seu corpo, a sua mente.
Acompanhava-o nos longos dias de exames, feitos no hospital privado da Boavista porque nenhum hospital público dispunha das máquinas necessárias. Almoçávamos uma francesinha a meio dos tratamentos e víamos coisas para o único neto do meu pai. E voltávamos ao hospital.
Nunca lhe propuseram estar internado. Não lhe deram soro nem morfina, fomos nós que exigimos. Já não aguentava mais ver o sofrimento contínuo do meu pai. A cadeira articulada, foi emprestada, arranjou-a a minha tia, e uma grade para a cama. O meu cunhado passou a levar e a trazer o meu pai, ele já não conseguia conduzir. A companheira dividia a medicação e aplicava. Aprendi a dar injecções porque a Joana, que é minha amiga e é enfermeira me ensinou, ensinou-me a dar-lhe banho, a virá-lo na cama para que não ganhasse feridas, a limpar-lhe a boca e a alimentá-lo. Tirei licença para estar com o meu pai. A minha irmã não pôde, era um falso recibo verde.
Pedi um empréstimo para poder pagar tudo isto. Tive que mudar de banco e vou pagar o empréstimo nos próximos dez anos. Estive sempre ao lado do meu pai. Colocámos o soro, dei-lhe de comer. Começou a tossir, sem parar. A família reuniu-se em volta dele. O gato, saiu dos pés do meu pai e começou a aproximar-se lentamente do seu peito. E eu pensei, é agora.
Corri para o lado dele, dei-lhe a mão e vi uma lágrima a correr-lhe na face esquerda.
O meu pai morreu.
Não houve jornais, não houve televisão. De vez em quando há uma notícia que diz que os tratamentos estão a ser negados aos doentes oncológicos, que o IPO não tem dinheiro.
O meu pai tinha 54 anos. A vida inteira pela frente. Nunca defendeu salários baixos nem privatizações. Trabalhou desde os 14. Tirou um curso aos 53 porque era o seu sonho. A estes não há homenagens. Aos que lutam pela sobrevivência durante todos os dias com dores excruciantes e a violência do Estado. Não, para estes não há memória, não há camas de hospital, medicamentos.
António Borges tinha cancro no pâncreas. Daqueles fulminantes que supostamente matam de imediato. Durou bem mais do que o meu pai. «Trabalhou sempre», dizem. Certamente não terá passado por nada disto. Certamente, até na morte, ou perto dela, teve conforto e o melhor tratamento para não sentir dor e adiar a inevitabilidade da morte.
Não lhe sinto raiva pela forma como morreu, mas desprezo o que defendeu em vida. Porque foram homens como ele e são homens como ele que ditam que homens, mulheres e crianças passem o que o meu pai passou para morrer. E ninguém merece estas mortes lentas.
Que lhe pese a terra? Não, não acredito em nada depois da morte. Preferia que lhe pesassem as suas ideias durante a vida. Principalmente nos dias e meses antes da morte.
 

"AMIGOS NÃO SE DESPEDEM, MARCAM UM NOVO ENCONTRO"
           
                        

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Desfazer nitos....




Se alguma coisa houver que me caracterize, o meu destino, a minha existência, è o de acabar com velhas normas e mitos vários e certezas mais que absolutas que não valem um pataco como se prova. Velhos conceitos vigiados de perto pela moral estabelecida, não se aguentam no confronto com a realidade factual da minha vida. 
Começando na "victória" sobre o coma e subsquente hospitalização, passando sobre as teorias fatalistas dos malefícios do Tabaco, e terminando no conceito ardiloso de que quem tem hábitos de Bebida  fica alcoolico. e se por acaso voltar a fumar ou a beber dá um trambulhão fatal, entrando no estado de desgraça total. Pois aqui estou eu para desmentir e desmontar toda esta trama moralista e hipócrita.
 Vai para mais de doze anos, um belo dia resolvi que me deixava das bejecas aos centos a meio do dia e do tintol às litradas.... Assim foi. Resolvi , e pronto está decidido, só voltaraia a beber no almoço de Natal da família, um ritual  tradicional de dois dias de comezaina e bebedagem..... Aqui delRei..... Não voltes a beber senão vai todo o esforço desenvolvido até agora, por àgua abaixo..... Pois 'tá bem, volvidas as festas voltei calmamente a abstinência ritual e pronto até à próxima festa onde acompanhava e respeitava a tradição. Nada de recaídas os desesperantes "delirium tremulis". Os moralistas e falsos médicos que vão à merda mais as suas certezas de merda.  E claro com o tabaco foi o mesmo e dura até hoje.... Um belo dia resolvi deixar de fumar e Plim.... Está feito.... Isto depois de muitos anos de fumador inveterado assim consumidor de dois a três maços de tabaco por dia, mas nunca toquei em erva, apenas por acaso. Em cigarros nunca mais toquei mas, lá está, nas festas ou quando me dá na telha fumo um Havano puro, e encho a barriga.... E não foi por isso que tive uma recaída.... Posso até estar à volta de uma mesa seja porque rezão fôr, com todos a fumar que não me incomoda rigorosamente nada. Fumo passivo? Que raio de merda é essa? É apenas e só, mais uma hipocrisia que o poder criou, e não só, pôs nas mãos dos não fumadores um poder, que eles, nem sequer por sonhos desejaram ter... Trata-se de mais uma divisão artificial entra iguais ... Fumadores e não fumadores sempre se deram bem, (a D. Anita; fuma). É mais uma Hipócrisia dos nossos tempos.
 Também aqui cabe lembrar que apesar dos Havanos fumados não houve lugar a qualquer recaída... Velhacos portanto, são os que isso defendem.... Não existe semelhante isso....
Sou a prova viva dessas falsidades..... E daqui digo alto e bom som, digo que essa gente, são uns Hipócritas aldrabões e rasteiros velhacos..... Também nunca me ouvirão a fazer apelo a que bebam e fumem, agora penalizar, ou criticar os que o fazem, não contem comigo..... Eles são é sobretudo uns falhados de merda que adoram proíbir tudo o que cheire a prazer..... Vão ver que ainda um dia vão proíbir a população de foder, ou pelo menos vão arranjar uma forma de taxar o acto.....

                                           António Capucha

                     Vila Franca de Xira, 28 de Agosto de 2013

                                                

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O novo Windwos 8....




Este novo windows chamado de oito, é cheio de truques. mas é eficaz.... Ao contrário do nosso, que em vez de janelas se chama Portas. Ele e o governo parido por feiticeiros de maus fígados, estão a fazer a travessia do deserto, de repente os seus mordomos e arautos, dizem que afinal está tudo joia, a recuperação está à porta, os indicadores não mentem , áh pois não, quem mente são eles, apenas é verão e o povão está adormecido de férias e há o fenómeno do emprego sazonal sobretudo na industria hoteleira e restauração do Algarve. Todos os anos acontece, este um pouco menos, porque o pessoal se corta a ir de férias, porque está teso! Mas está inaugorado um novo estilo de governação, mais marcadamente CDS, que das tropelias havidas, as considera idas, e estabelece, os novos mecanismos do faz de conta. Mas resumindo e baralhando, está tudo na mesma. A diívida pública continua a crescer, o desemprego a aumentar as Empresas a fecharem. A única coisa que aumenta é o défice do orçamento de Estado, já visto e várias vezes, revisto outras tantas, e continua a crescer como um cogumelo. Isto apesar das enormes facadas dadas no chamado Estado social. Onde os políticos reforçam os seus privilégios, e a restante população vê cortados os mais elementares direitos. E atenção, eu não embarco em primarismos anti-politicos. Em quarenta anos de obscurantismo fascista as pessoas não aprenderam a importância dos políticos como servidores da causa pública, o desvirtuamento do político cresceu em função do mau exemplo dos políticos fascistas, venais,  corruptos,  falsos e sem ideias. Também os há agora, e estão no poder, é o salve-se quem souber, é o vale tudo. mas também, infelizmente os há na oposição. Os partidos de esquerda são tradicionalmente mais rigorosos em termos ideológicos mas ainda cabe demasiada lateralidade ideológica, sobretudo no PS. Historicamente de esquerda mas já penetrado pelo clientelismo Empresarial. E enquanto esta contradição não fôr resolvida, não há solução à vista. 
Como já disse, este novo windows é um verdadeiro Pepe Rápido.....

                                      António Capucha

                    Vila Franca de Xira, 27 de Agosto de 2013

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Há HABILIDOSOS e habilidosos....


Francisco o meu informático sénior

O meu informático senior, ou seja o Francisco também conhecido por "balde massa" e que se apresenta como o 007, ou seja: my name is Massa, "Baldemassa".... formatou-me o computador e instalou-lhe o Windows mais recente. E agora está uma máquina.... Mas segundo me fez saber, foi uma canseira, porque dada a sua idade, do computador, teve que tornear com mestria, e criatividade uma série de incompatibilidades. Mas valeu a pena, parece outro. Não me cabe nenhum mérito por isso mas estou feliz como um rato.... Se é que há ratos felizes.... Homens felizes, são uma raridade neste Portugal de hoje. Tempos houve em que a incerteza era termenda, lutava-se quase fisicamente, estava tudo em discussão e não se provou a máxima de que da discussão nasce a luz. Dessa dinâmica resultaram as trevas. Uma coisa posso afirmar.... Os vencedores dessa discussão, nunca disseram o que verdadeiramente queriam, as ideias vinham sempre empacotadas com a aparência de próximidades semânticas e filosóficas de forma, a serem por nós povo, aceites..... Mas dou-vos um exemplo: É histórico, as conclusão do primeiro congresso do então PPD, referia como objectivo primordial do partido, lutar pela Democracia, rumo ao Socialismo. obetivo final.... Está-se mesmo a ver não está.... Com estas e outras, do mesmo género, têm vindo a enganar o povo. E o PS, por seu lado inventou a nova doutrina política do Socialismo em liberdade, coisa que ainda hoje estou para saber o que é... Querem que vos diga uma coisa? Sempre me provocou uma dor no peito mas parece que este povo, não gosta de quem fala a verdade. E tem votado sempre em aldrabões encartados....  Sempre fomos vítimas de habilidades várias por volta dos anos oitenta, os partidos que ganhavam, baseavam as suas companhas em palavras de "toque", que queriam dizer muito pouco, mas cujas evoluções podiam dizer quase tudo... Uma das vezes a palavra era: MUDANÇA.... Outras: LIBERDADE.... O despudor era e é, total e absoluto..... Para um gajo como eu que aprendi que a política e uma nobre ciência, isto são duras facadas..... Habilidosos em vez de servidores da causa pública é no que deu esta camarilha de anormais... A história se encarregará de lhes dar o que merecem.

                                    António Capucha

                    Vila Franca de Xira, 26 de Agosto de 2013

domingo, 25 de agosto de 2013

Reedição de : Morrer na praia...

Já lá vão três anos sobre a publicação deste texto e continuo a ouvir disparates tais capazes de fazer corar um carroceiro... É portanto actual e justifica-se claramente a sua reedição.... Se por acaso está aí um jornalista "à coca", por favor agite a classe, por forma a acabar com estas imprecisões.....
    António Capucha


Não quero jurar, porque jurar é feio e depois, quem mais jura mais mente!!!! Mas tenho ouvido com alguma insistência, utilizar a expressão: MORRER NA PRAIA, como sendo um fracasso à beira do final, do desfecho, do objectivo quase conseguido de qualquer coisa. Em vários sectores da nossa comunicação social, e sempre com este sentido, é empregue a torto e a direito e tantas vezes que tal como nas mentiras ainda acaba por vir a ser verdade. E o que eu vou dizer é que passa a ser mentira. Bom…. Seja tudo a bem do conhecimento e contra a ignorância….
Segundo julgo saber, pelo menos foi o que terei lido, Vai para um ror de anos, a expressão: MORRER NA PRAIA, remonta ao desembarque dos aliados em 1944 na Normandia, efectuado em diversas praias numa extensão total de cerca de 80Km. O desembarque foi uma operação militar de grande monta envolvendo cerca de 160.000 homens entre americanos , canadianos ingleses e franceses. E uma quantidade de meios entre artilharia e carros de combate etc…etc… Bom…. Era tudo muito. E sobretudo numa das praias - Praia de Omaha, nome de código, mais conhecida como "Omaha Sangrenta -a força de desembarque teve que fazer face a terrenos complicados  e defesas fixas  bem organizadas, e tropas bem treinadas e organizadas, de modo que a forca de ataque ficou reduzida a metade em baixas que já não puderam ser utilizadas no desenvolvimento da acção que era mais vasta. O desembarque era apenas o inicio. Portanto dizer: Morrer na praia, é morrer antes de entrar em combate. Por vezes nem chegavam a sair da água varridos pelas metralhadoras alemãs e o fogo de obuses e canhões. Também cabe dizer-se de vidas ceifadas para nada. Desperdício de meios humanos….
Tenham lá atenção a isso senhores e senhoras comentadores e quejandos – Quando o jogador A do Benfica sobretudo, Faz um jogadão e depois “ná cara do golo” seja lá isso o que for! “In Extremis”, o defesa B do FCP, lhe tira a bola, o bom do comentador de serviço jactante, diz : E o jogador A morreu na praia….. E aí está…. Esta flor de retórica, transforma-se numa folha de papel higiénico, para não dizer naquilo que ela limpa!!!!
Muitas coisas deste género se massificam em sentidos errados e imprecisos por culpa dos comunicadores. Mais cuidado portanto….
Como dizer que aquilo – por exemplo o PPD-PSD é um saco de gatos  - Já ouvi pessoas a aplicar esse dito da seguinte forma: Não se pode lá por a mão que saímos todos arranhados… Talvez também seja certo. Mas o sentido exacto do dito é: São todos diferentes uns dos outros…. É cada um de sua Nação…. Enfim isto parece de somenos mas não é. Para que a mensagem passe certinha direitinha é preciso pormo-nos de acordo quanto ao que é, e o que significa…. Caso contrária o melhor é cada um inventar o que lhe der mais jeito e os outros que se amanhem…..

                                           Melga quezilenta
                BZZZZZ...BZZZZZZ...BZZZZZ e PFFFFFF…PFFFFFF
                                
                                António Capucha
               Vila Franca de Xira, Outubro de 2010 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ciclos




Ciclos, a vida é uma sucessão de ciclos
Começam e terminam, fecham o circuito
Umas vezes iguais, ciclicos
Outras, diferem e muito

Hoje o ciclo trás-me ao principio
Novamente um cardiologista
Dita a lei, dita-me a sorte, como no inicio
Para sossego do tó-tó do anestesista.

Sorte marreca, esta, a minha
Nas mãos desta pandilha
Ainda acabo com um ataque de caspa

Já fiquei: "caga na saquinha"....
E sem perna... Que maravilha....
Que mais querem, ainda não basta?

                                           António Capucha

                          Vila Franca de Xira,21 de Agosto de 2013



terça-feira, 20 de agosto de 2013

Pintura à pistola....




Tive uma noite tão má, que só acordei ao meio-dia de hoje. Entrando claramente pelas necessidades da D. Anita, continuar a sua obra, cuja é pintar o quarto. Para tal, e porque achei que simplificaria as coisas, comprei para tal uma pistola de pintar à pressão, mas primeiro que atinássemos com as milhentas variáveis de afinações, quer da máquina em si, quer da viscosidade da tinta, foi um Deus nos acuda. Felizmente agora parece estar exequível. Essa coisa de pintar com rolo e à brocha, é cansativo e demorado. Depois quer substituir a velhinha alcatifa por placas de corticite envernizadas. Bom ele lá sabe.... Eu agora só atrapalho.... Caramba, sai daqui do caminho vai para o teu canto escrever, ou o que te der na real gana, mas não empecilhes....   Estou "demodè"... Nos meus dias de pintor, era juntar um pouco de água à tinta e espalhar com rolo ou brocha..... Pois não senhor o engenheirinho pequenino do Francisco, eleva a coisa à dimensão cientifica, a tinta mais ou menos grossa, passou a ser a sua viscosidade , que deve estar escrita nalgum lado da embalagem..... A latinha só tem aí uns trinta a quarenta quilos, manipulá-la está muito para lá das minhas possibilidades. Bom, como já disse há muitas variáveis a considerar, resta-me a consideração e reconhecimento, de que embora esteja arredado da acção, compreendo cada passo, e até sou capaz de dar palpites uteis....   

                                             António Capucha

                           Vila Franca de Xira, 20 de Agosto de 2013

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Jardim....




O dia acordou sarrabulhento
Depois aqui e ali o Sol foi forçando a densidade
E impôs o azul e oiro aos tons de cinzento
Volvidas que foram poucas horas de fealdade

As plantas do jardim esticam os caules
Não só de água, também vivem de calor
Se a água mata a fome, o calor supera outros males
Têm  as flores, com o Sol, uma relação d'amor

Suas cores refulgem, brilham, sorriem ao astro rei
E ele, real figura, beija-as apaixonadamente
Abelhas e zangãos, são testemunhas zumbidoras

É com estes elementos, bem o sei
De beijos, amor, calor e abelhas, exactamente
Se dá a reprodução e estas são as forças criadoras

                                     António Capucha

                             Peniche,16 de Agosto de 2013

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Bruma....




Mais um bom jogador de futebol que se vai perder na bruma, dos contratos e agentes desportivos. E perde-se porquê? porque nunca mais vai ter sossego para manter a bola baixa. Imagino que o imaginário de um jovem jogador, está preenchido de Ronaldos, Nanis e companhia, não sabem porque não o devem ter ensinado, que estas coisas são fruto da ganância reinante no mundo do futebol. Quem dirige ou orienta novos valores devia ter o cuidado de primeiro os ensinar a evitar estes marmanjos. Mas como se eles, os que o ensinam, fazem parte da hierarquia "marmanjal". É a atitude perante as coisas da vida, que lhes devia ser ensinado, bem como o que é um contrato de trabalho, e o que é a venalidade dos agentes desportivos, cuja acham ser normal, é o mundo dos negócios. E explicar-lhes bem explicada a diferença entre negócios e desporto. No fundo todos se mexem no mesmo lodaçal É um mundo muito próprio que tem uma linguagem especifica e tudo. Em vez de aprenderem a jogar à bola, aprendem os vícios de quem joga à bola. Apenas vêem uma carreira por trilhos dourados. De tal maneira brilhante que os cega. E não enxergam os precipícios  que ladeiam as veredas, por onde caminham como se fosse uma estrada larga. Para estes rapazes é comum encararem a ida a um campeonato da Europa ou do Mundo ou a uma final importante, como a exposição numa montra e não como um objectivo desportivo. Isso desvirtua o essencial do ser-se um bom jogador. Passando a ser uns fiteiros, aquilo que se chama jogar para a bancada, sem empenho no jogo. Dirigentes desportivos, agentes desportivos, advogados e assim por diante, só ganham dinheiro se houver transferência de jogadores.... Ganham à percentagem, de modo que a ganância leva-os a encherem a cabeça dos putos, de sonhos e quimeras. A grande maioria deles perde-se como jogador, imolados no altar destas e doutras contradições. Pobre Bruma nas mãos velhacas desta gente. Entrou com o pé esquerdo.... Vai acabar sem glória nem proveitos.... 

                                         António Capucha

                        Vila Franca de Xira, 15 de Agosto de 2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Mosquitos, os justiceiros implacaveis.....




Mosquitos hoje em Armação de Pera, ontem, distante no tempo, foi revista das nossas "cóboiadas" da infância.  Dantes o mascarilha, o justiceiro implacável, agora os mosquitos eles próprios de capa e espada a atormentarem as férias ao Passos Coelho. Mas vai-se ver e ele são esgotos a Céu aberto valas e valados, charcos alimentados por esgotos, enfim fruto de urbanizações à "pato bravo"....
Se há aquecimento global e eu espero que apesar de tudo, ainda não, o clima tende a uniformizar-se entre o equador e os trópicos, com duas grandes estações em lugar das bem distintas quatro que caracterizavam o nosso ciclo climático. Assim sendo o palodismo que não conseguirmos combater em África, que como se sabe é transmitido pelo mosquito, invadirá primeiro o Sul da Europa e depois toda ela. Ora o Sul da Europa é o Algarve e Sul de Espanha. E a África é já ali.... E lá mora a malária.... Doença que mais gente mata em todo o Mundo. Terá sido uma coisa dessas que destruiu o Neardental, contemporâneo do Homo Sapiens... Aqueles, que não estes, habitantes primeiros da Europa. Mas que pouco depois do Homo Sapiens, atravessar da África para a Europa via Eurásia, Desapareceu enquanto civilização. Pensa-se que, estes loiros Neardentais se terão mesclado com os morenos Homo Sapiens.... Daí ao Sapiens Sapiens, foi um salto de cavalo, num outro, chega-se ao nosso Viriato, e até ao Afonso Henriques, foi um fósforo. A Joana D'arc, o rei Artur, Excalibur, Santo Gral e tal, são mitologia... 

                                         António Capucha

                          Vila Franca de Xira, 14 de Agosto de 2013 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Na praia/Ou o bikini Amarelo....




O dia estava luminoso, belo
O Sol reflectia no Mar largo, a perder de vista 
Deitada sobre a toalha de bikini amarelo
Sorvia o mais que podia, esta folga imprevista

Virou-se para cima, o Sol mais que beijava, mordia
Um bom meio palmo de seio mal contido
Assumava atrevido, besuntou-o de loção,como podia
Que a vista assim de perto, toldava sem sentido

Um banho rápido, de fugida, que o mar puxava
O arrepio percorreu-a, inteirinha....
Fez por afastar a ideia do choque de temperatura

Pôs os óculos de Sol, que repousava
a vista. Pegou na loção e espalhou a mesinha 
Deu o corpo ao Sol, e a loção ajudaria à fritura   

                                                   António Capucha

                                 Vila franca de Xira, 12 de Agosto de 2013

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Haja Paz.....


Uma neblina leitosa da cúpula ao sopé
Cobre a noite como um manto
O jardim dorme, as árvores dormem de pé
Nos seus ramos dormem passarões e tanto

Dormem rasteiras as flores
Nos seus canteiros de corolas fechadas
Por trás da porta dormem meus amores
O sono sereno, justo sem maçadas

Guardo a noite e estas coisas aladas
Sentado no centro do turbilhão de paz
O silêncio pesa mais qu'o meu dinheiro

Cortado pela aragem sussurrada
U...UUU.. Canta doce e fugaz
Na folhagem densa do loureiro

                                                  António Capucha

                               Vila Franca de Xira, 9 de Agosto de 2013

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Anestesia Geral....




A famosa consulta de anestesia, que tive que fazer para a operação à bexiga, deu arroz queimado.O "menzinho" pareceu-me um rato assustado. Lá lhe fui dizendo o que passei, e por cima, mas ele interrompeu-me dizendo: "Não queremos que fique esticado na mesa de operações". o que vale é que eu dificilmente me assusto e pouco crédito dou a anormais destes. Que didáctico, não é verdade.... Encorajador..... Um destes nunca me tinha calhado pela proa, Vou ter que repetir todos os exames e electrocardiogramas, e fazer uma nova consulta. Atrasa esta trampa toda quase um mês. Com sorte estou livre desta marmelada lá para o fim de Setembro princípio de Outubro. Não querem lá ver o caramelo. Se isto é coisa que se diga. Felizmente o úrologista desvalorizou a operação o mais que pôde. Só faltou dizer para levar um baralho de cartas para jogarmos uma bisca lambida, no fim daquilo.  Ora não querem lá ver o animal. E se ele fosse assustar a prima dele.... Melhor que este só o tal enfermeiro pimpão de S.Marta, que esteve assim a um milímetro de levar um murro nos cornos. Para compensar o chefe dos enfermeiros da enfermaria de S. Marta era uma "granda máquina"..... Raio de sina a minha ter que desmamar meninos anestesistas...

                       António Capucha

       Vila Franca de Xira, 8 de Agosto de 2013 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

"Quase Morte"...




Estou a assistir a uma reportagem de pessoas que relatam as coisas vividas durante experiências da chamada “quase morte”. Ouvi e respeito as suas opiniões e a sua descrição do fenómeno, mas eu que estive nessa situação ao que me dizem por mais que uma vez, não recordo nada de semelhante. Aliás não recordo coisíssima nenhuma. O que tenho de memória desse tempo são verdades plausíveis sequências de acontecimentos extraordinários no entanto plausíveis. Coisas naturalmente fantasiosas mas muito reais, e como disse passíveis de acontecer, no entanto improváveis. Estive em Londres, numa filial do hospital de S. Marta, estive no velhinho Quelhas para onde se teria transferido a enfermaria, estive numa suposta casa a caminho de Peniche, mais precisamente na Marteleira. Casa das arábias onde residia o cirurgião chefe de S. Marta, cujo se injectava com bagaço da sua lavra, numa artéria da perna, e onde ao fim de um tempo que terá levado a cedência que fiz da minha vez, para operarem uma miúda que padecia não sei bem de quê. O realismo e a fantasia coseram-se de tal forma que me vejo no edifício da minha escola secundária a recuperar e recordo negativamente que um enfermeiro por quem nutria um ódio de estimação, porque era petulante e arrogante e em suma parvo, e estando á roda com outros doentes estava a contar uma “estória” em tom jocoso e o parvalhão assenta-me um murro no peito. Terá sido o desfibrilhador … Ou quê? Pois é, “no sabremo mai”…. De novo a fantasia plena de realismo fez com que a minha cunhada, pessoa de quem gosto particularmente me foi visitar e me deu a sopa à boca e a quem mostrei a costura da operação de peito aberto. Cabe aqui referir que fui compelido a entrar no hospital para fazer uma operação urgente ao coração, fazer quatro “By pass”
Em vez disso fiz quatro semanas de coma…. Não partilho das descrições das pessoas nesse programa aquela “estória” da luz intensa e bela o sair do corpo e ver-me a mim próprio, na cama e cheio de tubos por todo o lado. Isso parecesse demais com as teorias balofas da natureza humana segundo os preceitos da Santa Madre. Eu ateu que sou, fico-me pela fantasia bem realista e daqui não saio nem que me matem…. O meu intelecto terá criado toda esta panóplia de fantasias reais, e acredito que escondida no meio delas, estará  o click, um qualquer factor químico, que não me deixou transpor a linha para o lado de lá. Seja como fôr, tanto eu como as outras pessoas que foram trazidas a relatar os seus casos, nada do que nos aconteceu, aconteceu para lá do nosso intelecto, tudo teve origem e fim determinado pelo nosso subconsciente, que é uma parte do nosso intelecto. Cada um de nós viveu-o de acordo com a sua formação cultural, e posição religiosa…. As ”estórias” resultam diferentes, penso, que devido às diferenças de convicções do “pós morten”. No meio desta caldeirada de amores e desamores, estará a verdade, cuja, nunca terá saído das nossas cabeças. E não sei dizer mais….. A questão já é sobejamente extraordinária, pelo que, se dispensam angelicais figuras, e visões celestiais, ou tenebrosos diabos e infernos….
Mas como já disse, respeito as histórias de cada um, só espero que respeitem a minha…. É que é hábito da cultura prevalecente, impor a sua verdade como única.

                                  António Capucha

              Vila Franca de Xira, 7 de Agosto de 2013

Assino por baixo.....




terça-feira, 6 de agosto de 2013

Viva o Grande Sporting Clube de Portugal....




Neste sim, não deixou lugar a qualquer dúvida, era mesmo a primeira equipa de futebol do grande Sporting Clube de Portugal, e friso bem, de Portugal.... Claro era um jogo a feijões, com uns pândegos ingleses, que não mostraram nada a não ser superioridade fisica. Bolas por alto eram todas deles. De resto não tinham mais nada. Deu para ver que se o Sporting tivesse um conjunto mais entrosado, como diria o Alves dos cantos, e se conseguisse manter uma actitude ao longo dos noventa minutos,  aquilo que na gíria se designa por força anímica, dáva-lhes para tabaco. Se fôr possível criar esse espírito de equipe, e há material humano para isso, então teremos equipe.... Aqui entrava o professor Jesualdo, que alguém muito abelhudo substituiu por um jovem, quiçá mais ambicioso, esperando que seja isso que fará a diferença.... Quanto a mim, não é nada disso. Há apenas um caminho seguro e possível e esse é, o de paulatinamente atravessar o deserto e ir aos poucos formando a equipe. Trata-se de estratégia, como tal a longo/médio prazo. E isto claro é estratégia e não táctica que se explana jogo a jogo. Sem conjunto e sem um modelo de jogo, baseado nos milhentos elementos variaveis, do futebol, nunca haverá resultados positivos. isso exige conhecimentos específicos, de experiência feitos e aí entrava o professor Jesualdo. Fez isso no Porto e em Braga com resultados que são observáveis. Bom mas agora já não há remédio, os dados estão lançados e eu pessoalmente estou pronto a mais um ano de espera...

                                António Capucha

               Vila Franca de Xira, 6 de Agosto de 2013

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O berço da Cultura....


Commonwealth

Os "bifes", "camones", "haufiderzins"e quejandos bem podem esticar-se, pôr-se em bicos dos pés, que não são nem nunca foram, berço da nossa civilização, ditam a lei da rolha internacional, apenas por motivos económicos. No que toca aos "bifes" cimentaram a sua economia beseada no roubo e pilhagem de outros povos quase sempre mais civilizados mas menos guerreiros a "commonwealth" é o resultado neocolonialista disso. O resultado prático e actual desta política de canhoeira, são as estúpidas e anacrónicas chefias de Estado de países, enormes e prósperos como o Canadá e a Austrália. Sua Majestade a raínha de Inglaterra é legalmente o chefe de estado destes países, e mantém até hoje colónias em estados que são pares dentro da UE. (União Europeia) Coisa bizarra e a cheirar a colonialismo, o Ulster Na Irlanda e Gibraltar na Espanha..... Simplesmente vergonhoso.... Isto sem falar nas Malvinas, lá longe ao pé da Antártida. 
Os "camones herdaram a disfaçatez dos "bifes", libertaram-se de ingleses e franceses, holandeses e o que mais fosse, e não se ficaram por aí, inventaram as modernas formas do capitalismo e imperialismo mais agressivo de que há memória. Em todo o lado fazem o que muito bem lhes dá na gana e tudo isto sem remissão ou pecado... Obrigaram os Árabes amigos a venderem o petróleo em dólares, fazendo assim os chamados "petrodolares" e cunhando moeda sobre esses valores envolvidos.... Depois e porque a guerra é coisa suja, sujaram-na ainda mais intervindo militarmente onde lhes apraz, mas sem que os seus militares possam sejam presentes ao Tribunal Internacional de Haia....  Isto é grosso modo: o que eles fazem é guerra é defender a democracia, o que os adversários fazem, é crime de guerra.... Batota.... Claríssima e evidente.  Manipulam, promovem golpes de Estado em tudo quanto é lado umas vezes para combater o Comunismo internacional outras para "libertar" Nações do jugo ditatorial.... Quase sempre, para não dizer, sempre, para impôr um sistema económico e político, que lhe seja favorável.... Na Venezuela, por exemplo pagavam o petróleo ao preço que queriam, muito baixo, porque convenceram os politicos que lá puseram e sustentavam, que aquele óleo era só alcatrão.... Mas o Hugo Chávez não era parvo e fez o que todos sabemos....
Os "Haufiderzins", são os novos ricos.... Passaram de um dia para o outro, de inimigos a amiguinhos dos "camones", reactivaram a sua economia à custa de dádivas que temos a certeza o capitalismo cobrou.... Promoveu no ceio da UE, a desarticulação das industrias sobretudo de texteis do sul da Europa, deslocando-as para a china onde a mão d'obra é ao tostão, e  terão ganho fortunas incalculáveis, a vender teares à china... Depois com as economia dos países Mediterrânicos, destruída, foi só montar o esquema de agiotagem mais que conhecido e sabido, para escravizar esses povos.
Mas, como comecei por dizer, nem que se matem, virão a ser o berço cultural da chamada civilização cristã e ocidental. A Grécia, a Itália,  Portugal, a Espanha e França. que são as vítimas desta poderosa investida do capitalismo internacional, por muito que os ricos estrebuchem, somos nós, os mediterrânicos, o berço desta civilização..... Eles bem se põem em bicos dos pés, o que o dinheiro pode fazer eles fazem, mas em português, ao contrário do Inglês, ser e estar, são coisas diferentes. 
E podem eles "estar" a sentir-se o que quiserem, que nunca "serão" aquilo que somos, enquanto povo, o berço desta cultura/civilização.....

                                        António Capucha

                        Vila Franca de Xira,5 de Agosto de 2013

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Despertar....




Baixa a garímpa, meu cavalo!
Não te empines, baixa’manta
Refreia o galope, esconde o halo
Quem te sabe, sempre se espanta.

Na mesa de cabeceira treneluz a vela
Sobre a cama meu corpo nu
Ao lado o vazio, ainda tem o cheiro dela
Sonho-te a meu lado, acordo, e lá estás tu

Ancas redondas e coxas esculturais
Cabelos sobre o travesseiro
Seios levemente esbatidos, diria…

No meio um tufo de pelos não estão a mais
E o sonho, segue seu percurso altaneiro
Um cheiro a café fresco desperta-me…. Bom dia! 

                                           António Capucha

                           Vila Franca de Xira,2 de Agosto de 2013