Já lá vão três anos sobre a publicação deste texto e continuo a ouvir disparates tais capazes de fazer corar um carroceiro... É portanto actual e justifica-se claramente a sua reedição.... Se por acaso está aí um jornalista "à coca", por favor agite a classe, por forma a acabar com estas imprecisões.....
António Capucha
Não quero jurar, porque jurar é feio e depois, quem mais jura mais mente!!!! Mas tenho ouvido com alguma insistência, utilizar a expressão: MORRER NA PRAIA, como sendo um fracasso à beira do final, do desfecho, do objectivo quase conseguido de qualquer coisa. Em vários sectores da nossa comunicação social, e sempre com este sentido, é empregue a torto e a direito e tantas vezes que tal como nas mentiras ainda acaba por vir a ser verdade. E o que eu vou dizer é que passa a ser mentira. Bom…. Seja tudo a bem do conhecimento e contra a ignorância….
Segundo julgo saber, pelo menos foi o que terei lido, Vai para um ror de anos, a expressão: MORRER NA PRAIA, remonta ao desembarque dos aliados em 1944 na Normandia, efectuado em diversas praias numa extensão total de cerca de 80Km. O desembarque foi uma operação militar de grande monta envolvendo cerca de 160.000 homens entre americanos , canadianos ingleses e franceses. E uma quantidade de meios entre artilharia e carros de combate etc…etc… Bom…. Era tudo muito. E sobretudo numa das praias - A Praia de Omaha, nome de código, mais conhecida como "Omaha Sangrenta -a força de desembarque teve que fazer face a terrenos complicados e defesas fixas bem organizadas, e tropas bem treinadas e organizadas, de modo que a forca de ataque ficou reduzida a metade em baixas que já não puderam ser utilizadas no desenvolvimento da acção que era mais vasta. O desembarque era apenas o inicio. Portanto dizer: Morrer na praia, é morrer antes de entrar em combate. Por vezes nem chegavam a sair da água varridos pelas metralhadoras alemãs e o fogo de obuses e canhões. Também cabe dizer-se de vidas ceifadas para nada. Desperdício de meios humanos….
Tenham lá atenção a isso senhores e senhoras comentadores e quejandos – Quando o jogador A do Benfica sobretudo, Faz um jogadão e depois “ná cara do golo” seja lá isso o que for! “In Extremis”, o defesa B do FCP, lhe tira a bola, o bom do comentador de serviço jactante, diz : E o jogador A morreu na praia….. E aí está…. Esta flor de retórica, transforma-se numa folha de papel higiénico, para não dizer naquilo que ela limpa!!!!
Muitas coisas deste género se massificam em sentidos errados e imprecisos por culpa dos comunicadores. Mais cuidado portanto….
Como dizer que aquilo – por exemplo o PPD-PSD é um saco de gatos - Já ouvi pessoas a aplicar esse dito da seguinte forma: Não se pode lá por a mão que saímos todos arranhados… Talvez também seja certo. Mas o sentido exacto do dito é: São todos diferentes uns dos outros…. É cada um de sua Nação…. Enfim isto parece de somenos mas não é. Para que a mensagem passe certinha direitinha é preciso pormo-nos de acordo quanto ao que é, e o que significa…. Caso contrária o melhor é cada um inventar o que lhe der mais jeito e os outros que se amanhem…..
Melga quezilenta
BZZZZZ...BZZZZZZ...BZZZZZ e PFFFFFF…PFFFFFF
António Capucha
Vila Franca de Xira, Outubro de 2010
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