Entrar de supetão, espalhar as brasas, agitar as águas, pintar a manta; escaqueirar tudo e sair p'la direita alta. É a imagem que faço da minha missão nesta vida, que encontrei flácida sem sentido e despótica. Umas quantas vezes consegui uma apróximação a este meu ideal. Mas isso é sempre demasiado episódico, recompôe-nos a esperança, mas desvanece-se mais rápidamente do que surgiu.São raros esses momentos em que a euforia, por vezes se substitui à razão. Ao fim de umas quantas experiências desse género, tive que aprender a não embandeirar em arco... Hoje, já com alguma idade procuro as razões, os porquês, das malfeitorias da vida, mas preocupa-me mais o lado dos sentimentos. Eles são a base de tudo. A racionalidade não passa de um instrumento, uma ferramenta para chegar ao sentimento certo. E o sentimento certo conduz sempre à opção certa. Procurar sempre o equilibrio sentimental, é a premissa de chegar à razão. E a razoabilidade é função primordial da justiça...
Por exemplo sem o sentimento expresso na máxima marxista: A cada um segundo a sua necessidade e de cada um segundo a sua capacidade..... Sem esta premissa as estratégias e as politicas das nações marxistas não passariam de vulgares tiranias..... Uma determinada praxis, só faz sentido em nome de um sentimento e esse sim, tem que estar inequivocamente certo e justo.... Claro que isto tudo dentro de determinados limites.... Uma prática criminosa, não deixa de o ser, por ser função de um sentimento profundo. Isto é, nem todos os fins justificam os meios.... É neste precário equilíbrio que se mexem os políticos. Terreno muito escorregadio.... Por isso a política é uma ciência extremamente nobre e deve ser servida, por seres superiores, intelectualmente falando....É uma pena que assim não seja e por exemplo, a venalidade seja o sentimento mais comum dos políticos actuais.....
António Capucha
Vila Franca de Xira,6 de Junho de 2013
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