Dêem-me um arcabuz de tiro certeiro
Que eu quero matar de vez, todas as dúvidas
Incertezas, medos, e quejandos, seria porreiro
Jazerem no caixote do lixo, inertes e pútridas
Mortas de morte macaca, fruto de boa pontaria
Que de olho vivo sempre fui e serei e assim persiste
Não é simples bravata, devaneio, mania
Coincidência, acaso, é coisa que não existe
Do lodaçal salto pr'á vida, com o meu pé
Com o outro de pau, que o seja, já não é mau.
Que para pirata pouco me falta
Feitio já tenho, cara de mau, é profissão de fé
Ladrão de beijos e, guerreiro como um lacrau
De rabo alçado e papagaio ao ombro pica e assalta.
António Capucha
Vila Franca de Xira, 3 de Outubro de 2013
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