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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Que viva o Teatro.


EM DIRECÇÃO AOS CÉUS: ESTREIA ABSOLUTA EM PORTUGAL

A Companhia de Teatro de Almada estreia no dia 2 de Novembro, em co-produção com o Teatro Nacional S. João, o espectáculo Em direcção aos céus, do autor austro-húngaro Ödön von Horváth (1901-1938), com encenação de Rodrigo Francis


Horváth, conhecido no nosso País através de peças como Casimiro e Carolina, Noite italiana, ou Lendas do bosque de Viena, é tido como um dos autores que descreveu com maior acuidade as condições que levaram à ascensão do nacional-socialismo na Alemanha: o ponto de vista dos seus textos é o do pequeno-burguês da Europa Central, apanhado entre o desemprego crescente (em 1932 havia seis milhões de desempregados na Alemanha) e uma das mais devastadoras crises económicas da nossa História, que se seguiu ao crash da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929.
Em direcção aos céus, escrita em 1934, já depois de Horváth ter se ter exilado da Alemanha nazi, é apresentada pelo próprio Autor como “uma história de encantar em duas partes”. Numa época na qual os principais teatros alemães e austríacos se recusavam a montar os seus textos, Horváth refugia-se num “conto feérico” (no qual não deixam de intervir o Diabo e o próprio S. Pedro) para, através da renovação das formas teatrais populares, “dizer certas coisas que de outra forma não poderiam ser ditas”. “Coisas” essas como a ridicularização do belicismo crescente, ou a incapacidade dos sociais-democratas alemães para defenderem a democracia, ou a impostura risível da simbologia nazi. 
NOTA BIOGRÁFICA
Ödön von Horváth (1901-1938), um dos maiores dramaturgos de língua alemã da primeira metade do século XX, nasceu em Fiume (actual Rijeka, na Croácia), que na altura fazia parte do Império Austro-Húngaro. Passou toda a sua infância e juventude em itinerância, em virtude do cargo de seu pai, adido do consulado imperial.
Frequentou escolas em Budapeste, Munique e Viena, sem nunca ter obtido bons resultados, inscrevendo-se, em 1919, na universidade de Munique, onde segue aulas de psicologia, literatura, estética, sociologia e metafísica. Entre 1923 e 1938, ano da sua morte, escreverá cerca de vinte peças – comédias, comédias populares, farsas e contos de fadas –, três romances, alguns contos e prosas breves, e um sem-número de textos por concluir. Em 1931 a sua peça Lendas do bosque de Viena é distinguida com o prémio Kleist, o mais importante da república de Weimar.
O seu desejo de “descrever o mundo tal como ele, infelizmente!, é”  cedo lhe trouxe a hostilidade dos nacional-socialistas que ascendiam ao poder na Alemanha. Em 1936 é forçado a abandonar definitivamente território alemão. Morre no exílio, a 1 de Junho de 1938, em Paris, atingido por um ramo de uma árvore, na sequência de uma violenta tempestade nos Campos Elísios.
SINOPSE
Luísa (Ana Cris) sonha ser cantora de ópera. Passa os dias no teatro, na companhia de um porteiro (Paulo Guerreiro) que não a deixa entrar; com o pensamento no director (Marques D’Arede), que se recusa a conceder-lhe uma audição; com saudades da mãe (Teresa Gafeira), que, no Paraíso, reza pelo seu sucesso. Sozinha, sem pai nem mãe, Luísa conta apenas com o desprezo e a chacota dos demais. Até que, inesperadamente, o director do teatro morre: a sua alma é reclamada pelo Diabo (Luís Vicente), com quem, há 20 anos, tinha feito um pacto. Uma vez no Inferno, agradam-lhe as torturas a que é sujeito. Já o tratamento especial e meigo que lhe é prometido para pôr termo à sua felicidade –inadmissível num Inferno digno desse nome – angustia-o… Desta forma, tenta acordar com o Diabo um prolongamento da sua vida na Terra, prometendo trazer-lhe uma alma para toda a eternidade: a de Luísa. O Diabo fica convencido, o director ressuscita e Luísa deixa-se seduzir por uma vida de triunfos, do tamanho da sua ambição. O contrato com o Demónio é assinado e tem início uma fulgurante carreira de soprano. Os sucessos da jovem cantora alegram todos, em todo o lado… À excepção do seu coração, que permanece frio. Luísa entedia-se com os admiradores, as flores que não param de chegar… Deseja anular o contrato. E o Diabo vê-se forçado a permiti-lo: uma passagem imprecisa torna o documento inválido. E Luísa pode então encontrar o verdadeiro dono da sua alma: Lauterbach (Duarte Guimarães), assistente de encenação numa vida anterior, agora empregado de mesa.
Ao Diabo resta-lhe realizar mais um sem número de boas acções para, com sorte, poder entrar nos domínios de S. Pedro (André Gomes) e continuar a amena cavaqueira que já mantêm por telefone…
PROMOÇÃO JANTAR+ESPECTÁCULO: 14€
TMJB |
SALA PRINCIPAL | M/12
2 a 30 de NOVEMBRO | QUA a SÁB 21H30, DOM 16H00| DURAÇÃO: 2H00, com intervalo
PREÇO: 6€ a 13€
RESERVAS:  +351 212 739 360

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