Óh fato justo.... Caricatural Charlotesco, com que a trupe do meu irmão Chinoca, presenteava algumas figuras a roçar o ridiculo. Ora bem, mudan-se os tempos, mudan-se as vontades, os ridiculos d'hoje vestem fatuchos Armani. Irrepreenciveis no corte, mas não no porte. Não passam de fantoches, sem a sua conotação artistica.... Não falam, vociferam..... Nâo pensam, cumprem.... Não vêem, nem enchergam, vegetam... Comem em restaurantes Gourmet, arrotam basófias, mas sobretudo cumprem, movem-se a mando, cospem fininho e não piam.... São doutores em várias sabedorias de que nada sabem, assessores, articulados pelas bandas da servis, a que Camilo chamava as suas curvaturas vertebrais... Tão serviçais. Sopeiras que nem sopa sabem fazer. Nem chegam aos calcanhares das moçoilas que eu via em casa da minha avó a amassar o pão num alguidar de barro, com os seus vigorosos e gentis braços nus. Dantes eram chamados os homens da Regisconta. Com as suas pastas negras, com sopas gravatas e tudo. Como dizia o Solnado. Sinto por essa fauna um misto de pena e desprezo, e explico: fazem-me pena porque são tão menos, que essa inferioridade causa-me sempre esse sentimento, e desprezo porque se dão ares de tanta arrogância, petulãncia e tolismo, que apenas me merecem desprezo.
António Capucha
Peniche, 18 de Outubro de 2013
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