Custa-me um bocado dizer isto, porque pode parecer bravata, mas efectivamente tive razão. Os anormais, perdoem-me os que escapam ao anátema, fizeram uma tempestade num copo d'água para nada. O que foi verdade agora, já o fora, há mais de um mês em que um arrogante debutante de anestesista me falou e tentou assustar com a hipótese de eu não resistir à anestesia. Só à chapada! Havia sempre a hipótese de uma epidural. E foi o que acabou por ser a forma de me operarem. É uma sensação esquisita, estranha mesmo, senti-los a remecher cá nas entranhas, é que se sente tudo apenas não há dor. A vantagem é estarmos sempre dispertos. Eu estive quase todo o tempo , cujo não dei por passar, a falar com eles. Os familiares que me esperavam cá fora, falam de duas horas mas eu tenho para mim que não decorreu muito mais que meia hora. é natural que eles achem isso, a sua ansiedade era enorme porque não sabiam da epidural e estavam receosos com os dislates do anormal da merda, que ousou dizer, preto no branco que tinha medo que eu ficasse lá esticado..... Quando saí do bloco, perfeitamente consciente e de posse de todos os meus sentidos , ví um friso de pessoas de ar apavorado, só deram cor de si quando lhes falei, e vi lágrimas.... Pois não fiquei esticado, não senhor. E renovo o que já disse, o comportamento, na aparência de elevado profissionalismo, do dito médico, esconde apenas um inbecil, que ao invés de medicina devia ter ido para padre. Seria de qualquer forma um idiota, mas, assim com'assim, talvez fizesse menos mal aos outros.... Espero não ter que voltar a este assunto... Não me agrada zurzir em pessoas de um grupo socioprofissional tão importante para a sociedade, como é a dos médicos.
António Capucha
Vila Franca de Xira, 2 de Outubro de 2013
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