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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Mixagem

Baianas


Não me lembro onde ficamos ontem, mas também não interessa. A coisa vai começar no principio e acabar no fim como as outras. É o destino cruel destas coisas. A parte substancial delas nada podemos fazer para as controlar ou alterar a nosso jeito… Vinga-mo-nos no conteúdo dando a uma parte o ar de preâmbulo ou princípio, depois vamos estendendo o guardanapo, explorando o tema até onde ele der e nós soubermos. Por fim vem a peroração arte maior dos finais, versão o mais poderosa possível, aglutinadora de toda a discorrência e se possível resumida como nos ensina o Padre António Vieira. A arte deste homem, assim lhe dessem um púlpito, era de converter à bondade os empedernidos, devassos, violentos colonos no Brasil de então que era assim um espécie de Far-Oeste tropical. Os brancos eram invariavelmente, além de patrões, capatazes e assim. Os trabalhadores, escravos arrancados à sua Angola querida, que os padres se esforçavam na conversão, mas pouco mais conseguiam que uma adaptação às suas raízes religiosas aos seus rituais e ciclos de litúrgicos…. No Brasil de hoje, sítios há onde isso ainda é bem visível. Outro aspecto a considerar era a promiscuidade resultante da forma desbragada como as diversas culturas e hábitos sociais se enterteciam. O sexo então, era uma festa. Com a maior impunidade que se possa imaginar os patrões capatazes padres e tudo o que tivesse “piça”, estugados pela caloraça e as nádegas opulentas das escravas a que não sabiam resistir, deu em grandes confusões, a menor das quais não era a profusão de mulatos e mulatas de grande beleza e de sangue sempre a ferver que continuavam a  mixagem dos progenitores. Para trabalhar é que estava calor… Tinham que ser os negros angolanos a trabalhar, ora no café, ora nas minas, ou na cana d’açúcar.
Com os índios também não fizeram farinha. Daí a solução foi criar a teoria de que o índio bom era o índio morto. Em zonas remotas ainda prevalecem estas regras hediondas. Sendo que nesse particular a Igreja Romana, que tem um longo historial de fundamentação e cobertura das injustiças sociais, viu com preocupação mal disfarçada padres de uma nova geração passarem a defender os índios e os sem terra. Chamou-se a este fenómeno : “Teologia da Libertação” que tem sido afogada em banhos de sangue, com a perseguição e morte dos sacerdotes. Enquanto a Igreja assobia para o lado… Aconteceu até que o Papa que é Santo ou beato, ou lá o que é, que foi Polaco, atacou a “Teologia da Libertação” com a teoria esfarrapada de que era geradora de ódios e violência, coisa que é contra a Doutrina Social da Igreja. Enfim coisas de Santos….
Temos para nós que o Grande Brasil, quando se libertar destas e outras contradições que o trazem amarrado ao "Terceiro Mundismo", será imparável. E a pátria do progresso de que fala a Bandeira.
Com efeito começa a ser facto a mistura do Carnaval com industria aeronáutica. O Samba casando com a tecnologia de ponta da exploração do petróleo. Não esquecendo o ensino. Segundo julgo saber é lá que estão as maiores e melhores Universidades de Língua Portuguesa. 
E Parece estar na altura de deixar para amanhã a continuação desta coisa…..

                  António Capucha
    Vila Franca de Xira, Julho de 2011


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