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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Va' pensiero... Riccardo Muti speaking about Italian culture, Opera di R...





Obrigado mano velho... Deixaste-me com a lágrima a assomar-se à janela , donde tombou irreprimivel. Para que se saiba aqui deixo o texto explicativo que me enviaste. Mais uma vez obrigado...
tonica

Quando cantei este coral, com 12 anos, no ginásio de Santarém e o padre Brito a acompanhar ao piano, substituindo a orquestra, estava longe de pensar que "va pensiero" poderia tornar-se uma espécie de hino contra os Berlusconis, os Sarkozys, as Merkel, os Obamas (que desperdício de Nobel!!!), e outros "assassinos" da dignidade humana que estão a destruir, em poucos anos, não apenas a cultura mas tudo o resto que custou à humanidade séculos a ganhar! Infelizmente, em Portugal não há Muttis, nem ópera de Roma. O Zeca Afonso já se foi há muitos anos e a Amália (mesmo sem "tomates" e a cheirar a salazarenta) também. Não é o Quim Barreiros e outros imbecis como ele que nos vão salvar. Temos de ser nós. Viva Verdi, viva Mutti e viva a ópera de Roma!!!
Um abraço do Zeca



          Silvio Berlusconi desafiado por Giuseppe Verdi  ****

No último dia 12 de março a Ita´lia festejava os 150 anos de sua criação,
ocasião em que a Ópera de Roma apresentou a ópera Nabuco de Verdi, símbolo
da unificação do país, que invocava a escravidão dos Judeus na Babilônia,
uma obra não só musical mas, também, política à época em que a Itália estava
sujeita ao império dos Habsburgos (1840).
Sylvio Berlusconi assistia, pessoalmente, à apresentação, que era dirigida
pelo maestro Ricardo Mutti. Antes da apresentação o prefeito de Roma, Gianni
Alemanno – ex-ministro do governo Berlusconi, discursou, protestando contra
os cortes nas verbas da cultura, o que contribuiu para politizar o evento.
Como Mutti declararia ao TIME, houve, já de início, uma incomum ovação,
clima que se transformou numa verdadeira «noite de revolução » quando sentiu
uma atmosfera de tensão ao se iniciar os acordes do coral « Va pensiero » o
famoso hino contra a dominação. « Há situações que não se pode descrever,
mas apenas sentir ; o silêncio absoluto do público, na expecativa do hino ;
clima que se transforma em fervor aos primeiros acordes do mesmo. A reação
visceral do público quando o côro entoa – ‘*Ó minha pátria, tão bela e
perdida’ - *».
Ao terminar o hino os aplausos da platéia interrompe a ópera e o público se
manifesta com gritos de *« bis »,* *« viva Itália »,* *« viva Verdi »* . Das
galerias são lançados papéis com mensagens políticas.
Não sendo usual dar bis durante uma ópera, e embora Mutti já o tenha feito
uma vez em 1986, no teatro À La Sacala de Milão, o maestro hesitou pois,
como ele depois disse : « não cabia um simples bis ; havia de ter um
propósito particular ». Dado que o público já havia revelado seu sentimento
patriótico fez com que o maestro se voltasse no púlpito e encarasse o
púlblico, e com ele o próprio Berlusconi. Fazendo-se silêncio, pronunciou-se
da seguinte forma, e reagindo a um grito de *« longa vida à Itália » *disse:
RICCARDO MUTTI :****

****

*« Sim, longa vida à Itália mas ... [aplausos]. Não tenho mais 30 anos e já
vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho
vergonha do que se passa no meu país. Portanto aquieço a vosso pedido de bis
para o Va Pensiero. Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti
em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o côro que canatava ‘
Ó meu pais, belo e perdido’, eu pensava que a continuarmos assim mataremos a
cultura sobre a qual se assenta a história da Itália. Neste caso, nós, nossa
pátria, será verdadeiramente ‘bela e perdida. [aplausos retumbantes,
incluindo os artistas da peça]*
*Reina aqui um ‘clima italiano’ ; eu, Mutti me calei por longos anos.
Gostaria agora...  nós deveriamos dar sentido à este canto ; como estamos
em nossa casa, o teatro da capital, e com um côro que cantou magnificamente,
e que é magnificamente acompanhado, se for de vosso agrado, proponho que
todos se juntem a nós para cantarmos juntos. »*****

Foi assim que Mutti convidou o público a cantar o Côro dos Escravos. Pessoas
se levantaram. Toda a ópera de Roma se levantou... O coral também se
levantou. Foi um momento magnífico na ópera ! Vê-se, também, o pranto dos
artistas.
Aquela noite não foi apenas uma apresentação do Nabuco mas, sobretudo, uma
declaração do teatro da capital dirigida aos políticos.
AGORA NÃO DEIXEM DE VER E OUVIR PELO LINK ABAIXO è****

 





9 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Fiz link, hoje 5 de Outubro é um hino adequado...

Obrigado

Celina Dutra disse...

Emocionada! Obrigada!

Isto precisa ser espalhado. Vou fazer link.

Girassóis nos seus dias.
Beijos

Smareis disse...

Lendo seu texto a emoção falou alto. Um grande abraço cheio de carinho.
Smareis

BlueShell disse...

De facto...sublime...

Elisa T. Campos disse...

Que linda aclamação.
Ouvir Verdi, que emoção
bjs

Glorinha L de Lion disse...

Também estou veramente emocionada, minha metade italiana arrepiou-se até a alma, obrigada por essa magnífica demonstração de amor à pátria e ao belo, abraços

Beth/Lilás disse...

Nossa, quanta coragem desse grande músico!
Vim pelo blog da amiga Celina, conferi e adorei.
um abraço carioca

Calu Barros disse...

Notadamente esse hino de incomparável sentimento pátrio faz mais uma triunfante apresentação ante os degradadores de nações.
Belíssimo!
Tbém vim da Celina e fiquei encantada com a postagem.
Abraços,
Calu

Rita C. disse...

Caros companheiros,
Daqui Rita, filha de António Capucha.

Agradeço todos os vossos comentários.
Visitem mais vezes este espaço, preparado com tanto carinho e dedicação pelo meu pai.
De momento o próprio encontra-se impossibilidade de agradecer,uma vez que se encontra ausente. Cabe-em a mim, então, esta tarefa antes do seu regresso, porque assim lho prometi.

Muito obrigada companheiros cibernautas...

Bem hajam

Rita em nome de António Capucha