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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O filho do Tupac Amaru « Revisto»

Naufrágio do San Pedro de Alcântara


Lembram-se dos “Tupamaros”?
Foi uma organização de guerrilha urbana uruguaia, que operou nas décadas de 1960 e 1970, durante a ditadura civil-militar no Uruguai (1973-1985). O nome deriva do revolucionário Inca Tupac Amaru.
Aparentemente nada de novo que nos ligue a este grupo guerrilheiro que na altura era um movimento de libertação e tal como os seus congéneres hoje são só terroristas acossados por toda a sorte de regimens, desde os democráticos, legitimamente democráticos, quer-se dizer, até às mais ferozes oligarquias e anacrónicas estados de ocupação Imperialista que assim ilegítimam que se lute pela, Historica e justa independência… Enfim é no que dão as generalizações e a globalização. E não é lá longe onde estas e outras bizarrias ao Direito Internacional, eram habituais. Aqui na velha Europa também as há e bem ferozes…. À boleia do 11 de Setembro. Tudo é terrorismo mesmo as mais decentes e históricas lutas pela legítima independência. Mas adiante…..
O tal movimento: Os tupamaros, como se disse, foram buscar o nome a um chefe Inca que resistiu tanto quanto lhe foi possível à ocupação e roubo de património levado a efeito pelos Espanhois do Pizarro, e herdeiros, umas bestas apocalípticas para os naturais Sul-Americanos. O insuspeito estado Espanhol que não tinha assim tanto tempo como se supõe, (os reis católicos foram os primeiros da Espanha unificada em um Estado) enriqueceram exponencialmente com a prata e o ouro roubado às civilizações da América do Sul e Central e ainda foram meter o bedelho na América do Norte. Bom isto são factos incontornáveis e incontestáveis.
Ora o líder Inca resistente ao invasor, Tinha um filho que ficou ligado a Peniche tragicamente.
Conjuntamente com um carregamento de prata e outros valores, foi aprisionado e embarcou , com outros tantos índios, num navio espanhol, o San Pedro de Alcântara, com destino a Espanha e que veio a afundar-se à ilharga da Papôa….(vale a pena visitar o site: http://www.abc.se/~pa/mar/spa-histo.htm - e explorar o muito que lá se diz e que aqui não vem a propósito) Terá sobrevivido ao naufrágio, mas não a maioria dos tripulantes e os outros prisioneiros de guerra que iam ser apresentados na corte como se de papagaios se tratassem….(morreram 128 pessoas) Do navio e da sua carga resta nada sobre nada, porque na altura Portugal estava sobre ocupação espanhola… E as autoridades locais, fieis ao usurpador, garantiram a preservação do espólio e organizaram a sua recuperação de tal forma que uma iniciativa recente (terá aí uns quinze anos se tanto) para fazer um levantamento e uma classificação arqueológica, encontrou para além de inúmeras ossadas humanas no improvisado cemitério constituído pelos terrenos ali à volta, sete cães e um macaco e um soldado da Raínha!!!! Aí repousam os súbditos do Tupac Amaru, um Príncipe Inca  mestiço, (o pai era Europeu), suas famílias e tripulantes. Aqui para nós que ninguém nos ouve, estas trabalheiras tiveram lugar não pela vocação Histórica das autoridades locais da altura, mas de uma operação de charme para disfarçar a voracidade em construir junto à Papôa, um aldeamento no exacto local de eventual interesse Histórico. Macacos Hein!!!! Só que de macacadas já muito vistas.
Não sou pessoa de macumbas, e tenho pena dos pobres moradores… Mas isso lembra-me uma trama cinéfila Norte –Americana que versa a construção de uma "urbe" feita à surrelfa das superstições tidas e havidas de cemitérios Indios…. Só que neste caso, há que juntar uns quantos (muitos) marinheiros espanhóis, e então temos um misto de Poltergeist, e Pirata das Caraíbas uma mistura possivelmente explosiva …. Que Enfim…. Eu não queria morar lá….
À Peniche dos inúmeros naufrágios, fruto do mau feitio do mar, há que juntar esta isotérica e tétrica realidade….
Um cemitério Inca em Peniche, é coisa que não lembra ao diabo….
Se uma pontinha de inverdade houver nesta “estória”, que me fique tão longe Peniche, que lá não possa voltar a não ser de prancha de “Surf”, à vela, ou nem por isso!!!!


                           António Capucha

           Vila Franca de Xira, Janeiro de 2011

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