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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Segredos

Guardadas às sete chaves a nossa natureza tem fechadas, ainda, as maningâncias genéticas que fazem de nós aquilo que somos. Embora sejam também génes, os responsáveis pelo aspecto fisico, o sexo, cor disto e daquilo, ou aos traços mais evidentes do nosso carácter, não me refiro a estes… Aqueles que levam as vizinhas a adivinhar logo mal nos olham ainda pimpolhos cegos como toupeiras, e por isso sem expressão, mas elas lá vêem o que mesmo com muito esforço eu não consigo enxergar. Que tem os olhos do pai e a boca da mãe. E o curioso é que estão todas de acordo, mesmo se alguém diz exactamente o contrário.
Seja como for, no mais recôndito de nós mora o que nos diferencia e aproxima. O que nos faz inquietos ou serenos. Estúpidos ou sagazes. Curiosos ou distraídos.
E esse tipo de coisas vêm de longe das origens mais remotas. Onde a natureza com paciência de escultor vai lapidando ao longo de gerações e no permanente diálogo com o meio circundante, como num enorme jardim d’infância onde os genes aprendem como, e para onde mudar.
No meu caso as minhas origens por o lado da mãe são beirãs. De uma Aldeia chamada: Tinalhas que tão mal e tão bem conheço. Tão mal porque numa rápida passagem pela wikipédia, há pouco, fiquei a saber um sem número de coisas que obviamente me escaparam ao outro lado do conhecimento quase profundo e que tem a ver com os afectos entre mim e esses locais e pessoas.
Igreija Matriz Tinalhas

 A minha outra metade tem a âncora nos lodos do Seixal, onde a família do meu pai vive há gerações.
Seixal
Depois os meus genes Já capazes de aprender vieram para o Ribatejo quase Estremadura e ainda por cima com largueza de vistas para o Tejo e a Lezíria Grande, de Vila Franca de Xira. Que os meus olhos, dizem que bonitos na altura, viram mudar de cor ao longo do ano. Do castanho forte das terras lavradas, passando pelo verde da sementeira até ao amarelo ondulante da seara madura culminando no laranja infernal do fogo a que os meus olhos atónitos assistiram num belo Verão dos anos cinquenta do outro Século, claro…
Lezíria e ponte de V. F. Xira
 O que os genes foram capazes de aprender já foi transmitido a dois paraquedistas (afinal eles vêem do Céu, não é? É o que dizem!!!!) e estou certo que será a partir dessa herança que eles se irão definir. E à partida já são mais ricos do que eu, pois têm o que eu sou, mais o que lhe vão acrescentar por conta própria.
Fundir o granito todo poderoso com o lodo e o cais do Seixal. O avô Zé Vaz montado na sua égua a voltar para o almoço, de Peixinhos da Horta, entrelaça-se com o meu outro avô Augusto, pescador reformado com o eterno sorriso como que gravado em granito…. é um cozinhado apenas possível a este nível da natureza humana…. Mas é também natureza portanto natural e não outra coisa qualquer. É assim que vejo estas coisas. E não sei se é aos Granitos beirões, se aos lodos do Seixal, ou aos Horizontes da Lezíria que devo este hábito de procurar a verdade explicável das coisas, Não excluindo qualquer outra versão…. Muito menos a criticar seja quem for por pensar ou ser, isto ou aquilo. E isto para manter a coerência. Não sei se se nota muito, mas de uma forma ou de outra eu acredito que cada um de nós foi trazido a ser o que é…... E é preciso muito mais do que acreditar nisto ou naquilo para se ser responsável por isso.
Nada disto é taxativo ou estanque…. Mas quem quiser estabelecer regras em relação a esta matéria que o faça. Pelo meu lado não me atrevo a tanto.
Só queria dar-vos conta destes traços que não estão no meu perfil, mas acredito, é onde monta o meu ser. Mais do que sei e posso dizer. Mais do que alguma vez alguém venha a entender....
Felizmente, não é proibido perorar sobre o assunto, nem pode daí, vir algum mal ao mundo. Peroremos então!!!!
António Capucha
Vila franca de Xira, Agosto de 2010

1 comentário:

Anónimo disse...

"O que os genes foram capazes de aprender já foi transmitido a dois paraquedistas (afinal eles vêem do Céu, não é? É o que dizem!!!!) e estou certo que será a partir dessa herança que eles se irão definir. E à partida já são mais ricos do que eu, pois têm o que eu sou, mais o que lhe vão acrescentar por conta própria. "

Okitão... eu sou uma para-quedista, hã?! Bem que me dizem que tenho queda para as alturas!E para a estupidez também (hmmm virá de ti? ehehe) Gosto que reconheças que eu sou mais rica que tu :), ainda assim, não escrevo tão bem como tu. Talvez quando tiver 60 anos escreva com maior sapiência e profundidade.

Beijos da Para-quedista

ps. Já agora, faz um texto sobre as Berlengas e apela a que não se vote para as Maravilhas Naturais... essa bela merda! eles querem transformar a Fortaleza num Hotel five stars para as coquetes esturricadas deste paízinho de cocó! Aquilo é maravilhoso tal qual está! Aconselho toda gente a ir lá passar uns dias! Não há carros, não há poluição, não há gentinha nem pessoínhas...

Tal como Avelar Pessoa, que defendeu o Forte e, desta feita, Portugal em pleno no Século XVI, de uma Frota Espanhola insaciada de poder, também nós, os amantes de Peniche, o devemos fazer! Escreve sobre isso...