Seja como for, no mais recôndito de nós mora o que nos diferencia e aproxima. O que nos faz inquietos ou serenos. Estúpidos ou sagazes. Curiosos ou distraídos.
E esse tipo de coisas vêm de longe das origens mais remotas. Onde a natureza com paciência de escultor vai lapidando ao longo de gerações e no permanente diálogo com o meio circundante, como num enorme jardim d’infância onde os genes aprendem como, e para onde mudar.
No meu caso as minhas origens por o lado da mãe são beirãs. De uma Aldeia chamada: Tinalhas que tão mal e tão bem conheço. Tão mal porque numa rápida passagem pela wikipédia, há pouco, fiquei a saber um sem número de coisas que obviamente me escaparam ao outro lado do conhecimento quase profundo e que tem a ver com os afectos entre mim e esses locais e pessoas.
Igreija Matriz Tinalhas |
A minha outra metade tem a âncora nos lodos do Seixal, onde a família do meu pai vive há gerações.
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Seixal |
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Lezíria e ponte de V. F. Xira |
Fundir o granito todo poderoso com o lodo e o cais do Seixal. O avô Zé Vaz montado na sua égua a voltar para o almoço, de Peixinhos da Horta, entrelaça-se com o meu outro avô Augusto, pescador reformado com o eterno sorriso como que gravado em granito…. é um cozinhado apenas possível a este nível da natureza humana…. Mas é também natureza portanto natural e não outra coisa qualquer. É assim que vejo estas coisas. E não sei se é aos Granitos beirões, se aos lodos do Seixal, ou aos Horizontes da Lezíria que devo este hábito de procurar a verdade explicável das coisas, Não excluindo qualquer outra versão…. Muito menos a criticar seja quem for por pensar ou ser, isto ou aquilo. E isto para manter a coerência. Não sei se se nota muito, mas de uma forma ou de outra eu acredito que cada um de nós foi trazido a ser o que é…... E é preciso muito mais do que acreditar nisto ou naquilo para se ser responsável por isso.
Nada disto é taxativo ou estanque…. Mas quem quiser estabelecer regras em relação a esta matéria que o faça. Pelo meu lado não me atrevo a tanto.
Só queria dar-vos conta destes traços que não estão no meu perfil, mas acredito, é onde monta o meu ser. Mais do que sei e posso dizer. Mais do que alguma vez alguém venha a entender....
Felizmente, não é proibido perorar sobre o assunto, nem pode daí, vir algum mal ao mundo. Peroremos então!!!!
António Capucha
Vila franca de Xira, Agosto de 2010
1 comentário:
"O que os genes foram capazes de aprender já foi transmitido a dois paraquedistas (afinal eles vêem do Céu, não é? É o que dizem!!!!) e estou certo que será a partir dessa herança que eles se irão definir. E à partida já são mais ricos do que eu, pois têm o que eu sou, mais o que lhe vão acrescentar por conta própria. "
Okitão... eu sou uma para-quedista, hã?! Bem que me dizem que tenho queda para as alturas!E para a estupidez também (hmmm virá de ti? ehehe) Gosto que reconheças que eu sou mais rica que tu :), ainda assim, não escrevo tão bem como tu. Talvez quando tiver 60 anos escreva com maior sapiência e profundidade.
Beijos da Para-quedista
ps. Já agora, faz um texto sobre as Berlengas e apela a que não se vote para as Maravilhas Naturais... essa bela merda! eles querem transformar a Fortaleza num Hotel five stars para as coquetes esturricadas deste paízinho de cocó! Aquilo é maravilhoso tal qual está! Aconselho toda gente a ir lá passar uns dias! Não há carros, não há poluição, não há gentinha nem pessoínhas...
Tal como Avelar Pessoa, que defendeu o Forte e, desta feita, Portugal em pleno no Século XVI, de uma Frota Espanhola insaciada de poder, também nós, os amantes de Peniche, o devemos fazer! Escreve sobre isso...
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