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Presépio africano |
A nascer na "cubata" ladeado não, pelos pachorrentos bichinhos do curral, mas paredes meias com lacraus, sibilinas cobras e bichos vários.
Para aquecer o corpo franzino, o bafo da vaquinha e do burrinho são substituídos pela respiração fétida, a gula contida, de um leão e um furibundo búfalo..... Lá fora as hienas rondam atraídas pelos odores pícaros do parto.
Os pais negros como tições, não o olham babados, estão acocorados à porta da cubata com uma personagem estranha meio avestruz, meio homem, que é nem mais nem menos que o feiticeiro da tribo... Numa língua de trapos, que é a deles, combinam a data da circuncisão, e o seu preço em galinhas ou cabras.... Esta coisa, a circuncisão, é o único pormenor comum ao nascimento de ambos os meninos.... Hoje em dia isso é pouco falado, mas ao Cristo bebé, também lhe riparam o prepúcio.
Voltando aoNatal do pretinho..... Naturalmente os cânticos alusivos ao seu nascimento, não são aquelas anormalidades cheias de sininhos, guizos e corais histéricos em “chinfrim canónico”. Mas sim uma batucada à maneira, cheia de ritmo e num estranho e sedutor balanço que nos puxa para a dança e para a exibição dos corpos em êxtase..... Negros na sua origem e na associação óbvia ao pecado e á luxúria... Destas malas-artes em ritmo pouco ou nada celeste, nasceram os agora quase brancos, jazz e rok and roll.
Sinceramente prefiro-os aos tlim-tlim-tlim…em “amaricano (anglo saxónico)”, que como se sabe, é a língua destas coisas !!!!
Porque aquilo que foi o nosso Natal ancestral, o Celta, do Solstício de Inverno, desapareceu suplantado pelo Natal da coca-cola em associação com o Natal Cristão. Que bem conheci ainda menino e que não era nada disto…
Estranha e contra natura associação, diga-se… Dum lado um velhadas nórdico com um sorriso senil e evidentes tiques pedófilos e do outro, um menino palestiniano, portanto, Louro…. Com os seus pais da terra, que afinal do Céu são…. Muito complicado….
Se a isto juntarmos que na representação da natividade - o presépio – não se distingue quem é mais burro… Se o José que acredita ter a Maria concebido sem pecado. Se o burro em si, que é óbvia e notoriamente burro…
Por estas razões, que não outras, celebro portanto o Natal do menino preto. É menos produzido…. Tem mais substância!!!!
E como não posso abusar dos prazeres da mesa, vingo-me, desancando na corrente doutrinária dominante!!!!!
Um bom natal a todos e um ano novo feliz…. já que mais pobre parece que vai ser…..
António Capucha
Vila Franca de Xira, Dezembro de 2010
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