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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Natal.




Apesar da consciência generalizada da crise e das políticas deste governo que nos rouba descaradamente os subsídios, o Natal aí está pujante, agressividade promocional disto e daquilo, desde cartões de crédito sem anuidade até colecções de encadernações de luxo de obras literárias, ele é um vê se te avias. Tudo a apelar ao consumo, que mais tarde iremos pagar com língua de palmo. O natal é, e sempre foi, um hino ao consumo, mas para nós sempre foi também, ou sobretudo, uma época de felicidade compulsiva. Não raro damos connosco a sorrir quase sem darmos por isso, sentimentos pobres, primários, mas de enorme força e do outro lado, oferta de coisas simples markting intuitivo, directo, Manter o apetite de consumo e manter a oferta. E a pedra de toque disto tudo, dinheiro livre para gastar.... E é interrompendo esta cadeia da forma que o fizeram, estes anormais do governo, condenam mais umas centenas de Empresas à falência e consequentemente mais uns milhares de portugueses ao desemprego, mais uns milhares de pessoas que deixam de descontar para a segurança social, e, pelo contrário vão viver do parco subsidio da segurança social. Tem vindo a ser assim que estes senhores têm promovido a destruição da nossa, já de si débil, economia. Em nome de, não sei exactamente o quê. Eu diria da agiotagem internacional, e das nossas más políticas de crescimento económico, que já vêm detrás, de muito longe, teríamos que remexer muito na nossa História e na nossa consciência colectiva para chegarmos a conclusões nessa matéria, mas não será estúpido referir, que não nos fez bem nenhum, antes pelo contrário, fez-nos muito mal, aqueles quarenta anos de obscurantismo, provincianismo e isolacionismo: O famoso " orgulhosamente sós", o "Deus Pátria e autoridade" e outros mimos da retórica oficial do fascismo. 
Sem peneiras nenhumas, devo dizer que é com prazer que me entrego ao devaneio desta insanidade colectiva. até porque me é permitido um sem número de abusos, que me estão vedados no resto do ano. Sempre posso malhar uns canecos e comer umas vitualhas, que as minhas guardas pessoais fecham os olhos.

                                         Antónío Capucha

                     Vila Franca de Xira, 5 de Dezembro de 2012       

1 comentário:

Ninita disse...

Se não o melhor, este é um melhores textos, de tua autoria, que li.