Por esta altura Há cinquenta anos atrás na longínqua Tinalhas, aldeia beirã onde moram as minhas origens, como dizia por esta hora, raparigas saudáveis de braços nus, batiam a massa das filhós, enquanto nós os rapazolas aguçávamos o apetite, impelidos nas ondas odoríferas que vinham da cozinha. As cantigas de Natal enchiam o ar. enebriávam-nos de mistura com o cheiro a aniz das broas e da fritura das filhós, perfumes e sons que preencheram a minha infância, forjaram a minha cultura e escala de valores. Essa magia nunca me abandonou, é sempre um dia mágico que se renova todos os anos. Esteja onde estiver, são estes os cheiros e sons que me invadem. O Natal comercial dos centros e super mercados impõem-se como inevitáveis, mas pouco podem contra estas memórias, cada vez mais vivas. À medida que o tempo passa, mais se acentuam, mais presente vai ficando. Mais quentes e queridas são as memórias. Mais o coração se abre..... Feliz natal para todos.
António Capucha
Vila Franca de Xira, 24 de Dezembro de 2012
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