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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Falemos de mim...





De joelho no estrado, pelo lado de fora da gaiola, vou dar seguimento a este acto de confissão, que ontem terei aflorado, e hoje desejo aprofundar. Esta vontade de me expor , não é por masoquismo que o faço, julgo que por imbecilidade também não, é uma maldita tendência de excitar a vaidade sob a forma de honestidade aparente, se é que não é real! É no fundo, aquilo que cultivo. Apesar de ter consciência de que não existe uma relação directa, entre este acto de confessionário e a alegada honestidade. Mas enfim, é uma presunção como outra qualquer.
Sou um caramelo, algo complexo, até tenho o cabelo encaracolado, quando já o tive lisos, mas os meus sentimentos raramente estão em estado puro. Sou inegavelmente um sujeito de forte componente emocional, daqueles em que os sentimentos têm uma fortíssima expressão muitas vezes à custa mesmo da racionalidade. Só que eles, os sentimentos, o mais das vezes compõem-se de eles mesmos, de nuances estranhas e por vezes até do seu contrário. Coabitam nesta mesma cabeça,  sem colisões baralhanços e conflitos, isso a mim não me trás mais confusão do que seria de esperar. Estou habituado a viver nesta emaranhada selva de sentimentos que se cruzam e descruzam, para se voltarem a encontrar mais à frente. Lido com isto com alguma habilidade. o que não consigo, normalmente é que os outros me sigam com a mesma facilidade. É vulgar ficarem confundidos, só que como a confusão é minha, sou eu que arco com as despesas das relações assim baseadas. Confuso? Para mim não! É o trivial.... E não raro, tudo acaba num lodaçal, em que às vezes foi preciso algum esforço, para manter a cabeça à tona. E está sempre a acontecer isso. Até as pessoas que me são mais próximas têm dificuldade em entender-me, quanto mais as que numa curva da vida deram comigo, já nem me preocupa, o fazer-me entender completamente. Cinjo-me portanto, a montar e desvendar a teia de sentimentos da maior lisura possível. Para consumo imediato. digamos assim. Mas cá por dentro, tudo ferve no caldeirão e o rabinho a dar a dar, perdido e encontrado na densa mata dos meus sentimentos.
Aqui ficou mais uma achega para o melhor entendimento da minha pessoa. Oxalá não caia em saco roto.....
                                    António Capucha
                       Montijo, 12 de Setembro de 2012 

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