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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Nesta curva apertada da vida....



Não mentirei se disser que não sou ingrato. É que não sou mesmo..... Posso é não dar muita expressão, a esse factor, o que não é seguramente o mesmo. Surpresos, por ventura, perguntais! A que propósito vem esta arenga toda? Não sem propósito, esclareço que, apesar de um pouco tardia, faltava dizer-vos da importância que algumas pessoas, aliás queridas pessoas, tiveram para que tivesse atravessado o internamento hospitalar sem maiores mazelas, que as que trouxe. O internamento em si, suponho que terá sido o adequado às circunstâncias. Mas que foi penoso , lá isso foi!!! Tanto quanto me lembro, mesmo, ou sobretudo nos períodos de demência do coma. havia um pensamento que me dominava em absoluto. Tal era de que aquela "estória" não era a minha, estavam todos enganados, queria sair dali. Era este o meu estado de espírito. essa fase penosa e pesada arrastou-se por uns sete ou oito meses. nesse tempo todo, contei com a solidariedade e amor das minhas irmãs e cunhadas, a Jaquiná, e a condessa dos Riachos, por um lado familiar e pelo outro com a querida Zai, irmã da minha esposa e portanto minha cunhada, que rodavam com as minhas irmãs : Midete; Cristina e Ninita, para me fazer companhia e dar-me o comer à boca, que na altura estava um traste. Ao jantar nunca me faltou nada, a minha querida tia Odete, uma das duas irmãs, sobrevivas, à minha mãe Maria. A outra morava longe, e andava adoentada. Não posso esquecer também a prima da minha mãe e minha prima também, Victoria, enfermeira veterana, e de uma meiguice inexcedível. visitava-me amiúde, e trazia-me fruta do seu quintal, fresquíssima. E o mano velho, duas ou três vezes por semana o tinha à cabeceira a dar-me força. Hoje está tão coxo como eu. A sua amada moto, uma Harley, que mais parece um automóvel de tão grande que é. Fez umas guinadelas e virou-se em cima do seu pé esquerdo esmagando-o. Agora anda de canadianas e cheio de placas e parafusos no pé. Tem ali para uns meses. O mano Chinoca e Luis foram visitas sempre que lhes foi possível, todos disseram presente neste que se transformou, num caso da família que somos. Sabia que podia contar convosco. Se não "semportam"
tenho que aqui deixar registo do meu obrigado a todos. O ter contado convosco nesta curva apertada da vida, foi bom.....
OBRIGADO

                                António Capucha

                    Montijo, 3 de Setembro de 2012


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