Deus e os Anjos, é como os cristãos definem os habitantes do Céu, mas como sou ateu e de má catadura, não posso ambicionar a semelhante vizinhança, mas como também não sou rapaz de grandes ambições, estar em Peniche em boa companhia, chega. E é isso (o sentir-me bem) que decorre a voar, para mal dos meus pecados, quando a situação nos agrada, o tempo voa. No Céu consta que há intemporalidade, um ponto a favor deles. Mas se aquilo a que chamamos Céu, fôr afinal a cor da nossa atmosfera gasosa, revelada pela luz do Sol, e que quando o Sol desaparece, fica azul, quase negro e a transparência gasosa, permite a visualização das miríades de estrelas que nos dão uma visão aproximada da enormidade descumunal que sabemos ser o nosso universo. Isso desencadeou a inspiração dos poetas ao longo dos Séculos. Por isso desculparão que eu, na minha pequenez, me contente com Peniche, em boa companhia, por troca com o Céu magnifico e intemporal dos padrecas. Acho até que esperar o Céu tal como os cristãos esperam, é uma de duas coisas: ou tolice, ou ambição desmedida. Não queriam mais nada, a companhia de Deus e dos Anjos!?!? Um pouco de comedimento, é a sujestão que lhes faço. Afinal de contas, não pregam a humildade como factor determinante para alcançar o Céu. Há aqui qualquer coisa que não bate certo. É por estas e por outras que não acredito nos preceitos e mistérios, sagrados ou não, da Santa Madre.
Acho que não me podem levar a mal....
António Capucha
Peniche, 6 de Outubro de 2012
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