Porque não somos ratos , mas homens. temos por vezes de fazer coisas que de todo não queríamos ou esperávamos ter que fazer. O coração, pingão como é o meu, chora por dentro, mas galhardamente pulsa forte e determinado em me manter. Pobre tolo.... Bom, a vida continua. E estou animado a continua-la com a qualidade que me fôr possível ter. Esta disciplina mental, aprendida e treinada no Montijo, com a ajuda da família e dos amigos, do Montijo incluídos, havemos de chegar lá. Não sem alguns tombos, para isso estou preparado, para os dar e para me reerguer. Valentão das dúzias, como dizia a minha mãe!!!!..... Não tanto. Esta desdita que carrego aos ombros ensinou-me tantas coisas, que não conheço ninguém nem o mais pintado que tenho por hábito ultrapassar-se com frequência, como nós, os estropiados, temos. É quase um vício. Dia que não consigamos uma vitória nem é dia nem é nada. Os companheiros do Montijo, Haviam de ver a D.ª Teresa lá em Peniche. Dentro de casa andou sempre pelo seu pé, naturalmente acompanhada e amparada pela minha mulher, o que é certo é que andou sempre pelo seu pé. E em todas as actividades mostrou sempre uma grande autonomia e boa disposição. Quanto a mim, e sem querer fazer muita inveja ao Sr. Ricardo e aos meus colegas de mesa do refeitório do Montijo, Bati-me com umas sandes de presunto de porco preto de bolota e malhei umas garrafitas de Alvarinho fresquinho com um arroz de tamboril e ums mariscos. Chatice, não havia percêbes da Berlenga.
António Capucha
Vila Franca de Xira, 8 de Outubro de 2012
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