Já esbocei a iniciativa de falar, melhor revelar-vos, figuras típicas aqui da unidade de cuidados continuados do Montijo. Sem intuitos secretos, depreciativos, ou outros menos claros, tenho que referir figuras incontornáveis, desta unidade. Hoje tenho que vos contar das aventuras do pilha-galinhas. É um ancião algo senil, e cleptómano. E que surripia ele? perguntais. E eu respondo: tudo o que estiver ao alcance da mão e da vista. Lá diz o adágio: Olho que vê , mão que pilha....... Passa o santo dia a cirandar por rigorosamente todo o lado, e as senhoras auxiliares têm que ter especial atenção ao carrinho das sobremesas e do pão e acepipes, género pacotinhos de doces,queijo de triângulo etc....... Chega-se ao extremo de ter que lhe travar a cadeira de rodas interpondo-lhe coisas entre as rodas para limitar o seu apetite voraz, por tudo o que estiver à mostra. ´Que ele me desculpe, mas esta alcunha que lhe pus, assenta que nem uma luva. Outro caso de notariedade, é a avózinha. Chamamos-lhe assim, dada a idade que aparenta. Seca de carnes, cheia de vida, é de uma alegria contagiante possui o riso mais cristalino e espontâneo de todos aqui no sítio. Quando há festa, é vê-la toda rebiteza, participativa Espalhando a sua boa disposição ao redor. Impossível não ficar contagiado ao pé dela. Um grande beijinho para a querida avozinha. Depois há um exército de gritadores vários, desde os simples ais...às mais expressivas lenga-lengas, passando pelos mais guturais ruídos e roncos há-os de todos os géneros e qualidades. É o que se queira.... É só escolher....
António Capucha
Montijo, 25 de Julho de 2012
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