De vez em quando, dá-me uma gana de ver textos antigos e já públicados e tropeço em alguns, que não devia, mas esqueci que existem. Republico com enorme prazer este que considero exemplar....
comida levezinha
A
marmota e os feijões
Quando foi
dado o sinal de partida, a pescadinha, dita marmota, lançou-se para a frente a
nadar furiosamente, tal era a gana e o empenho que, habituada que estava a
perseguir outros peixes, digamos que a perseguir, rabos de outros peixes, só
quando o abocanhou deu conta de que afinal corria atrás do próprio rabo. Foi ao
abocanha-lo, como se disse, que sentiu um arrepio pela espinha acima… Ora, o
que é que levará um bom e delicado peixe, com a cauda enfronhado na sua própria
dentuça? Mistérios da natureza? Não! Culinária meus senhores culinária…. Uma
arte desenvolvida pelo Homem… Melhor, pelo ser humano quando decidiu fazer de
si um ser sofisticado e maneirista… Mas isso é coisa que não se deve
generalizar porque alguns há que persistem em manter-se denodados lambões que à
cautela, em vez do debicar moderado e educado (maneirista) dos cultores da
Culinária… E á degustação preferem uma “comangada” à fartazana….
Aos lambões,
como o João Tabefe, fervorosos seguidores da doutrina da “Tripa forra”. Fé
inquebrantável no prato cheio, várias vezes, até ao êxtase místico da “mula
cheia”. Esta coisa da Pescadinha aleijada, contorcida como um camarão, cuja não
é Alta cozinha. É cozinha popular e também não é dietética, trata-se de um
frito e é o mesmo que, pouco mais que nada, para a voracidade destes armários
com pernas e uma cuba de fermentação de migas que manda “ventarolas”. A quem
esta pescadinha pouco diz… Era muita “mão d’obra” levar quanto bastasse pela
goela abaixo, sem se engasgar com uma espinha. Isto para além de por muito
corredora e caçadora que ela fosse…. Nunca foi vista a puxar carroça…..
Felizmente,
naquela época era pouco frequente o primor “maricas” de Alta Cozinha. Não havia
portanto razões para quem assim como o Tabefe fosse, daí sobrasse alguma
vergonha, ou descriminado fosse, por essa razão….
Hoje em dia
é bem mais difícil passar por decente nestes preparos glutões…. Numa manobra
oportunista, e demagógica já terá surgido por hipótese, cortar a assistência
pelo Serviço Nacional de Saúde às doenças derivadas das comangas inopinadas e
não normalizadas ou fornecidas por Chefes ou nutricionistas… Para ajuizar da
perda desse direito, serão criados tribunais colectivos contituídos por um Juiz
de direito Um chefe de cozinha maneirinho, uma nutricionista vesga e a D.
Arlete, uma enfastiada de merda…
Ainda por
cima, a tal imodestamente chamada “Alta cozinha”, não prova ser mais
equilibrada que qualquer “farta brutos”…. É mesmo só peneiras…. Eles bem se
esmifram, na imprensa coquete, por tentar passar por boa, as cozinhas de
chefes. Internacionais que por seu lado se esmifram igualmente em criações
siderais e ligações espantosas, e o que lhes vale é que as suas invenções nunca
se irão massificar e por essa, que não outra razão, estranhamente, o negócio
vai de vento em popa porque apenas é necessário que fique bem na fotografia…
Quanto á freguesia, essa está garantida enquanto houverem novos ricos ton-tons
e sedentos de algo que lhes confira assim como que uma certa aristocracia…. E
para tal nada melhor que fazer coisas que apenas as elites fazem…
O nosso amigo Tabefe, meu avoengo que conjuntamente com a Capuchinho Vermelho, terá dado origem à estirpe de Capuchas vermelhos, - conforme foi blogado no “ post”: “As aventuras do insuspeito João Tabefe….“ - Que não era homem para se deixar intimidar por essas estratégias que promovem aquelas comidinhas de nomes amaricados, em detrimento dos substanciais pratos tradicionais cujos nomes se dizem com a mesma facilidade com que se deixam comer… Seja por essa razão ou por outra qualquer coincidência, eu, seu descendente, brandimdo a colher de pau, contra os tachos só me saem coisas levezinhas, razão pela qual granjeei fama e proveito de cozinheiro de mão cheia E não um “unhas de fome” com a mania de atirar p’ro fino. Mas atenção…. Noutras finuras e aguçamentos… Peço meças ao mais pintado…
O nosso amigo Tabefe, meu avoengo que conjuntamente com a Capuchinho Vermelho, terá dado origem à estirpe de Capuchas vermelhos, - conforme foi blogado no “ post”: “As aventuras do insuspeito João Tabefe….“ - Que não era homem para se deixar intimidar por essas estratégias que promovem aquelas comidinhas de nomes amaricados, em detrimento dos substanciais pratos tradicionais cujos nomes se dizem com a mesma facilidade com que se deixam comer… Seja por essa razão ou por outra qualquer coincidência, eu, seu descendente, brandimdo a colher de pau, contra os tachos só me saem coisas levezinhas, razão pela qual granjeei fama e proveito de cozinheiro de mão cheia E não um “unhas de fome” com a mania de atirar p’ro fino. Mas atenção…. Noutras finuras e aguçamentos… Peço meças ao mais pintado…
António Capucha
Vila Franca de Xira, Abril de 2011
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