Que porra de dia.... Chuvoso, húmido, cinzento. Um dia impróprio para tratar seja do que fôr, quando se está de cadeira de rodas. As chamadas "barreiras arquitectonicas" berran-nos aos ouvidos a sua presença importuna, e barram-nos os caminhos. Dos Correios à farmácia, tudo são degraus e todos eles foram vencidos, com mais ou menos esforço. Depois no café a tomar o pequeno almoço, surgiu a oportunidade e discorremos sobre tudo o que outrora nos tinha acontecido e fizemos algumas reflexões sobre o assunto. Lembrei então coisas há muito passadas, no Montijo., E perorava eu contra o desnorte duma bendita comissão a quem cabe a responsabilidade de decidir quem vai quem fica, o quem sai e quem fica por exemplo na unidade de cuidados continuados do Montijo. Lembrei então, que pouco antes de sair sairam uns tantos utentes e as suas vagas foram ocupadas por outros que manifestamente, estavam em melhores condições que os que houveram saído.... E que isso não dava para entender.... A Nita que entende dessas coisas esclareceu que no Montijo ninguém tem poder de dicisão sobre isso, a tal bendita comissão constituida por técnicos de saúde e tal, é que determina e manda publicar. com base em relatórios médicos e companhia. Ora lembro-me eu, que quando se pretende tornear uma questão, adia-la "sine-die", relegá-la para as calendas, o que se faz é nomear uma comissão. É uma pecha bem nossa, bem Nacional. Deixar a ideia cair sem discussão, de que quem sabe é que dicide. De medicina pois serão os médicos e técnicos de saúde e de economia serão os economistas. e assim por aí fora. Só que daí à preversão do corporativismo vai um tudo nada. Assim assiste-se mudo e quedo, a que por exemplo, na saúde os médicos que são quem a domina, se preocupam maioritáriamente com as suas próprias questões, ficando as verdadeiras questões, os interesses dos doentes, eternamente adiados. Outro galo nos cantaria se essas comissões fossem compostas por pessoas extraídas do grupo social a que se destinam que em associassões credíveis e capazes de melhor decidir dessas coisas, que um grupo de profissionais do sector, que sapientissimamente fazem as merdas que fazem. No caso a que nos referimos, as vagas do Montijo e de todos os "Montijos" que ainda subsistam à voragem apagassionista, deste governo. Uma comissão constituída por utentes ou ex-utentes saberia decidir com maior justeza, e justiça, acerca das questões tão delicadas como as vagas que infelizmente escasseiam, neste tipo de instituições. Ser-se dificiente, é o que é.... Fica-se dificiente , mas não se fica parvo. Somos cidadãos pensantes e capazes.... Podemos muito bem tomar conta das coisas que nos dizem respeito.... Não se nega a importância dos técnicos disto e daquilo, mas das nossas coisas, dicidimos nós. Se não se importam.... Temos que inverter este sem número de coisas. que vamos vencendo, mas podiam não existir, o que seria muitíssímo melhor!!!!! Já experimentaram pensar com os pés? Pois é mais ou menos o que acontece com este sem número de comissões mais ou menos corporativas.... Temos o nosso edíficio social construído de cabeça para baixo.... A pensar com os pés!!!! Por isso é que nada funciona nesta merda deste país!!!!!
António Capucha
Vila Franca de Xira, 7 de Novembro de 2012
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