A avaliar pelo arrastar de rotinas, Hoje bem podia ser o dia internacional da caganeira e da cólica renal. Estas coisas dantes não me afectavam tanto, mas agora no aflorar da terceira idade, estar-se bem é: as coisas correrem-nos de feição e para isso é fundamental a excitação da novidade par esbater as rotinas que se vão tornando cada vez mais chatas. Correndo o risco de ser desagradável para a minha amiga Paulinha, Não queiram saber o que são as rotinas diárias de um tipo que foi operado ao cólon, ou seja: a tripa cagueira. E vive numa cadeira de rodas, não por via disso, mas por outros porquês, com a vaga alternativa de canadianas. Nem me atrevo a descrever. de tal maneira elas são indecorosas. Mudemos pois de assunto. O dia acordou morno e sem Sol, o que só por si podia constituir motivo de alegria, Rotina após rotina, executadas a rigor e bem sucedidas, deixaram um rasto de indiferença. Não me fizeram sentir nem melhor nem pior, antes pelo contrário. Até o hábito de escrita está associado ao meu isolamento, faço-o só, apenas pensando em quem me lê, mas depois fico entregue ao meu isolamento sem o mais pequeno feed-back. Longe de mim acusar seja quem fôr, já reconheci que a criação literária é como a masturbação: um acto isolado. É portanto melhor que se retire disso algum prazer, se não é tortura.
António Capucha
Vila Franca de Xira, 20 de Novembro de 2012
2 comentários:
Obrigada pela consideração (é isso, não é!?...)! E o Bolinha, portou-se bem ontem?
Mano eu leio todos os dias os teus trabalhos, mas confesso que sou um pouco preguiçosa quanto a escritas.
Mas entendo-te,é mais estimulante teres comentários.
Vou tentar, nem que seja, dizer-te olá continua.
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