Quando se quer encontrar uma coisa, na "net", desespera-se. Das coisas que nem queremos ouvir falar, esas, enfiam-se pelos olhos adentro, como uma sonda invasiva. É por essas e por outras que não me deixo maravilhar pela chamada terceira revolução, a das tecnologias de informação. dirão: Áh ... Está lá tudo.... poi'stá... Também está tudo contido, dentro dos nossos horizontes, da nossa dimensão, digamos assim.... A questão está em saber que quantidade de lixo temos que remover para encontrar aquilo que queremos. Ou então conhecer as coisas pelos sinais, códigos e que tais, e atalhar caminho.... Mas mesmo para um "expert", é impossível encontrar o que lá não está. E, para que lá esteja é preciso que alguém tenha a trabalheira de o lá meter. Seja por interesse , que fôr, ou há uma razão, ou a informação não existe. Portanto só existe o que é do interesse das maiorias... Então qual é a diferença desta para qualquer outra tecnologia? Pouca, claro.... E porquê? porque todas têm como origem e destino o mesmo personagem: O homem, essa personagem misteriosa. Para mim será sempre mais saudável encarar estas coisas pelo lado de onde nunca deviam ter saído. São ferramentas.... Tão só ferramentas, como martelos plainas e rodas.... O resto são mitologias criadas à sua volta, no sentido, bem humano, de vender o mais caro possível a sua tecnologia aos parolos, que não convém deixar que o sejam. A técnica é antiga, era usada pelos chamados vendedores de "banha da cobra", espécie de panaceia que tudo curava e tudo resolvia. Tal como a tecnologia da informação, esta também, remédio santo para tudo e mais umas botas.... Creio que já ultrapassamos essa fase.... Há hoje uma relação mais saudável, com essas coisas, mas, quando ainda trabalhava, estava activo portanto, quando nas empresas, começou essa loucura colectiva. Todo e qualquer bicho careta, alarderando conhecimentos que de facto não tinha, argumentava que seria a modernidade contra o obscurantismo. E como ninguém gosta de ser obscuro, ainda hoje temos as "mitologias da informação" a enfiarem-se-nos pelos olhos adentro. Isto porque não temos uma relação saudável com as ditas tecnologias. Não tendo ideia do que são efectivamente, como vamos saber o que podemos espera delas? E esse é capaz de ser o erro, ou o princípio do erro, cometido há uma década ou duas, e que consiste em termos optado pela "mitologia da informação", em vez de generalizarmos o verdadeiro conhecimento da tecnologia da informação.
António Capucha
Vila Franca de Xira,8 de Novembro de 2012
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