Já se sabia que o Governo da Nação não tinha consistência. Agora, é um facto... O Portas, muito preocupado com as maldades que se estão a fazer aos reformados, ameaçou bater com a porta. Segundo ele, chegou-se ao limite, à fronteira do admissível. Isto no seu entender... Porque no meu, a fronteira do admissível atingiu-se, no exacto momento em que se fez esta coligação. Se quisermos ser rigorosos, as razões invocadas, pelo Presidente do CDS-PP, existem desde o princípio deste Governo. É mais fácil ver uma vaca a levantar voo, que ouvir uma verdade na boca de um político, como é o Portas... Pensa ele armazenar uns votozitos, para conseguir vir a ser a muleta do PS, num futuro governo. Também o voltará a trair, pelas mesmas razões que traiu este. Mário Soares ensinou-nos que estes partidos a que chamava de charneira, são assim mesmo, é da natureza das coisas.... Que nojo!.... A aritmética das Democracias formais, são algo de muito perverso..... Este e outros fenómenos, igualmente perversos, são considerados quase, como efeitos colaterais, um preço a pagar pela Democracia, Então se calhar até é preferível não haver esta democracia, quando os tais efeitos colaterais, são de tal monta que impede o seu funcionamento, ou o distorce.... A nossa insípiente Democracia nunca o chegou a ser, substituída na sua génese pela partidocracia e minada por corrupções siderais... Mais a aritmética das maiorias, o mais das vezes conseguidas entre partidos, e programas contra-natura.... Vamos voltar para trás e fazer nova arrancada, avisados como estamos destes desvios, cimentemos outro género de Democracia... A popular assente em base diferentes, onde as organizações populares de base, sejam os seus pilares. Com partidos naturalmente, mas por exemplo, sem o Regimento da Assembleia da República, sem essa coisa perversa da disciplina de voto e outras maningâncias que tais.
António Capucha
Vila Franca de Xira, 6 de Maio de 2013
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