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terça-feira, 14 de maio de 2013

Té-Lé... Té Lé.....




Esta "estória " dos sonos trocados, como os bebés, começa a perder rapidamente piada... Voltei a não pregar olho, toda a santa noite, e foi com alguma dificuldade que me levantei e vesti.... Essas coisas da rotina diária do despertar... Estou assim com um peso nos olhos e o espirito obscuro..... Segunda noite não dormida, é mais do que um fabiano suporta.... Os sentidos entorpecidos, as ideias pouco claras.... Não gosto.... Vai tempo em que superava facilmente estas coisas.... Aceitar como normal esta espécie de vida menor "a meio pau".... Está bastante para lá do que pretendo para mim... Já não dá para perder tempo com estas bizarrias. O enaltecimento das coisas menores, não as torna maiores. Isso era dantes quando ainda tinhamos paciência e tempo e disponibilidade, para fazer das perdas ganhos e do errado certo. Era tudo uma questão de jeito para os conceitos e as palavras, e naturalmente disponibilidade intelectual para assim proceder e ainda assim sair por cima... Agora não é assim, o preto é preto e assim permanecerá, até que o pintem de branco. Fundamental é que se saiba extrair dele o que dele se pode esperar, sem ser preciso torcê-lo....
Resulta claro disto tudo, que passar uma noite em branco, ao invés de ser divertido, é mau, é menor, resulta sempre em obscuridade... Em menos clarividência.... Menor... E o que por natureza assim é, não pode por "malas artes", transformar-se em arte ou poesia. Por muito vistosas que sejam as cores da alucinação, não passam disso mesmo:alucinação.... Coisas menores portanto.... A arte e a poesia podem ser muitas coisas, mas serem menores, é impossível.... A loucura do Van Gog, está apenas para lá do nosso entendimento, não é destituido de sentido. Não é o mesmo que agora se passa , que a todo o momento nos são impingidos génios de pacotilha sobretudo via TV..... 
Quando era miudo corria uma anedota que assim rezava:
- Haviam três famílias uma rica outra remediada e uma pobre.... Os seus filhos estavam juntos na Escola e a professora um belo dia pediu que redigissem um texto sobre como as respectivas famílias passavam os serões... 
O menino rico disse que a família comia um farto jantar  e depois assistiam a um programa de televisão...
O menino remediado escreveu que depois de um sofrível jantar ligavam a telefonia e ouviam o folhetim....
E o menino pobre, dizia que passavam debaixo da mesa ao jantar e como não tinham televisão ou telefonia, o pai cagáva-se e a gente ria-se.....
Nos tempos que correm, não há alternativas, o que nos é impingido a todos, sem remissão, é da dimensão cultural de: O pai cága-se e a gente ri-se.....
   
                                                    António Capucha

                                     Vila Franca de Xira, 14 de Maio de 2013

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