Parole....

Por mais esdrúxulas que sejam as palavras, não me metem medo. São como uma pedrada, depois de sair da mão, não há retorno possível, tal qual, as palavras são, uma vez ditas não podem ser desditas... Por isso é necessário supesá-las, antes de as dizer. Não sou um "expert", longe disso, mas tenho alguma habilidade com elas e uma irreprimível vaidade disso. É algo que vão ter que me desculpar, porque não posso evitá-lo. Essa temeridade já me tem trazido alguns dissabores, e porque conheço o seu "peso específico", emprego-as amiúde, mas algumas pessoas, ficam assustadas, porque ligam demais às conotações que lhes foram acrescentadas. Mas elas, as palavras, são apenas representações de sentimentos e definições.... Não mordem! o que as pessoas têm é medo dos sentimentos, não de saberem deles mas de os sentirem... Até é "coquete" e bem, uma certa insensibilidade. Parece que os sentimentos nos fragilizam... Não tenho dúvidas em classificar por exemplo o recato feminino, um macanismo altamente limitativo e empobrecedor. Mas fica tão bem!!! Adensa o mistério cultivado pelo género feminino. Mas em boa verdade não lhe acrescenta nada. Fazem-se poemas acerca disso, como pergunto eu! Poesia é autenticidade, e isso é artificio. É jogo de palavras, talvez sonante, mas poesia não... As mulheres, já de si seres sublimes e belos em vários sentidos, dispensavam estes artíficios. São mulheres as nossas mães, esposas e irmãs. e de todas elas brota ás golfadas, generosidade e amor. sentimentos do mais nobre que há... Não tenho culpa de que as tele-novelas associem sempre amor ao sexo. E a literatura "ligth", faz outro tanto... Vivem-se tempos dificeis, e par mim, o mais grave, não é crise económica, é o desvirtuar dos conceitos por detrás das palavras.....   

                                   António Capucha

                     Vila Franca de Xira, 7 de Maio de 2013